Capitulo 17

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Naquele dia, eu senti meu coração parar junto com o dele. Meus joelhos doíam tanto, mais ainda sim eu precisava continuar agachado do seu lado, segurando suas mãos como eu havia prometido. Disse que ficaria do seu lado até o último suspiro e foi isso que eu fiz. Não sai do seu lado em momento algum.

— L-lee... — ouvi ele sussurrar com tanta dificuldade, se eu pudesse , gostaria tanto de sentir a dor em seu lugar .. ele me olhava com os olhos quase fechados , alguns aparelhos que ligavam em seu corpo parecia doer tanto que quanto mais eu segurava suas mãos, aquela dor insuportável de querer acabar com sua dor vinha até mim.

Eu seria egoísta em dizer que não queria te deixar ir , mais você estava se esforçando e isso trazia mais dor para você mesmo e para mim que não pude fazer muito , além de te amar o suficiente para cobrir as feridas causadas pelo monstro que convivia dentro de mim.

— aguente só mais um pouco!  —  eu chorava tanto segurando suas mãos quanto no velório de meus pais — por favor ... Não solte minha mão.

Esse era meu maior medo, havíamos feito uma promessa,  quando suas mãos não tocassem mais as minhas  e elas se soltassem, isso era um sinal menos doloroso que Han escolheu para dizer que era a hora de dizer adeus.

Quando vi seus dedos ficarem mais frouxos no meu aperto eu fiz questão de apertar cada vez mais nosso aperto. Olhei em seus olhos, a tristeza era óbvia. A dor que ele sentia era visível.

Alguns tubinhos estavam em seu nariz ligando a outros tubos de oxigênio e máquinas que naquele momento nunca foi tão importante.

— Chega Minho !! — um dos médicos que abriu a porta gritou com o moreno  — Han está finalizando o tratamento, mais você está agindo como se ele não estivesse se curando. Ele está bem, não seja dramático.

Minho sempre foi tão dramático, Han tinha os olhos cemi abertos pela vontade enorme de dormir, contudo, o choro do moreno ali não o deixava realizar esta pequena tarefa.

O tratamento estava na reta final, ainda era cedo para dizer que eu me sentia orgulhoso de ter conseguido lutar contra tudo isso ? Ainda não, a maior luta ainda estava começando agora, e quando digo, maior luta, é Lee Minho querendo morar sozinho comigo.

Claro que eu queria viver isso, não tem menos de três meses que ele foi a formatura para pegar seu diploma duvidoso e já queria usar a o resto da grana que sobrou do seus pais para comprar uma casa para nós dois, isso era tudo muito recente, eu terminaria o colégio esse ano, se eu sobreviver até o próximo mês.

Porém, eu não queria abrir mão da minha família,.poxa, eu ainda sou um adolescente, e nem sei se vamos realmente dá certo na nossa relação .

Minho deve estar pensando, qual prova de amor eu devo utilizar para ele acreditar em mim.

— não esqueça de tomar essas vitaminas, Minho, não demore, ultimamente sua psicóloga vem reclamando do seus atrasos na Consulta.

Seu foco era cuidar de Han durante esses messes, oque não foi fácil, ajudá-lo a tomar banho, comer e em momentos mais vulneráveis até mesmo de lhe limpar.

Era constrangedor ter vivido tudo isso, Han muitas vezes não conseguia olhar nos olhos do moreno, sentindo uma insegurança enorme que crescia conforme recebia toda essa atenção.

Lee estava decidido a deixar um ano da sua vida para cuidar de um garoto que estava internado no hospital, após a piora súbita de jisung, ele não conseguia sair do seu lado,  pode-se dizer que Minho pegou até mesmo uma infeção urinária após ficar muitas horas se segurando para ir ao banheiro, tudo por medo de soltar sua mão por segundos.

Diferente do que o castanho pensava, Minho não se importava nem um pouco em perder a diversão da sua vida para cuidar de si, na verdade ele gostava de passar o tempo com o rostinho de esquilo, sentir o seu cheirinho toda vez que ele saia do banho, gostava de brincar com as bolha de sabão que sempre se formava no banho, ou da espuma que ele fazia nas costas do mais novo.

