Reescrevendo o livro!
Ser adotada foi algo que Isabell acreditou que já não lhe era mais possível, até que foi escolhida por uma família que ela seriamente acredita esconder algo. Isso sem contar, é claro, com o fato de que o filho mais novo de sua...
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Capítulo dedicado aos leitores que conversam comigo sobre questões como ansiedade e me ajudam muuuito a manter a calma. Obrigada. Sem vocês eu nem sei quando eu teria conseguido terminar esse aqui. As palavras têm poder, lembrem-se disso.
⚰️🍷⚰️
A fresta de luz, composta pelas cortinas que ocultavam boa parte das portas conjuntas de vidro que davam para a varanda, tocava com perfeição os olhos adormecidos de Isabell, incomodando com tamanha luminosidade.
Os lumes se revelaram segundos depois, brevemente confusos com as primeiras imagens que encontravam e tentavam assimilar, porém logo se familiarizaram quando ela se recordou de onde se encontrava.
Tinha adormecido tarde, lá para às quatro da madrugada, mas o sol parecia deveras brilhante, como quando acontece o seu raiar. Ou será que aquele era o sol prestes a ser envolvido pelo crepúsculo da tarde, ainda em seu pôr?
Pela forma como Bell parecia descansada, ela acreditava veemente que se tratava mais da segunda hipótese.
A coberta sobre si, a mesma que ela lembrava-se vagamente de sentir sendo posta sobre o seu corpo em algum momento de seu sono, agora era deixada de lado, libertando os pés que tocaram ao chão, não demorando-se em caminhar até as postas conjuntas de vidro, desfazendo o trinco segundos depois. A varanda era pequena, com piso fosco alternando entre o preto e o branco, além de ferro negro formando caracóis que compunham a cerca que protegia o espaço e se extendia em pilares nas extremidades até um teto baixo.
E lá estava o sol, bem diante dela com toda sua magnificência, deitando-se no seu berço em meio às montanhas ao longe.
— Faz praticamente um dia que você está aqui e já mudou seus hábitos. — Sussurrou para si mesma.
Contudo, o momento de reflexão durou pouco, já que a bela paisagem, composta de árvores altas, com folhagens escassas, ainda que corpulentas, roubaram facilmente sua atenção. E não eram apenas elas, havia também, bem ao longe, os pontos mais altos de alguma construção que Isabell não estava reconhecendo.
— O que é…? — Os olhos se afiaram, tentando enxergar melhor do que se tratava a construção.
Ela nem percebeu que se apoiou sobre o cercado de ferro, ficando nas pontas dos pés só para tentar ver mais da edificação.
Provavelmente era a catedral que havia visto no mapa daquele mundo, a que se localizava também em Umbrarum. Ela tinha quase certeza disso.
Porém, um som alto de vez de repente, quebrando sua atenção que se voltou a encontrar a causa daquilo. Bell levou um susto ao encontrar perto de si uma criatura pequena, de penas negras azuladas, lhe encarando fixamente.
Era um corvo, um corvo que grasnou para ela novamente ao ter tal olhar para si.
