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RUBY SCOTT - agora

Quando recebi a ligação do acidente dos meus pais, meu mundo pareceu parar por um segundo. Agradeci internamente Will por insistir em me levar.

Assim que chegamos no hospital, vou até na recepção buscando informações.

- Sou filha deles, que quarto eles estão?

- Quarto 201. Segundo andar

- Obrigada

Levo alguns minutos para achar o quarto, mas quando acho e entro no mesmo, observando eles desacordados, noto como tudo pode acabar em um segundo.

- Tão ganancioso e olham onde estão agora. - sorrio amarga- Se privaram tanto de me deixarem fazer parte da empresa que agora ela pode acabar ficando em minhas mãos. Mamãe, olhe para mim e diga o que vê! Eu perdi a cabeça. Papai, olhe para mim.. será que um dia eu serei livre porra?! Eu passei dos limites? - elevo minha voz - Toda a merda que vocês me disseram passam por minha cabeça. Toda essa merda fodida! Corre sem parar pela minha cabeça. As coisas são uma merda, principalmente quando seus pais não te tratam como um filho deveria ser tratado. - digo com a voz trêmula - Vocês foderam com minha cabeça, e adivinha?! Isso não importa.. porque mesmo doente da cabeça, ainda sou melhor do que vocês!

Respiro fundo tentando me recompor e saio daquele lugar.

- Está tudo bem?

- Claro, por que não estaria? - disfarço um sorriso

- Seus pais sofreram um acidente. Normalmente o sentimento é de preocupação - olho desconfiada

- Ta me dizendo como devo me sentir?

- Longe disso, amor. Só estou perguntando como se sente

- Vamos embora

Estava na casa dos meus pais tomando sol enquanto bebia um drink que um dos funcionários havia feito, quando meu celular toca.

- Sim, Michael?

- Desculpe em atrapalhar sua manhã, Ruby. Mas fui informado que seus pais faleceram

- Qual o horário do enterro?

- Será agora de manhã, senhorita

- Certo, obrigada por me avisar

- Esse é meu trabalho. E sinto muito pela perda

Suspiro.

Em minha casa coloco uma legging preta, uma regata e uma jaqueta de couro ambas na mesma cor da calça. Faço duas tranças em meu cabelo e coloco meu coturno, pego meu capacete e saio de casa.

O barulho de minha moto alertava minha chegada e atraia olhares de meus familiares.

- Isso é jeito de chegar em um velório?

- Vó, deixa isso pra la - minha prima repreende minha avó

Cumprimentava todos enquanto ouvia palavras de acolhimento de uns e alguns olhares tortos de outros. Permaneço em um canto ao fundo, ouvindo tudo o que diziam enquanto velavam os corpos.

𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐀 𝐆𝐎𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora