Acordei e logo fui para o banheiro me arrumar para ir para a escola.
Cheguei atrasada no dia anterior então eu não queria levar sermão da diretora novamente.Me arrumei rapidamente, normalmente eu acordo mais cedo, acho que acabei dormindo demais devido a tensão de ter me encontrado com o Kian, só de lembrar daquele cara meu corpo todo se arrepiava.
Eu tive um sonho muito louco, eu podia jurar que tinha conversado com a Carol no dia anterior, que loucura né? Tipo, não tem como conversar com os mortos, pelo menos eu acho que não.De toda forma me arrumei apressada e fui correndo para a frente de casa, com a faculdade estava de luto devido ao ocorrido com a Caroline, o Joshua não teria aula hoje também, então enquanto me arrumava pedi ao Lucas que me desse uma carona até a escola, por sorte ele sempre chega tão atrasado quanto eu e mora bem próximo da minha casa.
Quando sai de casa me deparei com Lucas montado em sua Falcon, uma moto que eu sequer sei como uma pessoa tão fisicamente frágil quanto ele conseguia manter de pé:
- Bora logo, já não basta chegar junto com uma mulher você ainda quer fazer eu me atrasar? - Disse ele me apressando enquanto dava partida na moto passando a primeira marcha:
- Cala a boca e dirige seu viado, não é como se alguém fosse pensar que uma florzinha feito você do nada decidiu começar a gostar de vagina - Falei enquanto pulava em cima da moto e abraçava a sua cintura, ele tinha uma barriga malhada, Lucas é do tipo vaidoso, ele sempre foi muito preocupado com sua aparência, então desde que eu o conheço ele é um ratinho de academia assumido.
Dado o fato dele dirigir como um louco não levaram nem 15 minutos para chegarmos na escola, assim que ele parou na vaga de sempre eu pulei da garupa, porém acabei pisando em uma pedra.
Antes que eu caísse de bunda no chão senti um braço grande me segurar, porém eu conhecia aquele braço, não só isso, eu sabia que aquele frio na espinha só podia significar uma coisa:- Pra que a pressa? Devagar é mais gostoso - disse Kian enquanto a apalpava minha bunda sem pudor algum, dei uma cotovelada em seu estômago porém o mesmo me soltou antes de ser atingido, quanto mais eu vejo esse cara, mais raiva dele eu sinto:
- Você é algum tipo de stalker ou sei lá? Devia parar de seguir as pessoas assim seu tarado - Esbravejei sem dar muita atenção para ele enquanto praticamente corria em direção à escola, ele ficou ali, parado com um sorriso de canto de rosto e eu claramente podia sentir o seu olhar na minha bunda, eu tentava tampar com a mochila porém se eu abaixasse mais acabaria forçando minhas costas, e sinceramente eu não queria ter que me preocupar além de tudo, com dores na coluna.
Lucas foi junto comigo, e passou o resto do dia me infernizando sobre o acontecido, "quem era ele?", "Minha pequena Ju finalmente descobriu o prazer do sexo?", "você me empresta ele?", eram apenas alguns dos comentários que eu tive que suportar durante todo o resto do dia:
- Vai fazer alguma coisa depois da aula Jullie? - Perguntou Lucas enquanto sentava-se ao meu lado no refeitório, okay fodesse eu admito, eu sou uma solitária, nunca fui do tipo de fazer muitos amigos, sinceramente? Eu nem quero muitos "amigos", a maioria das pessoas esquecem da existência uma da outra quando terminam a escola e seguem caminhos apostos, então, qual o sentido em formar relacionamentos com pessoas cuja a única coisa que temos em comum é o fato de estudarmos na mesma escola?
Relacionamentos são passageiros e sempre deixam um vazio quando acabam, e eu sempre acabo me enchendo de auotpiedade tentando preencher esse vazio.
Mas o Lucas sempre foi diferente, não importava o quanto eu tentava o afastar, esse viadinho pão com ovo sempre estava lá, acho que foi a primeira pessoa que eu realmente quis manter perto fora o meu irmão.- Você sabe que não, provavelmente eu vou pra casa ler algum livro e depois vou dormir - Não ironicamente essa era minha rotina quase que todos os dias:
- Então você vai me acompanhar, tem uma festa que me chamaram pra ir, acho que você tá precisando se distrair um pouco - Disse animado entanto tentava melhorar meu humor:
- Não sei cara... Eu não sei se tô pronta pra sair assim, não parece certo: Falava claramente me referindo ao fato de termos enterrado a Carol um dia antes, não sei por qual motivo, pensar na Carol me causava uma dor aguda na cabeça:
- Olha Ju, eu te entendo, de verdade, mas eu não acho que ela iria querer te ver pra baixo assim, se ela estivesse aqui, provavelmente te mandaria se divertir e arrumar um boyzinho pra você - Disse Lucas com um tom cômico porém caloroso, ele parecia bem empenhado em me animar, então apenas dei de ombros e decidi aceitar o convite.
Os sinos tocaram indicando o final do intervalo, levantei-me e fui ao banheiro antes de voltar para a sala.
Entrei em uma das cabines e me sentei no vaso, fiquei imersa em pensamentos por um instante, era como se eu tivesse me esquecido de algo extremamente importante, mas toda vez que eu tentava lembrar, aquela dor de cabeça maldita voltava.
Levantei-me e saí da cabine ficando frente a frente do espelho na pia do banheiro, liguei a torneira e comecei a lavar minhas mãos, porém ao olhar meu busto percebi que meu peito estava torto.
Meus peitos não são grandes, na verdade são bem pequenos, então o sutiã sempre ficava folgado, e isso facilitava para que ele se mexesse, oque dava a impressão de que meus peitos estavam tortos, quando na verdade era só o sutiã:- Vocês podiam ser maiores...
- Eu gosto deles assim, fica mais fácil de segurá-los - Ao escutar aquela voz rouca meu corpo tremeu, cogitei a ideia de gritar, porém o medo da reação daquele cara era maior, apenas o olhei com medo enquanto tentava manter a compostura:
- V-você tem muita coragem de entrar no banheiro feminino assim - Tentei fazer pose, mas minha fala era trêmula e eu mal conseguia ficar de pé direito, eu sabia que ele faria comigo aquilo que quisesse, e eu, eu não teria forças para me opor:
- Não gosto de você andando com aquele cara me deixa irritado, ou você está tentando me provocar de propósito? - Falou ele enquanto me colocava sobre a parede e levava sua mão ao meu pescoço, ele não o apertava com força, porém era o suficiente para me fazer tremer ainda mais:
- É um aviso apenas, espero que você se comporte daqui pra frente, eu não quero te machucar, não de uma forma que você não vá gostar - Após isso Kian me soltou e saiu do banheiro tão rapidamente quanto surgiu lá, fiquei imóvel por alguns minutos tentando recuperar meu fôlego, mesmo que inconscientemente minha respiração havia parado desde o momento que ele colocou a mão no meu pescoço, eu não o entendo, uma hora ele parece apenas um tarado querendo me foder, e na outra parece que ele vai me matar se eu respirar alto perto dele.
Eu não sei quanto tempo fiquei ali, só sei que quando me dei conta o sinal da saída tocou, indicando que as aulas haviam acabado.
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.Arte conceitual do Lucas;
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Shadow Garden - Ato 1
RomansaAs pessoas sentem raiva umas das outras e eu nunca entendi ao certo o motivo para isso, simplesmente por desconhecer algo, sentem medo e repulsa. Eu sou um pouco diferente, acabo sendo atraída pelo desconhecido, e as vezes até me metendo em algumas...