Claro, havia certos momentos como esse ao banho,.que Han sentia a necessidade de avançar nessa relação, mais tinha medo de tentar e não conseguir,.ele ainda estava fraco para ter relações sexuais , e vamos ser honesto, em um hospital não era algo que ele queria, mais Minho parecia se segurar tanto e agora não era messes que estavam juntos, se tornaria anos.

Era óbvio que Lee muitas vezes acabava passando suas horas no banheiro para aliviar um pouco a tensão, e como um medroso apenas podia lie observar sem fazer nada para ajudá-lo.

Quando Han começou a crescer um pouco pelo inchaço, Lee fez questão de ajudá-lo a caminhar pelo jardim do hospital sobre a cadeira de rodas, Minho nunca se sentiu tão feliz em sua vida, podendo finalmente tirar o cinza do mundo para ver as cores ao seu redor. Esse era o sentido de felicidade, jisung era a sua felicidade.

Quando viu Jisung ser levado para uma sala vermelha, sendo empurrado em uma cama pelos corredores com alerta de emergência, seu coração parou, seu corpo caiu e toda a força que sentia foi embora de uma hora pra outra.

Foram três meses com ele dentro daquela sala, quase inconsciente sem falar ou vê-lo. Kim e Mi-rae não sabia quem mais estava sofrendo naquele momento, o próprio filho ou o garoto de fios escuros e olhos grandes.

Se negando a se cuidar pra cuidar do menor , Lee deixou muitas coisas de lado, inclusive os estudos durante esse meio tempo, até que finalmente Han abriu os olhos.

Han estava concentrado em pintar Minha pele, suas canetinhas coloridas davam imagens fortes e fofas em cada desenho.

— Han .. — chamei tocando sua bochecha.

— hum ? — murmurou sem me encarar. o desenho já estava quase ao fim, pintando e fechando todo o meu braço como se fossem grandes tatuagens

— você desenhou estrelas nas minhas cicatrizes... — quando notei que acima de todos os riscos que eu havia feito em meus pulsos, uma trilha de estrelas foi coberta.

— Quero desenhar toda constelação em você ... — ele sorriu para mim e fiz o mesmo com o coração todo derretido.

— Amanhã você volta pra casa .... Você fará dezenove em breve .... Quero te levar em uma viagem

— Eu acho que tô cansado de mais para isso Lino — vi ele coçar os fios que já estavam maior, o seu crescimento estava bom. Agora ele já podia andar sem aquele seu gorro que virou uma parte da sua identidade.. durante todo esse ano, ele não o largava.

Não foi tão difícil me acostumar com Jisung carequinha, ele realmente parecia um esquilo, mesmo quando eu não conseguia segurar a risada,.ele não se sentiu desconfortável, Félix havia ajudado muito nessa questão de autoestima.

— Eu vou ficar com saudade quando você for pra casa.

— Minho, você tá morando na minha casa, como sentiria saudade ? — ele fez um bico tão fofo que não me resisti em beijar seus lábios naquele momento, uma coisa que se tornou tão natural para mim.

— Não sei se vou conseguir viver com você, acho que cometeria um assassinato.

Ele não respondeu nada, levantou o olhar e ficou me encarando esperando que eu explicasse para ele o sentido da frase.

— você é muito fofo, eu te apertaria tanto que você iria explodir..

— Você é tão .... — ele suspirou balançando a cabeça indignado com minha forma de expressar um sentimento — Romântico, sim , você é Minho.

— você tá mentindo..

— Não estou, você é romântico do seu jeito isso te torna diferente , por isso eu gosto.

— você gosta de mim por ser diferente ?

— Sim.. eu sinto que tenho algo raro na minha vida que mais ninguém tem— suspirou apaixonado

Ver o seu sorriso daquela forma tão amável, dócil e sensível me fez perceber novamente que tudo de ruim que eu havia feito pra ele não fazia sentido, ele era um anjo, um anjinho tão fofo que a cada segundo do seu lado meu coração se apertava.

— Te amo tanto que chega a doer .

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