Xeque-Mate

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Lauana Prado point of view

Marilia parecia inquieta. Sua expressão era seria, com mandíbula travada e o os olhos semicerrados. Eu me mantinha calma, apesar do nervosismo e euforia por aquele momento. Estávamos agora dentro de seu carro a caminho da Imperium, onde nesse instante Carla deveria estar começando a dançar.

- Podemos desistir de ir lá. - Soltei fingindo preocupação.

Marilia tirou os olhos da rua e colocou sobre mim.

- Você não quer me provar sua teoria? Ou já se deu conta que está me falando muitas asneiras? - Seu tom de voz saiu grosso, e rude. Fazendo meu corpo tremer.

Eu realmente esperava que tudo desse certo naquele momento, ou com toda certeza Marilia me mataria. E eu não teria como me defender.

- Estou falando a verdade Marilia. Eu só me preocupo com você. - Disse tocando seu braço levemente.

A mulher negou com a cabeça e continuou o caminho. Logo estávamos entrando no enorme estacionamento da boate, e a cada movimento que Marilia fazia meu coração palpitava. Ela parou o carro e tirou o sinto, saindo rapidamente. Eu apenas respirei fundo e segui a mulher que entrou na Imperium como se fosse matar alguém. Ela realmente parecia estar fora de si.

- Para onde vai? - Perguntei em passos apressados atrás dela.

- Procurar Maraisa, se ela não está aqui fora deve estar nas salas privativas.

Marilia falava enquanto caminhava em direção ao enorme corredor. Ela abriu sala por sala, e todas estavam vazias. Aquilo estava começando a me assustar, mas ainda restava uma única porta ali. E foi para lá que ela seguiu. Eu podia ouvir o barulho de seus saltos ecoando pelo corredor, Marilia respirou fundo e abriu a porta. Vendo tudo que eu sempre esperei.

Carla estava ajoelhada no chão, tirando a parte de baixo de sua roupa. Eu rapidamente coloquei os olhos sobre Marilia que encarou a mulher de forma estática. Sua expressão estava simplesmente ilegível, até que ela respirou fundo e se aproximou de ambas as mulheres com fúria.

- Está gostando de brincar com a sua irmãzinha, Vagabunda?!

A voz de Marilia ecoou dentro da sala, fazendo a stripper se levantar assustada. Mesmo com a máscara eu poderia ver a expressão de surpresa da morena. Gabriela levantou rapidamente e nos encarou da mesma maneira.

- Marilia...- Eu pude ver Maraisa sussurrar enquanto cobria seu corpo.

-Isso só pode ser brincadeira! - Marilia gritou.

- Marilia, se acalme. - Tentei falar, ao me aproximar da mulher. Que no mesmo instante me afastou.

- Me acalmar? Você quer que eu me acalme depois de ver essa palhaçada toda?! Me acalmar? Depois de a ver dançando para a mulher que eu mais odeio na vida?

Carla desceu do mini palco e se aproximou lentamente, provavelmente com medo do que estava por vir. A música que tocava ao fundo parou deixando apenas o silencio assustador naquele lugar.

- Amor...- A voz de Maraisa saiu tremula, e baixa.

- Não me chama disso, nem ouse me chamar assim Carla! - Marilia se afastou.

- Meu Deus, Marilia não seja exagerada. - Gabriela soltou prepotente.

Fazendo Marilia a encarar com fúria. A mulher em um instante estava frente a frente com Gabriela.

- Cala a sua boca se não quiser que eu estoure sua cara

Gabriela riu de forma debochada.

- Vai mesmo me bater?

The stripper Onde histórias criam vida. Descubra agora