INÍCIO DE GÊNENIS 1,3

54 9 74
                                    

Carmesia estava com sua barriga tão grande que sempre vestia um fino vestido longo para que sua barriga de grávida não apertasse devido às suas vestimentas. Ela estava sempre tomando todas as precauções para a minha segurança.

Em um de seus dias em sua sala especial, passava horas concentrada desenhando vários vestidos e estilos de roupas diferentes para, no final, escolher alguns para apresentar em seus eventos de moda. Era notável muitos de seus desenhos espalhados ao chão amadeirado, e muitas vezes algumas de suas folhas voavam em direção à janela de vidro que levava diretamente para o pequeno jardim suspenso de sua sala especial.

Ao pintar em roxo um de seus vestidos desenhados, Carmesia sentiu uma leve pontada, fazendo-a fazer uma certa careta ao sentir tal dor. Mas não ficou só nisso. Ela sentiu um chute e depois mais um. Líquido escorreu entre suas pernas ao mesmo tempo em que a dor estava mais intensa. Sua bolsa havia estourado. Carmesia gritava aos servos que viessem em seu socorro e foi socorrida rapidamente.

Albastru recebeu a ligação de seu trabalho informando que "eu", seu filho, finalmente estava para nascer e que ele deveria correr rapidamente para o hospital para acompanhar sua esposa nesse momento importante.

Na sala, estavam meu pai, minha mãe deitada sobre a mesa para o momento do parto, um obstetra, um segundo obstetra, um pediatra e um anestesiologista.

Minha mãe fazia forças para me colocar para fora. Suas contrações uterinas eram ritmadas, durando entre 50 segundos e quase um minuto cada, com intervalos diminuindo até chegar à frequência de um a cada três ou cinco minutos.

Albastru se empolgava, dizendo: ㅡMais um pouco, meu amor! Mais um pouco de força e está acabado! Já posso ver nosso querido menino!ㅡ

Quando meu pequeno e estranho corpo nu, finalmente saiu, toda a terra tremeu com a minha presença. A estrutura do hospital tremeu intensamente, fazendo todos que estavam ali irem ao chão em desespero. O chão rachou, as lâmpadas caíram e os móveis sacudiram ao chão. Meu pai cobriu meu pequeno corpo frágil com seu próprio corpo com medo de que o teto desabasse sobre todos naquele quarto, mas isso não aconteceu.

O terremoto foi sentido em todos os países do mundo, grandes tsunamis invadiram as praias costeiras e destruíram cidades litorâneas. Furacões desceram dos céus ou se formaram a partir da terra, devastando tudo em seu caminho. Tempestades furiosas com raios e trovões surgiram do nada, destruindo plantações. Crateras se abriram em várias partes do mundo, engolindo até mesmo alguns vilarejos. Todos os pássaros dos céus se agitaram, invadindo as metrópoles em estranha agitação. Vários animais terrestres tomaram rotas não convencionais. Toda a terra tremeu diante do nascimento da minha presença. Foi dois minutos de puro desequilíbrio em todo o mundo, até que finalmente tudo cessou. A humanidade passou a estudar os mistérios desse dia nos anos futuros.

ㅡQue esquisitoㅡ, foi a primeira coisa que comentei em minha consciência ao abrir meus olhos. Em minha consciência, pois não possuia cordas vocais desenvolvidas o bastante para conseguir falar. Eu olhava para minha mão extremamente minúscula. Não apenas ela, mas todo o meu corpo era inteiramente minúsculo.

Eu estava enfiado dentro de um berçário, em um lugar ao qual as criaturas desta terra chamavam de maternidade. Pelo visto, minha alma onipotente havia adentrado um vazio chamado de útero.

Aparentemente, dentro do útero ao qual havia saido, uma gama de carne cobriu minha alma, formando esse corpo tão minúsculo.

Agora, só possuo dois braços e tenho também duas pernas como normalmente também tinha. Porém é uma sensação bem estranha quando não sinto mais os meus outros vários braços, ou minhas 6 asas, ou meus 20 olhos, ou mesmo minha longa cauda.

O DEUS onipotente NASCE no MUNDO como o HUMANO mais PODEROSO ΩOnde histórias criam vida. Descubra agora