The Nightclub

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Hoje, sentada na cadeira de sua sala no céu, Michael desejava não ter aceitado aquele spa.

Esfregando os indicadores na têmpora, ela não precisa fazer muito esforço para se lembrar de cada detalhes daquela tarde. A nitidez das lembranças era assustadora. Michael agradecia por esse dom, mas, por Deus, isso era tortura, pensava.

Tudo foi tão rápido, e ao mesmo tempo, em uma lentidão cruciante. Aquela tarde, era transmitida em sua mente como um filme.

Se lembra perfeitamente da atendente de quase dois metros entregar roupões para ela e Shax, dizendo que elas teriam a tarde mais relaxante da vida delas.

A escassez de roupas não era de fato agradável, principalmente quando sua imaginação era tão inventiva quando a atmosfera entre ela e Shax se tornava intrigante. Nesse momento ela agradecia pelos demônios não serem capazes de ler mentes.

Michael e Shax nunca tinham ido a um spa, e chegaram à conclusão de que a massagem foi a pior experiência. Era deverasmente agradável sentir os nós dos músculos serem desatados, mas seria incrível se isso pudesse acontecer sem que pessoas tocassem seus corpos. No final das contas, ambas detestaram. Porém, Michael reagiu bem melhor à pedicure do que Shax que chutou o rosto da pobre funcionária do spa. Ela odiava que tocassem seus pés, e o arcanjo se perguntou se ela sentia cocegas também.

Contudo, o inferno para Michael foi sauna. Não pelo calor ou o acento de mármore que era um pouco escorregadio. Mas sim porque Shax relaxou tanto, que o arcanjo se colocou a observar cada detalhe de se corpo enrolado em uma toalha vermelha que a própria Shax escolheu.

Deus, vermelho é a cor dela. Michael afirma em sua mente novamente.

Os olhos de Shax estavam fechados quase o tempo todo, então, o arcanjo tinha todo tempo para torturar sua ansiedade com a proximidade do demônio bem ao lado dela.

Ela engoliu seco quando viu as mãos pousadas no mármore, apenas quatro centímetro, e elas se tocavam. Se lembrou daquela vez no teatro, quando Shax percebeu a sua inquietação e entrelaçou seus dedos. Ela se perguntou o que havia passado na cabeça do demônio naquele momento.

Estremeceu ao encontrar as pernas úmidas pelo vapor da sauna. O corpo de Shax estava perfeitamente moldado na toalha bordô, tudo era tão... magistral. Os cabelos pretos com madeixas vermelhas, preso um pouco acima da cabeça tornava sua nuca indescritivelmente atrativa. Alguns fios rebeldes escorriam pela pele pálida por conta do calor do ambiente. Michael precisou concentrar-se em outra coisa para não sentir a culpa pelo desejo da carne e a sede de provar o proibido.

Luxúria.

Seus olhos traiçoeiros caem sobre os lábios avermelhados. Então, ela sente suas pernas falharem. A lembrança do beijo bruto e repentino há dias atrás virou um tormento. Ela moveria montanhas por Shax para provar aquele beijo de novo, só que desta vez, ela queria mais. Desejou ter sentido o gosto da língua do demônio. Se perguntando como seria se tivesse permitido que ela aprofundasse aquele beijo. Como ela teria se entregado a ela? O pensamento de um demônio, ou melhor dizendo, o pensamento de Shax desfrutando de seus desejos mútuos era... fascinante.

Ela deixou suas fantasias de lado no segundo que seus olhos pousam na cicatriz no peito de Shax mais uma vez. Desta vez, ela aproveitou a fragilidade momentânea para analisar melhor.

Até mesmo uma marca tão profunda, deixava a pele do demônio intrigante para Michael. Ela pensa na dor que Shax deve ter sentido, e seu peito aperta ao pensar na possibilidade de seu sofrimento.

Shax era um demônio, de fato, mas que criatura poderia querer machucá-la desta forma? Logo no coração! Michael se pergunta incansavelmente. Eram tantas dúvidas.

Memories - AngelStorkOnde histórias criam vida. Descubra agora