Depois da visita feita à família vizinha, retornamos à nossa casa. Minha mãe foi por Zahara dormir, e meu pai, como sempre fazia, foi fumar, por volta das nove da noite, um de seus charutos caros, em frente à lareira, já que era uma noite fria devido à chuva. Ele me convidou para fazê-lo companhia, mas eu dei a desculpa de que estava com sono e precisava acordar cedo para meu 4° ano de escola. Meu pai apenas disse que eu era um garoto excelente e me desejou uma boa noite. Obviamente, eu estava mentindo; planejava passar a noite em claro testando várias coisas que estavam em minha mente.
Minha serva, Rubi, acompanhou-me até meu quarto e ajudou-me a colocar meu pijama. E, como sempre fazia, deu-me um beijo de boa noite na bochecha, o único lugar em meu corpo que eu permitia que ela beijasse. Claro, este não era o verdadeiro lugar onde esta mulher queria beijar-me, mas certa vez havia lhe dito para ter paciência, pois este corpo era pequeno demais para ela fazer o que sempre imaginava fazendo comigo. E desde então, ela me obedece, esperando pacientemente com um estranho amor e obsessão que parecem querer explodir a qualquer momento.
Deitei-me sobre minha espaçosa cama, e Rubi cobriu-me com o cobertor. Ela foi em direção à porta do quarto, desligou a luz na tomada da parede e, em seguida, saiu fechando a porta.
Usando meu olho espiritual, notei que ela já havia descido o corredor. Saí da minha cama novamente e usei telepatia etérea para acender novamente a luz.
Fui em direção ao meu guarda-roupas e comecei a procurar algumas roupas ideais para sair nesta noite de chuva. Coloquei uma calça preta com botas de couro preto e, em seguida, um grosso moletom escuro de tecido de lã. Para complementar, pus por cima do moletom um casaco negro do tipo impermeável, que até tinha um capuz.
Antes de sair, sabia que precisava fazer algo sobre a falta de minha presença na cama, então usei meu poder e criei uma cópia exata de mim, uma casca vazia de meu corpo vestida com pijama. Coloquei-a deitada sobre a cama e a cobri com o lençol. Em seguida, para deixá-la ainda mais realista, usei uma fração de grama de meu poder etéreo e a fiz respirar normalmente, como se estivesse viva.
Agora, por que fiz isso? Bem, minha serva obcecada por mim tem algumas manias peculiares, como cheirar minhas cuecas na lavanderia da casa como se fosse uma droga. Principalmente, o motivo que me fez criar esta casca é que, algumas noites, Rubi tem a mania de ficar parada frente à minha cama, me olhando dormir com um estranho sorriso. Ela acha que eu não sei dessas coisas, mas eu sei de absolutamente todas as suas estranhezas. Não só dela, mas praticamente meus olhos espirituais revelam tudo o que se passa nesta casa, até mesmo os momentos íntimos de seus habitantes. Claro, excluindo os momentos íntimos de meus pais, que evito ver de propósito.
Abri a porta de vidro de meu quarto e saí em direção à varanda. Levantei meu rosto para o céu tomado por nuvens negras e senti a chuva gelada da tempestade cair sobre meu rosto. "Uma sensação bem relaxante", pensei eu. Acreditava que jamais sentiria isso com o meu verdadeiro corpo divino.
Tudo estava quase pronto; faltava apenas um pequeno detalhe. Precisava cobrir meu rosto para que não fosse descoberto. Pus a palma de minha mão sobre meu rosto e usei do etéreo para materializar algo sobre meu rosto. Minha face foi tomada por chamas roxas por alguns segundos e, em seguida, essas chamas transformaram-se em uma máscara branca platinada, com propriedades metálicas. Ela possuía do lado esquerdo um chifre ondulado apontado para frente e, do lado direito, três chifres ondulados apontados para frente. Era algo bastante semelhante ao meu rosto original do meu antigo corpo, mas criar uma máscara com tal formato nunca foi minha intenção.
ㅡHum, peculiar, será que a fiz desta forma inconscientemente?ㅡ, perguntei-me curioso. ㅡMas de qualquer forma, isso não importa. Talvez, no futuro, quando este corpo estiver forte o suficiente para aguentar uma boa capacidade de meu poder divino etéreo, eu possa materializar o meu eu original.ㅡ
Pus o capuz sobre minha cabeça e saltei de minha varanda a 40 metros abaixo. Antes de pisar com força sobre o gramado, meu corpo flutuou a 3 metros, fazendo-me pousar lentamente.
Alguns minutos depois, Rubi entrou em meu quarto como um ladino na noite e ficou em frente à minha cama cheirando uma de minhas cuecas com grande libido em sua face. Mal sabia ela que estava tendo pensamentos impuros com uma casca vazia de mim.
Ali estava eu, na calçada, na maior e principal avenida da grande metrópole do país B, a cidade chamada "Belpernya". Uma cidade que parecia nunca dormir, com milhares de pessoas que iam e vinham dia e noite, suas avenidas e trânsitos muitas vezes congestionados. Isso nunca mudava, nem mesmo com uma noite de tempestades e chuvas intensas. Sobre a calçada em que estava, as pessoas iam e vinham com seus guarda-chuvas cujos tinham a mesma tonalidade de cor, sempre preto, cinza ou transparente. Os reflexos das luzes, tanto dos telões dos prédios quanto dos sinais de trânsito, refletiam sobre o chão molhado da avenida.
Olhei para o maior prédio da cidade, que dava de frente para a extensa rua, e já sabia qual seria a primeira coisa que iria testar.
Meus olhos brilharam em etéreo, e diante da minha visão, vi todas as gotas de chuvas praticamente paradas em pleno ar; as pessoas pareciam demorar um século para darem um passo sobre o chão. Os veículos mais rápidos daquele trânsito, para mim, pareciam não se mover. Toquei com meu dedo uma das gotas de chuva que era do tamanho de um broto de feijão. Em seguida, me preparei olhando para o topo daquele prédio.
Em extrema velocidade, corri em meio à avenida e passei a escalar externamente o grande arranha-céu, pisando sobre seus vidros passo a passo. Era perceptível notar um rastro de poder etéreo de cor roxa, que começava do ponto de minha partida e seguia junto ao meu corpo. Escalei o prédio dando três voltas sobre ele e parei em seu topo, o lugar mais alto de toda a cidade.
Sentei sobre a borda do prédio e retirei meu capuz, desmaterializando minha máscara, deixando a chuva tocar em minha face novamente, enquanto olhava para a paisagem da avenida luminosa abaixo.
ㅡ 3 segundos... esse foi o tempo que levei para chegar ao topo desse edifício de 500 metros. Isso não está nem perto de atingir a verdadeira velocidade que eu era capaz de alcançar em meu pleno poder total. Bom, não tem muito o que fazer, já que estou em fase de adaptabilidade a este corpo.ㅡ, comentei um pouco frustrado, porém já havia aceitado o fato.
Refiz novamente minha máscara e pus o capuz, levantando-me do chão.
ㅡJá que testei até onde posso ser rápido no atual momento, preciso também testar minha força física.ㅡ comentei, criando cerca de 20 olhos espirituais e os espalhando pela cidade.
Usava os olhos espirituais para procurar para mim os tais intitulados "vilões" cujo a sociedade tinha tanto medo.
Precisava encontrar alguns deles para testar meu poder e também testar algumas técnicas de combate que certa vez li em alguns livros na biblioteca de casa. Sim, quando tinha por volta de 3 anos de idade, eu ia para a biblioteca procurar informações sobre esse mundo e às vezes encontrava alguns livros do tipo. E não, eu ainda era pequeno demais para usar um celular, caso você estivesse pensando algo como: "Nasceu em uma sociedade que tem celulares e computadores e foi em uma biblioteca?" Era muito pequeno para que permitissem isso.
Meus olhos espirituais se espalharam por cada rua, cada avenida e becos da cidade até que, enfim, um de meus olhos encontrou alguns tais supostos vilões. Eram cerca de 10 deles, e todos estavam armados com tecnologia de combate desta era, coisas que eles chamavam de fuzil, metralhadoras ou pistolas. Todos estavam em um grande navio cargueiro no porto da cidade. Estavam aparentemente transportando um grande contêiner com um guindaste. Porém, era fácil de notar que eles claramente não eram pessoas da lei e muito menos estavam fazendo algo legalizado, já que estavam armados. E as leis do país B não permitiam uma população armada, apenas as autoridades como o exército, polícia ou os heróis das guarnições, caso quisessem.
Eu sabia que aquelas pessoas seriam perfeitas para testar minhas habilidades físicas. Por isso, saltei do prédio e saí pulando pelo ar em velocidade, usando meu etéreo para petrificar o ar abaixo de meus solados.
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O DEUS onipotente NASCE no MUNDO como o HUMANO mais PODEROSO Ω
FantasíaNuma terra surreal, onde heróis e vilões desafiam as leis da realidade, nasce um bebê de pais ricos. Esse bebê, na verdade, era um Deus onipotente, cujo agora feito da mais pura carne. ele Cresce em meio a um mundo com indivíduos de poderes extraord...