No dia seguinte, eu me levantei bem cedo, abri a janela e percebi que ainda estava escuro, então fui ver as horas. Eram exatamente 5:30, grande coincidência.
Fui até a cozinha, preparei o café da manhã e tomei junto com pão. Eu não parava de pensar sobre tudo o que estava acontecendo. Então, eu pensei: "Vamos ver se ela vai no mesmo horário para o trabalho."
Saí de casa às pressas e fiquei no canto que dava acesso à avenida, permanecendo no local por um bom tempo. Até que cansei de ficar em pé e fiquei esperando na parada de ônibus, mas nada dela. Então, fui para casa.
Chegando em casa, entrei e dei de cara com minha mãe, que estava na sala, em pé.
- Onde tu estavas, criatura, a essa hora da manhã? - minha mãe falou com as mãos na cintura.
- Eu fui ver alguém. - falei, me jogando no sofá.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, minha mãe só ficava me olhando.
- Mãe! Eu encontrei a menina do meu sonho.
- Me conta sobre esse sonho. - ela falou, sentando no sofá.
Então, comecei a falar sobre tudo o que aconteceu no sonho, desde quando a conheci até quando ela levou um tiro, que foi quando eu acordei.
Minha mãe acha que é o nosso destino. Ela acredita que já fomos um casal em vidas passadas e que nossa história foi interrompida por alguém, e que a vida quer que nos reencontremos para viver o nosso amor de onde parou.
Minha mãe sempre acredita que são coisas do destino. Se alguém morre, é o destino; se alguém fica doente, é o destino; se alguém casa, é o destino. Minha mãe acredita nessa coisa de destino, mas eu não. Só acredito na coincidência da vida.
Sabe qual é o problema disso tudo? É que estou tendo o mesmo sentimento do sonho. Eu quero vê-la agora, já.
- Mãe, quer que eu vá ao comércio para a senhora?
- Não, filha.
- Me dá um dinheiro aí, por favor!
Minha mãe me deu uns trocadinhos, então fui até o comércio. Quando cheguei lá, não a encontrei. Fui até a moça do caixa e perguntei sobre a Delma, mas ela disse que não poderia dar nenhuma informação por questões de segurança da colega.
Eu disse que entendia, agradeci e fui para casa.
14h30
Às 14h30, voltei ao comércio e a vi sentada. Meu coração se acalmou, entrei, comprei um miojo e fui até o caixa dela. Ela disse "boa tarde" e eu respondi.
- Desculpe pelo ocorrido ontem - disse olhando para ela.
- Não tem problema, você disse que tinha acabado de acordar de um coma, então deve ter me confundido com alguém.
- Foi exatamente isso... aliás, meu nome é Lucyti - falei estendendo a mão para cumprimentá-la.
- O meu é Lucidelma - ela respondeu apertando minha mão.
- Seu nome é bonito - disse sorrindo. Posso te chamar de Delma?
- Hum!!! Não, me chame pelo meu nome.
- Tudo bem, nos vemos por aí, Lucidelma.
Saí do comércio com um sorriso no rosto, eu estava muito feliz. Quando cheguei em casa, dei o miojo para minha irmã, pois ela não gostava, e fui para o quarto.
Foi assim por uma semana. Todos os dias eu ia vê-la, comprava sempre alguma besteira e às vezes me oferecia para os vizinhos irem ao comércio.
É complicado quando se está obcecado por alguém, e o pior de tudo é quando se é pobre e quer vê-la custe o que custar, mas não tem dinheiro para isso.
Mas isso vai acabar logo. Logo, vou ter que voltar ao trabalho e não vou ter tempo para vê-la.
SEGUNDA FEIRA
Eu estava indo para o trabalho quando vejo, nada mais nada menos, do que minha futura sogra no ponto de ônibus. Passei por ela de bicicleta e fiquei me lembrando que já tive uma conversa com a minha sogra dos sonhos, onde ela trabalhava no mesmo bairro que eu. Então, vamos ver se a minha futura sogra também trabalha no mesmo bairro que eu.
Então, eu vou me aproximar dela de ônibus a partir de amanhã. Fui toda sorridente para o trabalho.
NOITE
Saí do trabalho um pouco tarde e fui para casa. Desci em um ponto de ônibus, quando me dei conta de que desci no ponto errado. Eu estava indo em direção à casa da Delma e fui caminhando, passei pela casa dela, que não era a casa dela. Tinha umas pessoas que nunca tinha visto, ou pelo menos eu não conhecia.
Fui a caminho da minha casa, o que ia demorar por volta de uns cinco a dez minutos. Quando cheguei em casa, tomei logo um banho, jantei e fui dormir.
No dia seguinte, fui para o ponto de ônibus onde a vi. Ela estava lá, conversando com alguém, mas logo a moça saiu, pois o ônibus dela estava chegando.
Quando cheguei perto dela, disse "bom dia" e dei um sorriso. Eu estava tentando puxar algum assunto, mas nada vinha à minha cabeça. Até que o ônibus chegou, subi e passei logo pela catraca. Percebi que não havia mais lugar vago, então cedi a cadeira para ela sentar.
Ela se sentou agradecendo e pegou minha bolsa, colocando-a em seu colo.
Depois de alguns minutos, minha parada já estava próxima, então peguei minha bolsa e agradeci. Mas ela também se levantou, descemos na mesma parada. Que coincidência do caramba, eu pensei.
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sonho ou realidade ( Romance sáfico )
Roman d'amourlucyti é uma garota lésbica que se apaixona por delma há operadora de caixa, nessa jornada elas viram amigas, sem delma saber dos sentimentos da amiga, lucyti acaba descobrindo que delma tem namorado e desiste desse lance de sentimento pela ami...