Capítulo 07

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Ela sabia que a amiga apenas se preocupava com a felicidade e o bem estar dela. 

— Eu tenho certeza de que ele é o amor da minha vida, Noelia. No início eu não nego que fiquei incrédula, mas ele não me deu nenhum motivo para que eu pensasse diferente. Ele é gentil, amoroso e, o mais importante, ele me respeita. 

Noelia sorriu. 

— Isso me deixa aliviada, então. E espero que você seja muito feliz, todos os dias de sua vida. Ah, mas se ele te magoar, pode me falar que eu mesma dou um soco nele! 

As duas começaram a rir. 

— Vejo que as duas princesas estão muito alegres! — Vega falou, aproximando-se das duas. 

— Sim, mamãe! Estávamos falando do meu casamento — Isabel respondeu. 

Vega adorava falar do casamento, por isso, tratou de se sentar e ficou ali com as duas jovens. 

*SEIS MESES DEPOIS*

O casamento tomaria lugar na mansão dos Guillén. Edgar fez questão de que a festa foss lá, pois isso daria a eles um maior controle de quem poderia ou não entrar. Sebastián concordou. 

Isabel estava se arrumando com Vega e Noelia. 

— Você está tão linda! — Noelia disse e enxugou uma lágrima que teimava em escorrer pelos olhos dela. 

— Não chore, Noelia! Sua maquiagem vai borrar! — Vega falou, ela mesma enxugando os olhos. 

Isabel abanava o rosto com as mãos, na tentativa de controlar as próprias lágrimas. 

— Eu não acredito que vou me casar! — Ela disse, sorrindo — Isso é real? Sebastián é tão perfeito!

— Sim, meu amor! E eu estou tão feliz por você! — Vega falou, sorrindo — Agora, Noelia e eu vamos ver se tudo está pronto para que você possa descer.

Isabel concordou com a cabeça e logo ficou sozinha. Ela se olhou no espelho e imaginou se Sebastián a acharia bonita. Ele sempre dizia que ela era perfeita, mas ainda assim, ela queria estar mais do que perfeita. Era o dia do casamento deles!

Ela ouviu um movimento atrás dela e se virou. 

— Alejandro! — Ela disse, surpresa — O que faz aqui?

Ele estava bem vestido, com os cabelos penteados para trás. Nem parecia apenas um criado. 

— Isabel, não se case. 

Ela olhou para ele, confusa. Então, sorriu nervosamente. 

— Perdão, como?

Ele deu um passo para dentro do quarto e Isabel, um para trás. 

— Você não conhece esse homem direito! Como pode querer se casar com ele? — Alejandro falou, exasperado, olhando de relance por sobre o ombro. 

Isabel o olhou feio.

— Alejandro, eu acho que isso não cabe a você julgar. 

— Eu só quero o seu bem. E eu sinto que esse homem não presta! 

— Por favor, não fale mal de Sebastián! Ele por acaso fez ou disse alguma coisa inapropriada?

— Não, mas…

— Então por que você está aqui falando assim dele? — Ela questionou, sentindo o rosto esquentar de raiva — Você não tem esse direito! E ele nem está aqui para se defender!

Os olhos de Alejandro brilharam e ele encheu os pulmões. 

— Eu tenho, sim! Eu amo você! 

Isabel foi surpreendida por aquela declaração. Alejandro e ela foram muito próximos quando crianças, depois, ainda que permanecessem amigáveis, eles não eram mais como antes. Ele sempre foi muito gentil, era verdade, mas… Amor?

— Alejandro, você está apenas confuso.

— Não, Isabel. Eu amo você há muitos anos! Eu sei, eu sou apenas um pobre empregado. Não posso te oferecer nem um décimo do que Sebastián Alarcón pode! E também sei que você não é do tipo de mulher que só se importa com dinheiro, por isso te digo, eu te ofereço o que você mais dá valor: caráter, sinceridade e, claro, o meu coração! Ele não te oferece o mesmo!

— Chega! 

Alejandro decidiu que apenas falar não era o suficiente. Ele tomou dois passos largos e não deu tempo para que Isabel lutasse. Ele segurou os ombros dela e a puxou para ele, beijando-a. 

Isabel ficou estática, inicialmente, tamanho foi o choque. Porém, rapidamente ela começou a tentar se desvencilhar do aperto de Alejandro, empurrando-o. 

Ele se afastou quando ela o mordeu e, em seguida, ela lhe deu um tapa, deixando ali no rosto dele a marca dos dedos dela.

— Você enlouqueceu?! — Ela bravejou. 

— Eu deveria ter feito isso muito antes! Esse homem não merece você, eu sei disso, Isabel! Se ele fosse bom, eu não me importaria de ceder. Mas eu sei que ele não é. E eu nunca errei quanto a uma pessoa.

Isabel balançou a cabeça de um lado para o outro. 

— Vá embora, Alejandro. Vá! — Ela apontou para a porta — Eu não falarei nada ao meu pai para que você não seja mandado embora. Mas nunca mais se aproxime de mim!

Alejandro estava com os olhos cheios de lágrimas, tanto de tristeza quanto de raiva. 

— Eu vou estar aqui quando você precisar de mim, Isabel. Não importa o que aconteça. 

Ele se virou e saiu do quarto. 

Isabel se deixou cair na cadeira, chorando. 

Ela não sabia, mas Sebastián havia entrado na casa para poder ir ao banheiro, quando viu Alejandro subindo as escadas. Ele estranhou e seguiu o homem. Sebastián havia ouvido e visto tudo. A vontade dele foi de invadir o quarto e acabar com Alejandro, porém, quando este beijou Isabel, ele se controlou e decidiu que o melhor a fazer era não sujar as próprias mãos. Não no dia do casamento dele! 

Quando percebeu que Alejandro sairia do quarto, ele se escondeu atrás de um grande vaso que tinha no chão. Sebastián pegou o celular e ligou para um dos funcionários dele, um dos capangas que trabalhavam para ele e estavam ali para fazer a segurança.

— Eu quero que vocês dêem uma surra em Alejandro. O criado da família Guillén — Ele falou e deu a descrição do homem — Não o matem. Eu quero que ele viva para ver Isabel e eu casados.

“E saber como ela sofre e ele, mesmo oferecendo o amor dele, não foi capaz de salvá-la!”

Depois disso, Sebastián voltou para a festa e tomou o seu lugar no altar. 

Quando Isabel apareceu, ele sorriu involuntariamente. Ele ficou muito satisfeito em como ela agiu com relação a Alejandro. Isso deu a ele a certeza de que ela o amava, portanto, tudo estava caminhando para funcionar exatamente como ele havia planejado. Ele empurrou para o fundo da mente dele a voz que lhe dizia que não foi só pelo plano, mas sim porque lhe agradava o simples fato de Isabel o amar e lhe ser fiel.  

Ela estava lindíssima. Sebastián, por um momento, pensou apenas em como ele queria beijá-la e tê-la nos braços. Quando Isabel levantou o véu e olhou para ele, após ambos terem dito “sim”, ele sentiu o coração encher de um sentimento diferente. Ela o olhava com tanto amor, tanto carinho…

Ele a beijou e o coração dele acelerou. 

“Não, Sebastián! Ela não é uma pessoa! Ela é apenas parte de um plano!”, ele se lembrou e o coração dele voltou a ficar gelado. Isabel era filha de Edgar Guillén, o causador da morte dos pais dele! 

Isabel trocou de roupa rapidamente, eles aproveitaram a festa, dançaram, discursaram e, finalmente, era hora de irem embora. 

— Espero que você goste da vinícola, meu amor. Minha esposa — Ele disse e beijou-lhe os lábios de Isabel, quando eles já estavam dentro do carro. 

— Você é tudo o que eu preciso, Sebastián — Ela deitou a cabeça no ombro dele e o carro deu partida. 

A viagem foi longa, Isabel dormiu e Sebastián aproveitou para verificar os negócios dele. Ele olhou para fora da janela, vendo que se aproximavam e sorriu. 

“Edgar, você em breve vai saber como a sua filha está vivendo. E saberá, também, que tudo isso é culpa sua!” 

Assim que o carro parou, Sebastián fechou o laptop, colocou-o de lado e tratou de despertar Isabel. 

Ele olhou para o rosto dela, que estava em paz. Ela parecia um anjo adormecido e ele sentiu uma certa pena em acordá-la.

— Patrão, precisa de ajuda? — Domingos perguntou, mas Sebastián levou o dedo à boca, a fim de que o homem falasse mais baixo e apontou para Isabel com a cabeça. 

Domingos abriu a porta do carro, segurando-a, a fim de ajudar o patrão a pegar a nova patroa e levá-la para dentro do casarão. 

Sebastián meneou com a cabeça em direção à Domingos, agradecendo pela ajuda. Este tocou a aba de seu chapéu e sorriu. 

Isabel não era nada pesada, e Sebastián não teve qualquer dificuldade em levá-la escada acima até que entrassem na casa. Ele foi direto para o quarto que ele pediu que fosse preparado especialmente para Isabel. 

Ele a depositou na cama e observou como ela estava bonita, com os cabelos espalhados pela cama. Ele se inclinou para frente e inalou o perfume dela. 

“Essa mulher é uma tentação…”, ele pensou e acariciou-lhe o rosto. Isabel se moveu e começou a abrir os olhos. 

— Sebastián… — Ela disse, sonolenta e olhou em volta — Onde estamos?

— Em casa, meu amor — Ele respondeu e segurou-lhe o rosto, beijando-lhe os lábios e sorrindo. 

Isabel sorriu feliz. 

— Eu vou tomar um banho — Ela falou, já sentindo-se nervosa. Ela pode ver pela janela que o dia havia se tornado noite, o que significava que eles teriam a noite de núpcias. 

Sebastián compreendeu o que se passou pela cabeça dela e assim que Isabel se levantou da cama, ele a segurou pela cintura e a puxou para ele, com um pouco mais de brutalidade do que ele jamais havia usado com ela. 

— Vamos tomar banho juntos.

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