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Os dias que se seguiram foram de estranha normalidade na prisão. Wen Chao ainda não tinha retornado, Su She estava na enfermaria e Xuanyu já tinha acordado então apareceria a qualquer momento.

Para Wuxian, os dias passaram de forma lenta e triste. Ele tinha mergulhado de cabeça no seu negócio dentro da prisão e Jiang Cheng parecia satisfeito.

Apenas tirando o fato de que seu irmão já não sorria e não flertava como antes e estava consumindo uma quantidade excessiva de álcool, o que deixava o Jiang preocupado.

Wei Ying estava miserável.

Ele estava miserável, com um humor completamente instável e com a paciência muito mais curta do que o normal. Os detentos o evitavam. Até mesmo seus próprios homens pareciam pisar em ovos quando se dirigiam a ele.

Wuxian, que partia para agressão física somente quando necessário, foi flagrado por Jiang Cheng agredindo em dias diferentes, dois detentos viciados que tentaram comprar drogas sem ter o valor necessário.

Um deles até se ofereceu para pagar pelo pacote com favores sexuais.

Se fosse em outro momento, o Patriarca até aceitaria, por que bem, o cara em questão era bonito e totalmente o tipo de Wei Ying (além de não ser incomum tentarem lhe pagar com um boquete ou uma foda rápida), mas naquele momento ele apenas riu amargo, antes de acertar um tapa no rosto do homem mandando-o sumir.

Wangji por sua vez, evitava frequentar os lugares ao mesmo tempo que Wuxian. Neste período, ele aproveitou para cortar seus cabelos (apenas as pontas, mantendo o comprimento) com um detento que já tinha sido cabeleireiro e mergulhou no boxe e musculação, onde ele passava a maior parte do seu tempo, além do artesanato e suas funções de limpeza.

Ele acabou fazendo amizade com alguns detentos que frequentavam a ala de academia improvisada prisão e aprendeu muitas coisas entre levantamento de pesos e defesa pessoal.

Naquela semana seu irmão não iria poder visitá-lo, então Wangji foi pego de surpresa quando um guarda o chamou informando que ele tinha visita. Ao chegar até a mesa, Wangji sentiu seu coração apertar.

Sua amiga estava ali, com os olhos inchados e o olhando com preocupação.

"MianMian o que você está fazendo aqui?" O Lan não queria que a pergunta soasse tão grosseira, mas falhou consideravelmente.

Ela não devia estar ali. Não devia estar tão perto de uma prisão ou de policiais.

A garota pareceu se encolher antes de limpar a garganta para responder. "Eu queria te ver, desculpa."

"Estou feliz em te ver. Como você está?" Estendendo a mão na mesa, Wangji viu MianMian a agarrar e suspirar baixinho.

"Eu estou bem e você?"

"Estou bem também."

"Por que parece que você está mentindo para mim, Wangji?"

Wangji não quis responder, então rebateu com outra pergunta. "Por que você veio até aqui?"

"E-eu... Eu queria pedir perdão. Você está aqui por minha causa. Eu te coloquei aqui. Eu vou falar com a polícia e contar a verdade e você vai sair daqui. Eu juro."

Lan Zhan pareceu alarmado e então olhou para os lados para se certificar de que nenhum guarda pudesse ter escutado aquilo. "Mian, a culpa não foi sua. Você não vai falar com a polícia. Está tudo bem."

"Eu não posso deixar você pagar por algo que não fez!"

"E eu não posso te deixar ter esse bebê na prisão. Mian... Você é importante demais para mim, você não pode agir sem pensar no bebê. Nós sabemos o que acontece se você contar algo daquele dia para a polícia. Eu prometi que ia te proteger. Proteger vocês, lembra?" Lan Wangji colocou a sua cadeira ao lado da garota e pôs a mão timidamente sob o ventre que ainda não tinha muito volume, apesar de estar lá. "Está tudo bem, de verdade. Aqui não é tão ruim quanto parece."

My PrisionerOnde histórias criam vida. Descubra agora