The Oryd [CONCLUIDO]

8

Ele responde, me levantando pela cintura. Fui levada a sala de jantar que deveria ter ido e havia mais 5 pessoas além de Sam, Finn e Etiel.
Paro na porta, relutante com a situação.

- O que foi? – pergunta Etiel –

- Eu não quero fazer isso! – falo rápido –

- Lizzy, você não precisa ter...

Etiel foi interrompido por Finn, que veio a porta me buscar.

- Venha Elizabeth, prometo que nada acontecerá a você! – diz estendendo a mão –

Pego em sua mão e Etiel parece se corroer por dentro. Sou guiada a uma cadeira ao seu lado.

- Quem são vocês e qual suas relações comigo? – pergunto ao me sentar –

- Elizabeth Rony Loyerfield, estamos aqui hoje por que todos fizemos parte do que aconteceu a você! E estamos aqui para lhe contar as coisas que foram perdidas antecedentes a isso.

- Como assim, o que aconteceu comigo? – pergunto olhando para Finn –

- Você nasceu no ano de 1859, seus pais são James Whitman Loyerfield e Cristine Rony Loyerfield. Indo direto ao ponto, você foi escolhida a dedo para fazer parte do projeto Zenith no ano de 1879, em 1868, houve uma guerra contra o povo Veldan, eles usam magia para fazerem o que querem, e na época, o alvo era você!

- Não sei se estou entendendo onde você quer chegar, você está dizendo que eu tenho 30 anos de idade? Que projeto era esse? E por que eu era o alvo? – pergunto confusa –

- A guerra se iniciou pois você tem um poder, que na época eles queriam tomá-lo para si! Sim, você é mais velha do que parece e o Projeto Zenith consistiu em apagar todas as suas memórias desde 1859. Vamos te atualizar o por que isso aconteceu..

Coloco as mãos sobre a boca, tentando conter todos os sentimentos que insistiam em chegar ao mesmo tempo. Olho para etiel que parece preocupado com o desenrolar da situação.

- Continuem.. – falo rápido –

- No ano de 1870 eles conseguiram te sequestrar, você ficou com eles por 3 anos e quando voltou você não sabia ao certo o que tinha acontecido e também não conseguia falar sobre o que aconteceu, foi Etiel que encontrou você! O seu poder estava intacto, mas o lugar onde os Verdal pereciam foi completamente extinto, 450 pessoas foram mortas em uma noite só!

- Eu... eu matei eles? –  gaguejo –

- Sim, você os matou, e também libertou todos nós das mãos desse povo. O povo de Oryd nunca soube que os Verdal estiveram atrás de você, e nem que você os extinguiu. Mas pra proteger seus pais e você, os eviamos a um lugar mais afastado, e quando lhe apresentamos o projeto Zenith, você mesma aceitou! Por hoje terminamos aqui, continuamos amanhã!

- O que? Não, eu preciso saber. Qual é o meu poder?

- Amanhã, Elizabeth!

Todos sairam da sala e permaneci sentada tentando processar tudo que foi dito.

- Sinto muito que precise passar por isso, Lizzy! – disse Etiel –

Ele se sentou ao meu lado, tentando me confortar.

- Preciso dizer uma coisa, esperei tantos anos pra isso, eu me segurei muito pra não correr até você minha Lizzy! – seus olhos parecem carregar lembranças profundas –

- Então, nós nos conhecemos?!

- Sim, mais do que imagina! Eu sou completamente seu a 17 anos!

Ouvir isso desencadeou sensações que sequer imaginava, talvez explicasse a imensa atração que senti por Etiel desde a primeira vez que nos vimos. Mas é estranho, fico tentando encontrar buracos entre as minhas recordações, porém tudo que eu acredito é no que eu realmente vivi!

- Eu sinto muito por isso! – respondo cabisbaixa –

- Pelo o que? Você não fez nada de errado minha Lizzy! – fala tocando em meu queixo –

- Talvez eu não seja mais a mulher que você...

Sou impedida pelos lábios de Etiel de terminar a frase, seus lábios são doces com um leve toque de menta. Sua língua possui uma urgência como se aquele ato fosse o último. Me sinto mal por interromper algo tão suplicante. Nossos corpos parecem clamar um pelo outro e a cada toque rápido e singelo sob meu corpo, um gemido persiste em sair.

E num rápido movimento Etiel me levanta da cadeira e me põe sob seu colo, me deixando em dúvida sobre a clareza dos meus próximos atos! Retenho toda minha vontade enquanto tento me esquivar de suas carícias até que ele para, sua testa toca a minha e um suspiro profundo parece ecoar por toda a sala!

- Lizzy.. Eu preciso te sentir! – fala me encarando –

Ouvir isso me causou arrepios, como se ele não pudesse garantir suas ações se não conseguisse o que queria.

- Etiel, eu não posso... Preciso ouvir o resto da minha própria vida! — falo levantando — A verdade é que eu não reconheço você!

- Me deixe te mostrar Lizzy, me deixe te tocar.. Você irá lembrar de tudo assim que fizermos isso! Era o que mais fazíamos! – falou sorrindo –

- E isso foi a alguns anos Etiel, quero me lembrar das coisas que lutei pra esquecer, e ter certeza de que você não é uma delas!

Ao falar isso, ele rapidamente segue em minha direção, me colocando novamente contra a parede..

- Eu vou fazer você implorar por mim, assim como estou fazendo agora! — fala beijando meu pescoço —

- Etiel... Eu... – falo gemendo –

- Amorzinho..?

Saio de seus braços, ao ouvir a voz de uma garota na sala.

- O que você pensa que está fazendo? — grita a garota — Saia de perto do meu marido!

- Marido? – o encaro –

O mesmo possui uma feição decepcionada, mas ao mesmo tempo preocupado com o desenrolar da situação.. Como assim ele é casado?

- Elizabeth, essa é a minha esposa, Sina! – fala com desdém –

Não sei ao certo definir as emoções que me afligiram no momento que o ouvi falando "minha esposa". Apesar de não conseguir acessar as memórias, parte do meu cérebro ainda sabe que isso não está certo!

- Esposa? – forço um sorriso – Muito prazer, Sina!

- Prazer? Como ousa chegar tão próximo de um rei?! Quem você pensa que é?

- Sina! Já chega!! — Etiel grita, a encarando —

A garota na sala apenas abaixa a cabeça e sai da sala bufando. Deixando - nos a sós novamente.

- Lizzy, eu posso explicar! – diz segurando meu braço –

- Tudo bem Etiel, como eu disse, foi a muito tempo! – falo me soltando – desculpe.

Saio da sala ao dizer isso e tive que desprender de toda minha energia pra realizar tal ato, e fazer o meu corpo obedecer essa decisão. Sigo em direção ao meu quarto, e ao fechar a porta, encosto nela como se finalmente pudesse respirar.

Pensar que talvez eu tenha vivido coisas tão ruins ao ponto de querer apagar minha vida por causa delas me deixou curiosa mas também com receio de descobri - las.