O garoto observava enquanto o caixão descia na cova. Alguém lhe tocava o ombro, mas ele não sabia quem. Era como se tudo ao redor não tivesse importância.
As últimas palavras do pai dele não paravam de ecoar nos ouvidos da criança.
“━ Ele nos arruinou… Não esqueça o que ele nos fez!”.
“Não vou esquecer, papai”, o menino pensou, as lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto terra era jogada no buraco à frente dele. “Vou me vingar! Crescer e limpar a honra da nossa família!”.
O vazio no peito do garoto crescia, dando lugar ao ódio.
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━ Je n'ai pas demandé ça, monsieur (Eu não pedi isso, senhor) — Isabel falou, olhando para o garçom e de volta para a xícara de café quente em frente a ela.
━ Le monsieur à la table devant était celui qui envoyait, mademoiselle (O senhor da mesa em frente foi quem enviou à senhorita) — O garçom respondeu, sorrindo gentilmente. Isabel olhou para frente e um homem alto de cabelos escuros, um pouco mais velho do que ela, com um sorriso de lado. Ele já estava se aproximando, segurando ele mesmo uma xícara de café.
Ainda que as roupas do homem fossem mais formais e de tecido elegante, era possível perceber que ele com certeza se exercitava. A pele bronzeada contrastava com os olhos muito azuis. Ou seriam verdes? Para Isabel, eram como o reflexo das águas do mar.
━ Bonjour! Ça te dérange si je te tiens compagnie (Olá! A senhorita se importa se eu lhe fizer companhia?).
━ Oh, bien, oui (Ah, bom, sim) — O telefone dela vibrou e Isabel quase deixou o aparelho cair, ao se assustar — Droga!
━ Então a senhorita se importa?
Só então Isabel compreendeu que ela havia respondido errado.
━ Não! Eu quero dizer que não me importo e que sim, o senhor pode se sentar — Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, sorrindo nervosamente.
O homem sentou-se, depositou a xícara de café dele em cima da mesa e estendeu a mão para ela, a fim de que Isabel fizesse o mesmo.
━ Meu nome é Sebastián Alarcón — Ele beijou os dedos dela, galantemente ━ Ao seu dispor.
━ E eu me chamo Maria Isabel Guillén — Ela já respondeu e só então se deu conta de que estava falando em espanhol com ele — Perdão! Eu falei em espanhol Ouvi seu nome e acabei supondo… Me desculpe!
Sebastián balançou a cabeça.
━ Não precisa se desculpar. Eu sou mexicano. E… — Sebastián sorriu de lado, passando a língua pelo lábio inferior — A senhorita já está falando em espanhol há algum tempo. Não percebeu?
Os olhos de Isabel se arregalaram.
━ Minha nossa, não! Que deselegância! — Isabel levou a mão ao rosto, sorrindo envergonhada — Eu também sou do México! Isso é realmente uma coincidência!
━ Verdade? — Ele soltou uma leve gargalhada e Isabel se derreteu um pouco mais por ele ━ Deve ser o destino! Nos encontrarmos em plena Paris!
Ela concordou com a cabeça.
━ Muito provavelmente.
Após alguns minutos de conversa, eles descobriram que compartilhavam de alguns pontos em comum: eram filhos únicos de famílias empresárias — enquanto a dela era voltada para a indústria têxtil, a dele mexia com vinhos —, estudaram o mesmo curso e, claro, a paixão pelo café.
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Vingança e Amor - DEGUSTAÇÃO
RomanceIsabel acredita ter encontrado o amor verdadeiro, porém, não sabe que Sebastián está apenas em busca de vingança. Ele é um pesadelo fantasiado de sonho. Porém, quando Sebastián perceber que os sentimentos que nutria por Isabel são bem diferentes do...