𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 Ⅱ

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Desde os meus 13 anos sei que sofro dessa doença

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Desde os meus 13 anos sei que sofro dessa doença. Eu vivo um dia diferente todo dia. As pessoas se apresentam para mim todos os dias, conheço um cantor novo todos os dias no Spotify, embora depois perceba que já o ouvi milhões de vezes. Passo bastante tempo no hospital, porque lá eles me dão vitaminas, já que essa doença faz com que eu enfraqueça também. Os médicos dizem que a indústria está trabalhando em um remédio para esse problema, mas eu não tenho tanta fé.
Eu gostaria de viver uma vida normal, como qualquer outro garoto da minha idade. Gostaria de ir para a faculdade, casar e ter filhos. Às vezes penso que nunca vou conseguir realizar esses sonhos. A depressão faz com que eu venha mais vezes para o hospital.
Por causa da minha falta de memória, meus pais deixam um caderno com informações sobre mim sempre do lado da minha cama de hospital.

Hoje acordei um pouco mais animado, coloquei jazz no Spotify e fiquei com meus fones de ouvido por um tempo. Minha casa não é o hospital, logo irei embora e irei praticar esportes. É o que eu faço de melhor. Mesmo que eu perca a memória, não perco as habilidades atléticas.
Olho para o lado e vejo uma garota que parecia ter a minha idade ou talvez um pouco mais nova. Me pergunto porquê ela está aqui. Trocamos algumas palavras sobre jazz, sinto uma alegria em poder conversar normalmente com alguém da minha idade.

── Oi, filho, bom dia! Como passou a noite? ── Uma mulher de cabelos pretos de meia idade se aproxima de mim.

Pego meu caderno e logo na primeira página havia uma foto dessa mulher escrito embaixo: "Mãe"

── Oi, mãe. Eu tô bem, acordei bem.── respondo olhando para minha mãe que vestia um vestido todo rosa e trazia uma enorme sacola.

── Eu trouxe pra você algumas coisas que você gosta, olha! Tem mangas, suco de maçã verde, revistas em quadrinhos, torta de morango e esse quebra-cabeça. ── Minha mãe fala tirando todas as coisas da sacola.

── Obrigado. ──  agradeço sem ao menos lembrar que gosto de todas essas coisas que ela fala.

Uma tristeza toma conta de mim por pensar o quanto deve ser difícil para minha mãe ter que lidar com a minha doença todos os dias.
Minha mãe então se despede de mim e eu pego o suco de maçã verde que ela deixou e começo a montar o quebra cabeça.

Olho para a garota do lado que tinha um olhar triste.

── Quer me ajudar a montar? ── Pergunto tentando anima-la.

── Um quebra-cabeça? Ah, obrigada, mas eu nem posso andar, quebrei minha perna. Não consigo ir até aí. ──  Ela responde e então eu começo a pensar em uma solução.

Decido levantar e mover a cama da garota próximo a minha e então ela dá uma risada.

── Quer mesmo que eu te ajude a montar isso? ── Ela fala olhando para o quebra-cabeça que tinha mais de cem peças.

Eu assenti e assim fizemos. Começamos a montar o quebra-cabeça sem nem ao menos sabermos o nome um do outro. E assim, o tempo passou e o hospital já não parecia tão chato.

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