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A prisão de Wandsworth era uma das mais famosas em toda Inglaterra.

Uma prisão de segurança onde assassinos entre outros criminosos classificados como bárbaros cumpriam suas penas.

Aquele não era um lugar para Draco, o fruto de uma má sorte. O garoto de vinte e dois anos foi recém culpado por homicídio qualificado, onde sua vítima foi asfixiada até a morte.

O crime hediondo agravou sua condição. Mesmo sem exatas provas, era ele quem estava na hora e local do crime, ninguém mais.

Foi achado ao lado do corpo por um policial que fazia ronda na rua lateral da boate, uma ruela suja e escura.

Para alguém que nunca foi pego roubando um chiclete sequer, ser acusado de assassinato era a coisa mais assustadora do mundo. Draco não sabia o que fazer a respeito.

Suas palavras não valiam de nada, seu álibi era fraco. Seus companheiros, aqueles quem Draco sabia que eram os culpados, o deixaram para trás.

Sua família não o reconhecia. Draco estava só naquela batalha interna. Bem, ele e o advogado direcionado para seu caso.

Draco não era um adepto ao direito e suas leis, mas sabia sobre o sistema judiciário. Tinha em mente que poderia levar bastante tempo para saber seu veredito.

E correndo risco de ser condenado.

Cruzando os corredores sombrios e insalubres da torre onde se encontrava seu confinamento novo, ele observou como vários rostos estavam virados em sua direção.

Ele abaixou o olhar, encarando os pés. Cada vil palavra grotesca que saía dos lábios dos vários homens atrás das grades, que logo seria seu lar também.

Ele mexeu desconfortavelmente no cabelo que batiam na altura de sua mandíbula. O momento em exposição era um forte gatilho.

As algemas apertavam em seus pulsos.

Draco tinha visitas frequentes ao seu psicólogo. Era um estudante de medicina, da Universidade de Londres, precisava de um bom psicológico e ainda mais com a coleção de sequelas que acumulou durante sua vida.

Seus pais eram divorciados, sua mãe alcoólatra e seu pai...bom, era um homem violento, até um dia sumir de sua vida.

Acontece que ele precisava de consultas, deveria ter seus remédios à disposição. Não sabia qual tempo ali, não sabia se sairia de Wandsworth.

Ao conversar com seu advogado, pensou ter a chance de um confinamento domiciliar, mas não era seu caso, mesmo que em réu primário. Ele havia “cometido” um crime hediondo.

E agora deveria lidar com tudo.

— Tem direito a uma visita por semana, sendo esta a de seu advogado ou familiares — ouviu quando o guarda mencionou o direito.

Ainda era cedo pela manhã e ele havia
acabado de ser enviado ao presídio. Sua última audiência foi no dia anterior, onde havia sido dada prisão preventiva.

— Meu advogado disse que posso ser absolvido a qualquer momento — informou em um tom baixo.

— Se houver falta de provas, e no seu caso tudo é bem complicado quando se é pego em plena cena do crime.

Draco suspirou, sentindo um nó crescer em sua garganta. Ele ficaria louco, se ficasse confinado e a Deus dará, com nada além do pensamento para entreter-se.

— Hosk — o guarda chamou o companheiro leve ele para cela 027.

— Essa está cheia, Ferri — negou com a cabeça e lhe dedicou um olhar pesado — chegou um novo ontem a noite.

Cela 028 - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora