13

82 8 2
                                    

LYSIS

O quarto estava escuro quando eu acordei, mas sabia que era dia pelos raios de sol que passavam pelas frestas da cortina. Observei o teto por alguns minutos, sentindo minha cabeça latejar. O espaço ao meu lado estava vazio e frio, indicando que Jimin já havia se levantado há algum tempo. Na cabeceira da cama, no lado esquerdo, havia uma aspirina e um copo com água, e agradeci aos céus pelo meu melhor amigo, engolindo o comprimido e bebendo a água em grandes goles.

Aos poucos, a pressão na cabeça e ao redor dos olhos foi passando, até que me senti bem o suficiente para me levantar. Tomei um banho breve, apenas para tirar os vestígios da festa de ontem do corpo, depois vesti um pijama e segui até a cozinha, encontrando Jimin terminando o café da manhã.

— Bom dia, gatinha. — Jimin cumprimentou com um sorrisinho. — Dormiu bem?

Ainda sem processar minhas ações e meus pensamentos corretamente, me aproximei como sempre fazia depois de acordar e me aninhei em seu peito, abraçando-o. Jimin devolveu a frigideira no fogão e me envolveu em seus braços firmes.

— Tá doendo — reclamei contra ele. — Meu estômago.

— Eu sei, bebê — ele beijou minha cabeça. — Preparei um caldo para ajudar a melhorar. Você se lembra de alguma coisa de ontem?

Ele acariciou meus cabelos enquanto eu pensava, sentindo uma leve dor de cabeça ao tentar relembrar da noite anterior.

— Não muito — torci o nariz e ergui a cabeça para olhá-lo. — Me lembro de começar a beber, e...

Ao olhá-lo nos olhos, alguns flashes da noite anterior começaram a voltar, e eu pisquei algumas vezes. Jimin pareceu conter o riso.

— Sim — ele segurou minha bochecha direita, sustentando meu olhar. — Bebemos, dançamos, e...?

Um flash claro como a luz do dia surgiu em minha mente: a troca de olhares, ele sussurrando em meu ouvido, e eu mesma puxando Jimin para um beijo. Um beijo quente e delicioso que me deixou sem fôlego mesmo agora. Entreabri os lábios, engolindo um gemido. Depois disso eu já não me lembrava mais de nada.

Jimin aproximou a boca da minha, ainda sorrindo.

— Você se lembrou, não foi? — sua voz soou baixa e grave, com aquele sotaque de Busan que ficava maravilhoso em sua voz. Assenti uma vez, sentindo sua respiração em meu rosto. — E se lembrou também do que me disse antes de desmaiar em meus braços?

Como se um botão tivesse sido acionado, a frase saltou em minha mente, tão forte que acabei falando em voz alta:

— Eu te amo, Mochi — minha voz falhou e Jimin estremeceu, me apertando contra si. Ele fechou os olhos e respirou fundo.

Eu não sabia o que fazer ou dizer, apenas... fiquei lá, em seus braços, com nossas respirações irregulares misturadas e quentes. Eu me esqueci das dores de cabeça e de estômago, do mundo ao meu redor e até mesmo do meu próprio corpo. Jimin era tudo o que eu conseguia ver e sentir agora.

Ele inclinou a cabeça, deixando um beijo úmido e de arrepiar o corpo todo em meu pescoço, se delongando um pouco antes de afastar o rosto. A intensidade em seus olhos era de tirar o fôlego quando ele, parecendo usar todo o seu autocontrole, me soltou e me encarou, dizendo:

Like Crazy || Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora