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Fazia um ano que não via a garota mortal

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Fazia um ano que não via a garota mortal. Tentei me manter o mais distante possível, assim, ela poderia me esquecer facilmente.

Mas hoje seria um dia diferente, hoje seria o aniversário dela, e nem que de longe eu tenho que vê-la.

Mas claro, só para garantir que a mesma não faça nenhuma besteira com a própria vida novamente.

Me apresso em sair do submundo, sendo parado por Caronte, com uma lista enorme em mãos.

— Senhor, chegaram mais almas essa manhã, gostaria de vê-las agora?

— É claro, assim que eu voltar.

— Voltar? De onde?

Quanta curiosidade.

— Do passeio com Cérbero, é claro. — Falo a primeira coisa que me vem em mente.

— E desde quando Cérberos sai do palácio?

Que barqueiro questionador, por Zeus!

— Todos precisam de uma distração alguma hora. — Passo por ele, não o dando chance de fazer mais perguntas.

Pego a corrente de Cérbero, o prendendo.

— Vamos dar uma voltinha, garotão!?


×××

Avisto Nellie de longe, conversando com duas pessoas, ao sair do prédio em que estudava.

Sua feição era descontraída, parecia gostar das pessoas que acompanhava a ela.

Após alguns minutos olhando de longe, a garota vai embora, e ficam somente Nellie e o garoto, que por sinal eu não fui nem um pouco com a cara.

Vejo-a se levantar do banco em que estava, e em poucos segundos é surpreendida com um beijo.

Era incapaz de controlar as chamas que saiam do meu corpo. Vê-la beijando outro homem me deixou em fúria, não podia negar isso.

— Desgraçado...

Cérbero ao me ver assim, aproveitando meu momento de distração, se livra das correntes, correndo em direção a eles, rosnando.

Ele os matará.

Rapidamente consigo alcança-lo e prendendo-o então.

— Cão idiota, o que pensa que está fazendo?

×××


— E você vai para o... Tártaro.

— O que...? Não! Não pode me mandar para lá! Eu nunca cometi nenhum crime... Isso não é justo! — Indagada o homem a minha frente.

— Não precisa cometer nenhum crime, basta ser um grande imbecil! — Altero a voz, sem paciência.

Caronte me olha confuso.

Eu não costumava perder a paciência nesses momentos, o julgamento tem que ser imparcial. Mas minha cabeça estava longe hoje, sempre que piscava, me vinha a imagem de outro homem a beijar Nellie.

— Está feito. Tire-o daqui.

— Te levarei ao seu caminho, me siga. — Caronte leva o homem que ainda reclamava em indignação em direção ao se barco.

— Campos Elísios. — Aponto para outro, ao ver o seu nome na lista. — Campos Elísios. — Falo novamente, para três mulheres que estavam ao seu lado. — E o resto, boa viagem até o tártaro.

Jogo a lista para Caronte, saindo dali em seguida.

Hoje definitivamente não está sendo um bom dia.

Passo pelos portões do Érebo, percebendo que Cérbero não está aqui. Cérbero que guarda a entrada do Érebo, onde ocorre os julgamentos das almas.

— Onde esse pulguento está...

Arregalo os olhos ao lembrar-me que ele quase atacou Nellie e o seu... Aquele outro ser patético.

Saio do submundo as pressas, atrás então do cão de três cabeças.

HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora