— É exatamente o que sinto por Isabel. Eu sei que ela é a única mulher com quem eu quero passar o resto de minha vida. Parece vão, uma vez que não a conheço há muito tempo. Mas… O amor tem seus mistérios, não é mesmo?
Sebastián se sentiu mal por falar daquela forma, por mentir. Porém, algo lá no fundo lhe dizia que não era tão mentira, assim.
“Não seja louco!”
Edgar sorriu, tristemente. Sim, o amor tinha os seus mistérios. E, diferente do que muitos pensam, nem sempre termina com um final feliz. Infelizmente, o amor não bastava, muitas vezes.
Isabel e Vega retornaram. Isabel vestia uma roupa mais simples e era possível ver os braços vermelhos. Por um momento, Sebastián sentiu o coração dele doer. Ele se levantou e foi ficar ao lado da namorada.
— Meu amor… eu sinto tanto! — Ele disse e beijou-lhe a testa. Ele não a beijaria nos lábios na frente dos pais dela. Isso o faria parecer sem-vergonha e desrespeitoso o que, por hora, poderia lhe frustrar os planos.
— Perdão por ter estragado o almoço — Isabel falou baixinho, mas Vega a olhou com o cenho franzido.
— Não foi culpa sua! Foi Ximena! Eu vou ter uma conversa com ela!
— Mãe.. Foi um acidente. A vasilha devia estar pesada. Ela tropeçou.
Sebastián olhou para Isabel e pensou que ela podia ser ingênua demais algumas vezes. E uma voz na cabeça dele confirmou, afinal, se ela não fosse tão boba, não acreditaria tão facilmente nas mentiras dele.
“Pare com isso, Sebastián!”, ele brigou consigo.
— Vamos terminar de comer, sim? — Edgar falou e eles se sentaram à mesa. A comida, claramente, já estava fria. Graça e Mariela esquentaram tudo, novamente.
Quando terminaram de comer, todos foram à sala de estar e Sebastián recebeu um cálice de licor das mãos de Edgar.
— Eu mesmo o fiz — O homem disse, sorrindo. Edgar estava disposto a passar por cima do fato de que Sebastián era filho de German, pois Isabel era mais importante.
Sebastián recebeu o cálice e agradeceu, tomando um gole. Aquilo era Pulque, uma bebida considerada sagrada pelos astecas. Poucos locais comercializavam aquilo. E Sebastián sabia que Yasmin também sabia preparar a bebida. A mãe dela o havia ensinado, o que significava que muito provavelmente, ela ensinou a Edgar, também, uma vez que era algo da família dela. O nó na garganta de Sebastián apertou.
— Obrigado! — Ele disse e bebeu o restante do conteúdo, olhando para Edgar. A cada momento, ele ficava com mais raiva.
— É um prazer. Uma pessoa muito querida me ensinou, há muitos anos, como preparar.
Vega sabia que Edgar teve uma amiga que era querida demais, porém, ela se mudou para longe após o casamento e, por isso, nunca se conheceram.
— É verdade. Uma pena que eu não cheguei a conhecer essa pessoa. Edgar gostava muito dela.
— Verdade? — Sebastián perguntou. Ele olhou para Edgar e ficou com nojo. O homem fez parecer que era algo inocente, ganhando a empatia até da própria esposa! Isso deu a Sebastián ainda mais combustível para que ele continuasse com o plano dele.
— Sim. Era uma amiga de longa data. Ela faleceu em um acidente, infelizmente — Edgar disse. Ele não poderia mencionar que aquela era a mãe de Sebastián, mas ele achou que o Pulque poderia fazer o rapaz se sentir em casa, já que Yasmin costumava servir sempre. Ele queria que Sebastián os visse como família.
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Vingança e Amor - DEGUSTAÇÃO
RomanceIsabel acredita ter encontrado o amor verdadeiro, porém, não sabe que Sebastián está apenas em busca de vingança. Ele é um pesadelo fantasiado de sonho. Porém, quando Sebastián perceber que os sentimentos que nutria por Isabel são bem diferentes do...