Prólogo

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     Jackson - Wyoming

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     Jackson - Wyoming

     2036


     As únicas coisas que podiam ser ouvidas na densa floresta de pinheiros, era o soar de passos rápidos e galhos quebrando.

     As árvores altas e cheias de folhas impediam a passagem da luz solar, deixando o ambiente escuro e sombrio, mesmo com o despertar completo da aurora.

     A garota de cabelos escuros tentava correr o mais rápido que conseguia, enquanto pressionava o ferimento em seu abdômen. O peso da mochila fazia os ombros da morena retesarem de dor. Estava sozinha e exausta.

     Ela precisava encontrar um lugar seguro.

     O ritmo incessante, finalmente foi cessado ao atingir o fim da floresta. Cuidadosamente, agachou-se atrás de um arbusto recuperando o fôlego perdido, suas mãos suavam em uma adrenalina costumeira. Examinou o perímetro, era uma construção antiga com uma grande antena quebrada em meio aos destroços.

     Uma torre de vigia. Ou o que restou dela.

     E não havia sinais aparentes de infectados ou humanos. Ali provavelmente encontraria recursos.

     Estava contando com isso.

     — Hoje é a porra do meu dia de sorte! — A morena comemorou baixo, abandonando a furtividade do arbusto e dirigindo-se lentamente para a porta principal da torre, sempre alerta a qualquer movimento a sua volta.

     Ao adentrar a ruína, observou tudo com cuidado. Havia um sofá marrom, uma mesa de centro, bancadas com gavetas e aparelhos de rádio que com certeza não funcionavam a anos. As coisas não estavam tão empoeiradas quanto ela imaginava, um vestígio de que esse local era habitado ou frequentado corriqueiramente.

     Rapidamente vasculhou as gavetas, procurando por algo que pudesse usar para limpar seu corte adequadamente. Sorriu levemente ao encontrar álcool e bandagens.

     Retirou a mochila das costas, sentindo seus ombros relaxarem ao se livrarem do peso, e a colocou repousada na mesa de centro. Sentou-se no sofá com cuidado, suspirando de dor. Esse era o tipo de dor que sentia com frequência.

     Dor física e lacerante.

     Levantou a regata, que um dia já fora branca, mas agora estava parcialmente tomada por um tom de vermelho carmesim, e levou os dedos finos de encontro a ferida.

     Observou o estrago causado na lateral de seu abdômen. O corte era profundo e não parava de jorrar o líquido escuro e espesso. O adequado seria uma sutura, mas para isso a morena precisaria encontrar recursos.

     Ela não tinha nada. Não tinha ninguém.

     Literalmente.

     Derramou um pouco de álcool sobre a lesão, apertando os olhos com a sensação incômoda de ardência, e em seguida limpou o excesso de sangue com as bandagens. Suspirou novamente, tentando estancar o sangramento. Olhou ao redor outra vez, deparando-se com um caderno aberto em cima da mesa de centro a sua frente. Não o tinha percebido antes, quando colocou sua mochila sobre ele. O pegou em suas mãos, analisando o conteúdo presente no mesmo.

SERENDIPITY | Ellie WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora