Tudo por eles

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Já fazem 2 meses desde que a infecção começou, 1 e 10 meses desde que encontrei as garotas novamente e 5 dias desde quando saímos do abrigo. Até que estamos indo bem. Temos água potável, comida estocada para emergências, remédios e recursos para se caso nos machucarmos, treinamos diariamente para nos defender e armadilhas espalhadas para caso de ataque ou intrusos.
As meninas ainda choram ao lembrar de suas famílias e amigos, e principalmente quando lembramos do Phelipe. Nós sempre rimos quando lembramos das palhaçadas que ele fazia quando via a gente triste, mas lembramos dele sempre nos faz chorar.
Alguns dias se passaram e a gente foi se adaptando cada vez mais, e em uma de nossas patrulhas pelo perímetro, encontramos brasas de uma fogueira que havia sido apagada ainda a pouco, isso nos fez entrar em alerta, até que ouvimos a minha cachorra latindo sem parar e um grande grito de dor, voltamos para o local do abrigo para ver o que estava acontecendo.
Ao chegar lá, nos deparamos com uma menina presa em uma de nossas armadilhas por ter se assustado com minha cachorra. Ela estava presa em um buraco coberto, porém acabou se cortando em algumas pedras ao cair. Antes de tirá-la dali, Anne e Naty resolveram enterrogala.
Nas palavras da garota, o nome dela era Mille, estava fugindo para fora da cidade, seguiu uma pequena estrada de terra, até ver minha cachorra e cair na armadilha. Porém fixamos com a pulga atrás da orelha, porque se a história dela era realmente verdadeira, então quem acendeu a fogueira que encontramos perto do acampamento?
Tiramos ela do buraco, e elas implorou para que não machucassemos ela, e que ela faria de tudo para nos ajudar no que precisássemos. Mesmo concordamos, não confiamos nela de início, mas de uma forma ou de outra, ainda não sabíamos quem havia acendido a fogueira, mas acabamos por descobrir. Em umas das noite, eu fui fazer uma ronda noturna, vi alguém perto das árvores, evitando pisar em alguma armadilhas. Mas isso não impediu que Naty levantasse, pegasse seu arco e acertasse uma flecha na perna do invasor.
Os gritos de dor dele acordaram a Anne e a Mille, e descemos para ver quem era.
Era um garoto que estava fugindo também, entretanto tinha um problema com ele, ele estava com uma mordida no braço. De início pensamos não ter nenhum problema, até reparar que estava tendo os mesmos sintomas dos infectados. Anne não pensou duas vezes ao cortar a cabeça daquele garoto fora.
Na manhã seguinte, Mille foi andar um pouco pelos arredores, mas demora muito para ela voltar, pois havia avistado uma horda de infectados adentrando a nossa zona segura. Como eles começam a se aproximar, pegamos nossas coisas e deixamos as armadilhas acionadas.
Vamos cuidadosamente até o carro para sairmos, atropelando vários infectados pelo caminho e voltamos para a estrada.
Enquanto estávamos a caminho de outro lugar para ficar, avistamos um civil fugindo de uma horda de infectados, eu, Anne e Naty fomos ajudá-lo, enquanto Mille cuidava do carro, ela não sabia dirigir mesmo. Assim que conseguirmos salvar aquele civil, disse que seu nome era Zack, nos agradeceu e nos aforeceu ajuda.
Dentro de sua mochila havia vários recursos que poderíamos usar em nossa sobrevivência. Concordamos em ajudá-lo e levá-lo junto com a gente, quanto mais pessoas para nos ajudar, melhor.
No meio do caminho encontramos mais uma pessoa, era Paul, um velho amigo meu, que também estava fugindo. Sem pensar pedi para ele subir no carro junto a gente, mas nem imaginava que esse foi o meu erro. Em certo ponto da viagem, paramos em um posto de gasolina para reabastecer e pegar mais comida dentro da loja do ponto. Mas por ironia do destino, dezenas de zumbis surgiram de casa esquina daquele posto.
Tentamos lidar com o máximo de zumbis que conswguiamos até o tanque do carro enchei, assim que chegou o limite do tanque, jogamos gasolina no chão e em alguns zumbis para que assim que a gente se afastou o suficiente, usamos uma fecha inflamada para explodir todo aquele lugar e os zumbis em volta. Porém, entretanto, assim que nos afastamos dos zumbis e estávamos seguros, paramos para acampar. Assim que acabou o meu turno, coloquei Naty e Paul para cuidar da ronda. Porém foi aí que tudo desandou.
Zack se levantou para andar um pouco, vendo Paul e Naty se afastarem um pouco da zona do acampamento e indo atrás deles, um pouco de longe, Zack vê Paul nocalteando Naty e avançando para fora da zona segura, Paul começa a chamar a atenção dos zumbis para o acampamento, só não contava que Zack já havia levado Naty de volta ao acampamento e acordado todo o grupo.
Porém Paul volta ao acampamento desespero enquanto Zack sorri. Ele havia deixado obstáculos no meio do caminho para Paul tropeçar, e ser mordido por um dos infectados. Paul começa a chorar e a pedir perdão, ele suplicava por ajuda enquanto seu corpo ficava sem forças, pois o vírus começou a se alojar no seu sistema nervoso.
Anne pega seu facão para matar Paul de uma vez, porém eu a impeço de fazer isso, pois morrer seria tudo que Paul iria querer naquele momento. Então deixamos Paul lá para que a contaminação continue a se alastrar pelo seu seu e mente. Pode parecer meio hipocrisia da minha parte fazer isso, escondo minha família para que ninguém os machuquem, mato a mãe do meu amigo e vários contaminados, e agora deixo um amigo de longa data sofrer a contaminação.
Mas esse grupo é a minha família agora, não posso permitir que ninguém machuque eles.
Continuamos nosso caminho, até pararmos em uma espécie de cemitério de carros abandonados rodeados de infectados. Acabamos entrando em um lugar sem saída, e nossa única opção foi revidar. Começamos a atacar os infectados a cada vez que eles avançavam, porém, Zack acaba sendo mordido nos dedos, e ele nem pensou duas vezes ao cortar sua mão fora. Mesmo aguniando de dor, ele continua lutando. Porém a cada horda que derrotavamos, mais e mais infectados.
Conseguimos abrir passagem para voltarmos para alguma rota, Zack entra no carro primeiro, comigo levando Naty e Anne logo depois, porém, Naty acaba tropeçando em meio aos infectados. Quando Naty iria ser atacada, Mille começa a gritar e chamar a atenção dos infectados para si mesma, não havia mais como salvá-la. A última coisa que eu ouvi dela antes de seus gritos de dor, foi um pedido para que eu nos salvasse e cuidasse de todos.
Voltamos para estrada com lágrimas nos olhos e um gosto ruim na boca, uma pessoa que havia acabado de nos conhecer, se sacrificou para que ganhassemos tempo para fugir. Cuidamos dos ferimentos de todos e estancamos o sangue do Zack para que ele não morra por falta dele. Como o turno dessa vez era de Anne que já estava dirigindo, eu e Zack nos deitamos com a minha cachorra no fundo do carro para dormimos um pouco.
Quando eu acordo, estávamos todos inconscientes, um dos pneus do carro acabou sendo furado por uma armadilha na estrada, fazendo Anne bater o carro em uma árvore. Felizmente, ninguém se machucou gravemente e o carro não foi tão danificado. Somente Anne que cortou a testa com um pedaço de vidro que saiu das janelas do carro e Naty que quebrou o pulso por colocar a mão na frente dos airbags pelo impacto da batida.
Porém já estava de noite, usamos galhos e itens que estavam perto de nós para tampar os buracos da janela para descansamos dentro do carro. Como não tínhamos estepe, tivemos que procurar por outro meio de transporte no dia seguinte, mas não muito longe dali, havia uma Van totalmente modificada, um arames e pontas afiadas na frente, porém abandonada. As chaves estavam na ignição e por dentro estava cheio de sangue. Por tanto, seja quem for o dono dessa Van, possivelmente já havia morrido.
Entramos na Van e voltamos para o nosso outro carro para colocar nossos suprimentos dentro daquela Van. Enquanto seguimos nosso caminho, avistamos uma espécie de base fortificada, desci sozinho da Van para buscar ajuda, quase sendo baleado por alguém que estava no alto dessa base. Assim que viram que eu era um civil comum, antes de me deixarem entrar, revistaram meu corpo para ver se eu não estava contaminado. Assim que eu disse para eles que eu estava acompanhado de mais 3 pessoas, eles me ofereceram ajuda de 2 dos seus integrantes para buscar meus amigos. Porém, assim que nós chegamos na Van, infectados aparecem e começam a nos atacar.
Em um ataque de pânico, um dos integrantes que vieram comigo começou a arremessar pequenas facas na direção dos infectados, e uma dessas facas acaba acertando uma das pernas de Anne e a barriga de Naty. Eu empurrei meus amigos de volta para a Van e fui em direção a base. Assim que chegamos na base, os outros 2 que foram para me ajudar chegaram logo em seguida. Rapidamente levei Anne, Naty e Zack para uma sala onde cuidavam dos feridos. Assim que vi que alguém iria cuidar deles, saí da sala, porém fui parado pelo mesmo atirador que quase me matou quando cheguei. Como eu não queria sangue de infectados saindo na minha boca, nosso grupo sempre enrolou panos como se fossem mascaras em volta do rosto. Esse atirador e também o líder desses sobreviventes, queria que eu mostrasse o meu rosto para ele, porém eu só faria isso se ele fizesse o mesmo. Acabou que nenhum de nós mostrou o rosto. Ele concordou com que nós continuassemos ali, mas à qualquer sinal de traição, seria morte na certa. Eles me ajudaram a trazer a Van para dentro, me assegurando que ninguém tocaria nos nossos suprimentos. Após 2 dias que estávamos alojados naquela base, um grupo de quatro pessoas acabam batendo na porta da base. Assim que eles abrem a porta, lá estava, Jack, Mary e Luke, três velhos amigos meus que eu achei que já estariam mortos ou tiveram sido levados pelo socorro dos policiais, junto à eles estava um garoto que eles haviam ajuda a escapar. Como já tinha me decepcionado com Paul, não me arrisquei ao falar com eles.
Mary é levada para sala de cuidados, pois ela estava com o pé machucado. Uma semana se passam e as feridas dos meus amigos estavam melhorando, somente Zack que iria demorar mais. Vez ou outra pedia ajuda ao integrantes daquele grupo para me ajudar a cuidar da minha cachorra, ela estava fraca e não estava nem um pouco acostumada com aquele ambiente.
Lá dentro, aprendi como usar armas de fogo, também foram me dadas algumas armas e munições para quando nós saíssemos de lá. Mesmo com as garotas praticamente recuperadas, elas preferiram fazer companhia para Zack na sala, ao invés de ter que encarar a discutível sensação de estar em volta daquele grupo. Eles não pareciam querer nos machucar, mas saber que estávamos sendo observados por eles era um tanto quando chato.
Eu me encontrava por horas me perguntando como estava o resto da humanidade. Como será que o resto do mundo estava reagindo aquela situação cataclismica? Também pensava bastante na minha família, sentia falta de brigar por motivos bobos com meus irmãos e de discutir sobre meus amigos com minha mãe. As vezes me sentava na cama com Zack e as meninas para descontrairmos e rir um pouco quando estava entediado. Era até que bom, vez as garotas rirem depois de todos esses problemas que enfrentamos sozinhos, me dava pelo menos um motivo para continuar.
Um dia, mesmo com um pouco se dor, Zack finalmente saiu da sala de cuidados para andar um pouco, estava fazendo bastante calor, então finalmente tirei os panos que cobriam o meu rosto para respirar um pouco. Só não contava com o fato que Luke, Mary e Jack me vissem na mesma hora e gritassem meu nome.
MAY!!!! Todos da base olhando em minha direção, fazendo com que as garotas saíssem da sala para ver o que estava acontecendo, enquanto Zack tentava afastar os três de perto de mim. Isso até o líder do grupo olhar para Naty e começar a correr em sua direção.
Naty! É você?! Eu não acredito!!! Isso até eu e Zack entrarmos na frente de Naty para defendê-la. Por trás dos panos que o líder estava usando, dava para ver lágrimas escorrendo de seus olhos enquanto ele olhava para mim e para as meninas. Mal podíamos imaginar quem estava por trás daquelas faixas.

Continua...

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