3° Livro da trilogia, seres da Mitologia.
(Não é necessário a leitura dos livros anteriores para entender).
Hades vive a sua vida no submundo do Olimpo. E pelo planeta dos mortais circulam uma lenda.
Antes da sua morte, a última coisa que verás, se...
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— Tem algo errado... — Sinto uma sensação estranha que se faz dentro de mim.
— Mandou alguma alma para o lugar errado, senhor? — Caronte, o barqueiro pergunta ao meu lado.
— Não! Não é isso... Eu tenho que sair. — Entrego a prancheta em suas mãos.
— Mas senhor...
Não o dou ouvidos e me deixo ser levado para onde a agonia que se instala em mim me diz para ir.
Abro os olhos, vendo o local familiar em que estou.
— Só pode ser brincadeira. — Reviro os olhos. — Por que eu vim parar aqui, afinal!?
E como se o universo me respondesse, ouço gritos, vindo mais a frente.
Ao chegar mais perto, avisto três homens a beber ao redor de uma fogueira, mas não é daqui que vem os gritos.
Gritos carregados de dor e angústia.
Quem será essa probre alma clamando por sua própria morte.
E ao vê-la alí jogava ao chão e um miserável qualquer a tentar possuí-la, fico em chamas de fúria.
Aqueles vermes lá fora não estão nem aí para o que acontece aqui?
Removo a proteção de invisibilidade, chamando a atenção do verme do estábulo, que assim que me ver completamente em chamas, grita e tenta correr, caindo no chão em seguida.
Caminho em sua direção, mas outra pessoa toma a frente.
A garota que já havia se levantado, tomada por total angústia e ódio dentro de si, o golpeia diversas vezes com uma pá, na tentativa de esvaziar-se de todo aquele sentimento ruim.
Apenas observo-a, em seu estado mais sombrio, totalmente justificado.
Volto aos outros que antes que viessem ver o que acontecia, incendeio seus corpos em um único estalar de dedos.
E quando ela me pergunta o que me levou àquele lugar, eu simplesmente não sei o que lhe responder, porque nem eu mesmo sei o que me levou até lá.
Nem sequer sabia que era ela a quem eu sentia dentro de mim. A sua clemência me trouxe, ou algo nela está ligada a mim.
Isso pode se dar pelo fato de eu ter a trazido de volta a vida, eu, o rei do mundo dos mortos, e agora, de alguma forma eu a sinto, como se um pedaço da sua alma estivesse presa dentro de mim.
