Like Crazy || Park Jimin

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Música na mídia: Heartbeat - BTS

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LYSIS

Eu não sabia o que fazer. Eu simplesmente não sabia como agir perto de Jimin, e eu nunca fiquei sem jeito perto do meu melhor amigo. Eu tenho ficado tão consciente dele: sua presença, seu perfume, seu corpo, sua beleza... tão consciente que eu só conseguia prestar atenção nisso quando ele estava próximo, corando a cada 3 segundos.

Ele com certeza percebeu alguma coisa, porque parece me provocar com isso toda hora. Ele agora anda sem camisa o tempo todo, exibindo aquelas tatuagens que parecem dançar sobre sua pele, sabendo o grande gostoso que é e o efeito que causa.

Bufei pela décima quinta vez seguida.

— Mas o que foi, dona Lys? — Jungkook perguntou, focado na estrada. — Já bufou trinta e dez vezes, se não queria vir era só ter dito.

— Não é isso — suspirei, chateada. — E por que tá falando comigo como fala com a Lim? Você sabe que eu choro.

Ele riu, mas suspirou em seguida.

— Desculpa, é que eu tô pensando nela — ele grunhiu. Depois de algum tempo em silêncio, ele continuou, falando baixo: — A gente teve um momento essa semana.

Fingi surpresa.

— Momento?

Ele assentiu. Se ele sabia que eu sabia, eu não sei. De qualquer forma, ele continuou falando, dirigindo até a casa de Taehyung. Estávamos indo buscar ele para ir para a casa do Yoongi.

— A gente conversou e as coisas ficaram meio intensas. Discutimos mais um pouco, e aí a gente deu o beijo mais feroz de todos. Sério, eu queria arrancar a roupa dela bem ali — ele desabafou, rindo. Ele parecia nervoso, apesar do riso. — Mas aí fomos interrompidos, e não falamos sobre isso desde então.

Assenti, ouvindo com atenção. Lim já tinha me contado tudo, mas ouvir dele era outra coisa. Até mesmo porque Lim estava surtando, completamente confusa e sem saber o que fazer, ao contrário de Jungkook, que parecia estar nas nuvens, apesar do nervosismo.

— Entendi. Ah, só conversem. Espere o momento certo e fale com ela — aconselhei, como da outra vez. Jungkook riu pelo nariz, e eu franzi o cenho. — O que é?

— Você e seu hábito de dar bons conselhos e não segui-los — ele balançou a cabeça. Arregalei os olhos. — O que foi? Eu tô te vendo toda estranha perto do Jimin há um tempão, Lys. Por que não se abre com ele e conta que sente o mesmo?

Paralisei por um tempo, absorvendo aquilo que ouvi. Porque falar era facílimo, mas fazer era... era outra história. Meus sentimentos e medos estavam tão guardados em mim que revelá-los seria como sair nua no centro movimentado da cidade. Eu não estava preparada para as consequências da conversa que teríamos mais cedo ou mais tarde, e a incerteza me corroía. Eu só sabia que não podia perder Jimin.

— Nem eu sei o que eu diria, Kookie — miei baixinho. — Eu nem sei direito o que estou sentindo. Eu ignorei meus sentimentos por tanto tempo! Como eu poderia externá-los assim, de uma hora pra outra?

Ele suspirou, estacionando na garagem do prédio de Taehyung. Dançante, Tae andou pela calçada até o carro, e eu procurei me recompor. Antes que ele entrasse no carro, Jungkook se pronunciou uma última vez: