Escuridão Oculta: Dez Faces

Traumas

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"Aonde gostaria de se esconder e por que?" foi mais uma das perguntas estúpidas do psicólogo do hospital psiquiátrico, onde fiquei internada por dez anos. Vivi metade da minha vida nele e desenvolvi mais infantilidade do que maturidade. Uma vez houve uma outra pergunta tão idiota que queria rasgar a pele dele até quase arrancar suas veias. Esse psicólogo teve sorte, porque meses trabalhando no hospital, pediu demissão um dia qualquer. É uma pena, queria tanto brincar com sua carne.

Rumores diziam que após uma sessão de terapia com tal paciente bonita e de olhos encantadores, ele não conseguiu dormir, e quando dormia, tinha pesadelos tão violentos que vomitava ao acordar. Huh! - solta uma arfada no nariz, com um sorriso humorado - isso não é engraçado?

— Não quer dizer. . . coincidência?

— Coincidência? Por que? Acha que estive por trás desse ocorrido?

— Na verdade- — investigadora é interrompida.

— Eu não me importava e nunca me importei com aquele arrombado — Diz com frieza, a garota de cabelos branco neve — Deixei bem claro agora?

Estava ali, Ágata Menezes, num interrogatório em uma sala privada. Havia parado na delegacia após ter sido vista num incêndio em um prédio comercial. Testemunhas disseram às autoridades que uma jovem de cabelos brancos e olhos verde-água encontrava-se paralisada no meio do fogo. Algumas até disseram que a garota estava NO fogo. As chamas encostando em sua pele, mas não parecia sentir dor, nem sua pele estava chamuscando e se tornando cinza. Só se retirou quando os bombeiros arrastou-a para fora. Os policiais a viu e a colocou no carro.

Ágata não se importava com nada, desde que soube lidar com que diz "traição" de seus pais. Tudo o que ela sabe desde agora é que aos três anos de idade, no jardim de infância conheceu novos amigos, os únicos até os dias de hoje. Seus nomes são: Scott, Gray e Diamanta. Se tornaram seus grandes amigos e a ajudaram todo esse tempo com os "filhos da puta".

Aos dez anos, Ágata apresentou seus três amigos para os pais, o que foi a gota d'água.

— Filha, o que está falando? — pergunta o pai.

— Meus amigos! — diz a garotinha, abrindo os braços para o lado, os apresentando.

— Seus amigos? Mas, minha filha, não tem ninguém aqui além de nós três. — conclui a mãe.

Ágata não se surpreende. Na verdade, já sabia que seus amigos não eram apenas amigos. Não, não são amigos imaginários. São mais para fantasmas! Ou também podem ser chamados de espíritos, na religião espírita.

Os pais de Ágata sentiram pânico ao observar a filha conversar com esses amigos em casa nos próximos dias. Nesses dias, conversaram e pensaram muito antes de tomar uma decisão drástica, o que mudou totalmente o rumo da vida da garotinha. Ela nunca imaginaria que no final de semana, iria ser levada à força para um hospital psiquiátrico principal da cidade, colocada em uma maca, fechos em seus braços e pernas. Seus pais tentaram a tranquilizar, dizendo que ela passaria apenas um ano e é como se fosse um parque de diversões.