To Tommy, Echoes of My Heart

95.

Querido Thomas,

Escrevo estas palavras sabendo que talvez nunca as leia. Eu entendo que já deixei uma carta, uma versão mais contida e reservada. No entanto, esta é diferente. É mais pessoal, mais crua, e, de alguma forma, é como se eu precisasse colocar em palavras o que nunca tive coragem de dizer.

Encontrei paz na sua determinação, uma calma que permeava meu ser quando estávamos juntos. Havia uma harmonia inexplicável, como se nossas almas se entendessem em um nível que as palavras não podiam expressar completamente.

Ficava confortável contigo, uma sensação rara para mim. Você era meu porto seguro, o lugar para onde eu podia voltar quando tudo se tornava demais para suportar. Era nos seus olhos que encontrava um refúgio, uma compreensão que transcendia as barreiras do tempo.

Mas, por mais que tenha encontrado paz, é como se eu estivesse vivo por tempo demais. Cada dia prolongado, cada desafio enfrentado, pareceu uma eternidade. Às vezes, me pergunto se você sentiu a mesma carga, se o peso do nosso mundo era compartilhado da mesma forma.

A verdade é que este amor que guardo por você é um fardo e uma bênção. Uma chama que arde intensamente, mas que também consome. Não tenho certeza se algum dia teremos a chance de desvendar os segredos não ditos, mas é importante para mim que você saiba o impacto que teve na minha existência.

Mesmo que essas palavras nunca alcancem seus olhos, espero que, em algum lugar, o sentimento ecoe, como uma melodia inacabada que permanece suspensa no ar.

Com amor,
Newtie.