A última vez que eu chorei foi na oitava série. E, por coincidência, também tinha a ver com Percy.
Silena Beauregard e eu crescemos juntas. Minha mãe era vizinha do seu pai, então acabavamos passando um tempo juntas, já que mamãe e o Sr. Beauregard sempre contratavam apenas uma babá para cuidar de nós duas ─ os dois sempre estavam trabalhando. Silena e eu nunca fomos melhores amigas, mas criamos uma coleguismo, eu acho. Ela era a garota bonita. Eu era a garota inteligente. Ela também é um ano mais velha, então, na escola, nunca estávamos juntas. Ela sempre estava com os caras mais velhos e as garotas mais velhas ─ e todo mundo a venerava: as garotas queriam ser como ela, os caras queriam um beijo dela, pessoas de qualquer gênero queriam uma chance de virarem o namorado ou namorada dela. E ela amava isso.
Quando eu estava na oitava série, Percy e eu já éramos amigos há dois anos. E acabamos nos tornando uma dupla, estávamos sempre juntos, em todos os trabalhos, no laboratório de química, na sala de artes, na hora do almoço. E eu acho que nessa época eu já tinha uma quedinha por ele ─ ok, eu era apaixonada por ele.
Eu me lembro que um dia, na hora do almoço, Silena chegou em nossa mesa ─ aquela que Grover, Percy, Leo, Piper e eu sentavamos todos os dias na hora do almoço ─ e nos chamou para uma festa. Eu disse que não iria, mas Pipes me fez mudar de ideia, alegando que aquele seria o momento perfeito para eu falar com Percy fora da escola. Eu nunca fui feia, mas Piper Mclean fez com que eu ficasse mais linda que uma princesa dos contos de fadas da Silena.
Pipes foi comigo e encontramos Percy naquele jogo do papel, sabe? Aquela mesma brincadeira que a Cher Horowitz, de As Patricinhas de Beverly Hills, participa. Ele arregalou os olhos quando o papel da caiu no momento em que ele deu um se linho na Silena. E, logo em seguida, ela beijou ele. Ela realmente beijou. Não foi um se linho como aquele que eu dei na nona série, foi um beijo. Eu corri para um dos banheiros da casa dos Beauregard e me tranquei lá, chorando até Piper aparecer do lado de fora, batendo na porta e perguntando se era eu quem estava lá.
Eu nunca mais chorei de novo depois daquilo. Eu não chorei quando Percy me chamou para sair no verão pós-nona série, eu não chorei quando o meu porquinho-da-Índia morreu nesse mesmo verão e eu não chorei quando Percy se declarou para mim. Mas... Pois é... Eu estou chorando agora. Estou me transformando em lágrimas na camisa de Percy Jackson. Ele está aqui, mais vivo do que nunca e aqui, me abraçando.
── Como? ─ indago, erguendo meus olhos para ele. Percy passa os dedos cuidadosamente pelas minhas têmporas, secando minhas lágrimas. Ele não responde, apenas me abraça outra vez. Ele tem cheiro de água salgada e perfume masculino, o cheiro do meu lar. ── Como você está aqui? ─ me desvencilho dos seus braços. Percy está sorrindo para mim quando encosto minha mão em sua bochecha. ── Você é mesmo real?
Ele assente, abraçando-me de novo.
── Como isso é possível, Percy?── Você deve ter muitas perguntas, né? ─ assinto. ── Que tal falarmos disso na sua casa?
Assinto e retorno ao seu abraço.
...
Sinto como se um filhote de urso me abraçasse, mas é apenas Hazel e seu tamanho diminuto, mas força inversamente proporcional.
── Ficamos preocupadas ─ ela diz assim que sai do abraço. ── Você não atendia o telefone.── Não ficamos, não ─ Rachel diz do sofá, ela está usando uma camisa larga e branca escrito Eu sou VANtista, toda manchada de tinta. Mas a questão é: é sobre vanguarda ou Van Gogh? ── Hazel ficou. Eu tô de boa.
Hazel olha para ela da mesma forma que uma mãe olha para o filho após ele fazer um comentário cruel para um homem careca, solitário e cheio de dívidas com o banco.
── Você deveria ser mais sensível, Rachel.
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Percy Jackson Não Quer Me Atender
Fanfiction"Oi, Annie. Sei que prometi que iria à sua festa de despedida, mas aconteceu um problema. Mas eu vou aparecer aí, ok? Eu prometo. Eu sei que tá decepcionada e brava, eu te conheço. Mas saiba que eu ainda tô muito orgulhoso de você, e eu tô preparand...