Prólogo

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O primeiro dia no jardim de infância era de grande aperto no coração, porém grande alívio para os pais. Se separar de seus pequenos por um período do dia era triste, mas eles finalmente teriam tempo para trabalhar e cumprir seus afazeres.

Já do ponto de vista das crianças, ser separado dos pais aos quatro ou cinco anos poderia ser apavorante. Um monte de crianças barulhentas correndo, brincando e brigando, era assim que Lysis via a escolinha. Ela só queria a eomma dela, mas tentou ser forte e não chorar, sem querer que sua mãe chorasse ao vê-la derramar suas lágrimas. Afinal, eomma não estava se sentindo bem havia alguns dias, e ela não queria incomodá-la.

— Você é uma menininha muito forte e consistente — seu appa disse, cutucando-a na barriga. Ela se encolheu com um pequeno sorriso. — Sei que vai aguentar algumas horinhas até o appa vir te buscar, e que não vai chorar muito. Não queremos ver sua eomma triste.

Determinada, a garotinha assentiu, já sentindo o nó se formar em sua garganta enquanto se deixava ser vestida com o uniforme do jardim de infância. Aquela meia pinicava e aquele suéter era feio. Mesmo assim, ela os vestiu sem reclamar. Seus olhos se encheram de lágrimas quando ela lembrou que só veria seus pais à tarde. Ela respirou fundo, sentindo que não conseguiria segurar o choro.

Appa? — a pequena sussurrou, depois fez sinal para que ele se abaixasse até a sua altura. Com uma mão gordinha e trêmula, ela fez uma concha próxima ao ouvido do pai. — Posso chorar só um pouquinho?

O caminho de Lysis até a escolinha foi silencioso, diferente do de Lim. A menina com trancinhas e lacinhos no cabelo saltitava durante o caminho todo, ansiosa para conhecer seus novos colegas do jardim de infância. A cada pulo, sua mochila subia e descia com o firme "tum" de sua lancheira e brinquedos indo de um lado para outro.

— Dê um beijo na eomma antes de ir — a mãe pediu, se abaixando na altura de Lim, em frente ao prédio da escola.

Eomma! — ela grunhiu, sem querer fazer isso na frente dos colegas, que também eram deixados na escolinha pelos pais. Rapidamente, ela beijou a bochecha de sua mãe e se afastou, fazendo uma reverência em seguida. — Te vejo mais tarde.

Ao seu lado, ela viu uma menina abraçar os pais com muita força, sem ligar para quem estava ao seu redor, e depois fazer uma reverência longa, se despedindo. Seu cabelo era longo e estava solto, e Lim achou lindo. Lado a lado, as duas entraram no prédio, carregando energias completamente diferentes. Enquanto uma parecia devastada, a outra estava super animada.

Seguindo a mesma direção, elas encontraram suas salas e se sentaram de acordo com o mapa de sala. Logo, a professora finalizou as recepções na porta e deu início à aula, pedindo que cada aluno se apresentasse. Quando chegou a vez de Lim, ela se levantou com rapidez.

— Olá — ela se curvou brevemente. — Me chamo Cha Lim-Minah, tenho cinco anos e adoro dançar.

A professora agradeceu e então apontou para a menina ao lado, que era a que tinha chegando ao mesmo tempo que Lim. Ela se levantou devagar, parecendo receosa, então se curvou ligeiramente.

— Olá, me chamo Min Lysis, tenho quatro anos e... gosto de desenhar — ela se apresentou com voz baixa.

Depois das apresentações, a professora passou a primeira atividade e logo chegou o intervalo. Todos pegaram suas lancheiras e foram para o refeitório, se sentaram, conversando com seus colegas, alguns se levantando e correndo enquanto brincavam, mas Lysis não queria comer ou brincar. Ela sentia falta dos pais e só queria voltar para casa. Mesmo assim, ela comeu alguns pedaços de fruta e furou seu Yakult com o canudinho.

Antes que ela pudesse bebê-lo, porém, um garoto tropeçou e esbarrou nela, derrubando seu leite fermentado no chão. O menino de olhos grandes e covinhas rasas se levantou, mais envergonhado do que qualquer outra coisa.

Lysis olhou para sua bebida esparramada no chão, e aquilo foi a gota d'água. Seus olhos se encheram de lágrimas e sua boca se abriu, sem que ela conseguisse conter o choro. O barulho do refeitório não cessou, o que significa que os outros alunos estavam alheios ao que acontecia, e o garoto se abaixou rapidamente, recolhendo a embalagem vazia do chão.

— Me desculpe, foi sem querer, eu tropecei... — ele pedia, se curvando repetidamente. — Não chore, por favor, não chore!

O pânico na voz do garoto era evidente, mas Lysis não conseguia parar agora que havia começado, soluçando e soluçando, cobrindo o rosto com as mãos pequenas.

O garoto continuava falando com ela, mas ela não prestava mais atenção, só queria ir embora. Até que ela ouviu uma voz estridente chamar a atenção do menino.

— Ei! Quem você pensa que é pra fazer a minha amiga chorar? — a voz vinha da menina que fazia dupla com ela, a das trancinhas. Lysis teria ficado surpresa se não estivesse tão triste. — Aish, moleque! Preste atenção da próxima vez! Se você não vê por onde anda, então por quê corre?

Ela falou tantas coisas num tom tão duro quanto uma avó chamando a atenção de seu neto. Os olhos grandes do menino se encheram de lágrimas, então foi ele quem começou a chorar.

— Me desculpe — ele soluçou, se curvando. — Eu sinto muito...

O choro de Lysis diminuiu ao ver o garoto chorar.

— Ei! O que aconteceu? — outro menino entrou na conversa, um de bochechas grandes e olhos pequenos. — Por que você está brigando com o meu amigo?

— Porque ele derrubou a bebida da minha amiga e a fez chorar — Lim, Lysis se lembrou do nome da menina, respondeu, afiada.

— Você não pode fazer as pessoas chorarem! — respondeu ele, bravo.

— Mas ele fez primeiro!

— Foi um acidente! — Ele acudiu o menino chorão, fazendo cara feia para Lim.

— Posso saber o que está acontecendo? — a professora interviu.

Lim apontou para o garoto, ao mesmo tempo que ele apontou para ela, dizendo:

— Ele quem começou!

— Ela quem começou!

Lysis e o outro garoto soluçavam baixinho, ainda com as lágrimas no rosto. Como castigo pela confusão, Lim foi obrigada a ficar de mãos dadas com Jimin, o garoto das bochechas grandes; os dois ficaram bicudos e insatisfeitos pela situação, enquanto Lysis e o outro garoto chorão, Jungkook, ficaram de mãos dadas na outra mesa, tímidos e tristonhos.

— Façam as pazes e sejam amigos — a professora ordenou.

— Sim, senhora — os quatro responderam em uníssono.

Like Crazy || Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora