–Outono de 1994–
Capitulo II=
Relação Melosa, Ela e Envelope MisteriosoViro de lado na cama de solteiro, franzindo o cenho em ódio, brava e confusa com o peso que sinto em cima do meu corpo, murmurando e afastando as pernas de Megan de cima de mim, me cobrindo por inteira dos pés a cabeça com o cobertor dela.
Estou com muita preguiça. Não quero abrir meus olhos e ter que tomar banho, tomar café da manhã, e passar praticamente o dia inteiro sentada em uma cadeira desconfortável, numa sala de aula daquela escola infernal! Odeio ter que encarar aqueles professores e alunos mimadinhos e idiotas...!! Automaticamente toda vez que penso sobre as férias de verão terem chegado ao fim, fico completamente maluca! Na verdade, aquela escola me deixa maluca! Por que para eles, eu não passo de uma bolsista que deve ter chupado o pau daquele velho que eles chamam de diretor, pra ter entrado na escola infeliz deles!!
Só por essas suposições idiotas e burras daqueles filhinhos de papai, eles acham que tem o direito, de passar a mão em mim, e ainda se acharem certos!! São uns filhos da puta!!
E as náuseas mais uma vez me atingem por completo com esses pensamentos, abrindo minhas pálpebras lentamente, para observar com os olhos embaçados em sono, as janelas abertas com cortinas esvoaçantes brancas voando com os ventos gélidos que passam por ela, juntamente com o sereno fraco da manhã que está prestes a nascer; encarando o céu ficar avermelhado como as folhas das copas das árvores que caem sobre as calçadas do bairro, recobrando a consciência de vez.
Não tem muito o que se fazer. Tenho que ir à escola de qualquer jeito. Afinal, eu sou uma bolsista, não tenho muito no que opinar, ou preferir. Não posso me dar ao luxo de escolher não ir.. . Além do mais, mamãe não me deixaria faltar, ela diz que é besteira se importar com outras pessoas que pegam no nosso pé.. Porém, não é nada fácil...
— Megan
Minha voz rouca preenche o quarto, me virando para a mesma que tem seu cabelo loiro espalhado pela sua face amassada, enquanto baba desce de sua boca pequena aberta, roncando baixo..
— Meg.. acorda..Falo mais uma vez, passando a mão em sua boca, limpando sua baba, tirando as mexas de seu rosto, a chacoalhando de leve. Me sento na cama, afastando o cobertor de meu corpo, sentindo os pelos de meu corpo se ouriçarem em frio pelos ventos gelados que circulam pelo cômodo pequeno, me amaldiçoando por ter dormido apenas com um short, e uma blusa curta.
Afasto as pernas para fora da cama, e meus pés descalços se chocam contra a madeira fria do piso, caminhando em direção ao banheiro afim de tomar um banho e acordar. Dentro do banheiro, fecho a porta do box enquanto tiro meu pijama, o jogando em cima da privada e fazendo um coque desajeitado de forma rápida em meu cabelo longo, para ligar o registro de água quente e sentir os pingos mornos molharem minha pele, relaxando meus músculos tensos... . Logo a porta se abre, dando uma breve visão embaçada de Megan, que se espreguiça e boceja tirando seu vestido, indo em direção banheira.
Desvio o olhar, desligando o registro, abrindo o box embaçado pela água quente como uma sauna, esticando meu braço para fora para pegar uma toalha e a circular em meu corpo, saindo do banheiro. Corro em direção ao guarda-roupa de madeira pintado de rosa-claro– ideia exclusiva de Megan, que insistiu em pintar esse maldito guarda-roupa–, e pegar meu minhas peças íntimas, e uniforme chato, daquele colégio chato, o vestindo.
Olho para o lado, terminando de arrumar minha gravata azul marinho, encarando Megan com as madeixas loiras todas bagunçadas, e gravata em um verdadeiro nó.. . Dou meia volta para trás, começando a caminhar em direção a porta, afim de sair e tomar um enorme café da manhã, pois estou morta de fom–
— Low!

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Olhar Mortífero
Mystery / ThrillerO que um simples olhar pode causar? Quando misteriosamente começa a receber cartas afirmando de quem quer que ela olhe, ou toque morrerá, Willow Voss, filha da renomada xerife de uma pacata cidade, decide por conta própria desvendar as cartas...