Capítulo 74

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Lara

Passei pela porta da casa do Pedro e as lágrimas desceram descontrolavelmentes, infelizmente eu o amava, mas não podíamos estar juntos, para ele era demais o fato do olavo ser meu pai, talvez ele nem olhasse para mim da mesma maneira.
Ele me via diferente agora por saber que eu era filha dele, nunca soube o que ele sentia por mim realmente, eu sabia o que eu sentia por ele, o único que amei.
Peguei um táxi e fui para casa de titia, era difícil estar ali e não lembrar dela, mas eu teria que retomar minha vida, e pro morro eu acho que não iria. Porque, até parece que toda vez que o Pedro me dava um pé na bunda eu ia pedir abrigo ao olavo, por enquanto não, esses dias iria ficar por aqui.
Abri a porta e vi tu escuro, claro. A luz estava cortada, e a água também imagino, liguei a lanterna do telefone e olhei as coisas, tudo estava empoeirado, teria um grande trabalho pela frente.
•••
Havia ligado para a companhia de luz e pedido para vir religar a energia, já havia feito o pagamento pelo o aplicativo e eles disseram que até de tarde viriam ligar.
Abri as janelas e consegui um pouco mais de luz, como ainda era de manhã não estava escuro ainda.
Arrumei tudo, apesar de só estar apenas sujo de poeira, ainda bem.
Não vinha aqui desde a morte de titia, o Pedro não tinha deixado e foi na época que eu passei um tempo no morro.
Subi para o meu antigo quarto e vi que estava uma bagunça, como eu me virei fora de casa sem metade das minhas roupas, haviam roupas que eu nem lembrava mais que eu tinha.
Arrumei tudo e deixei o quarto de titia por último, tinha que tomar coragem para entrar lá.
Entrei e vi que estava tudo exatamente igual de como ela tinha deixado.
Seus remédios estavam em cima de uma banquinha que ficava ao lado da sua cama.
Lembro de deixar bilhetes quando ia pra escola a lembrando de tomar as medicações.
Passei apenas a vassoura e lavei o chão do quarto tirando a poeira de tudo, não iria mexer em nada, iria deixar tudo como ela deixou. Esse quarto iria ser dela pra sempre.
Voltei pra sala e me sentei no sofá suspirando fundo, estava cansada e talvez realizada por ter conseguido voltar aqui.
Vi as luzes da sala ligando e me animei, olhei pela janela e vi que os homens já estavam ligando as luzes, menos mal.
Liguei para a minha faculdade e informei que queria destrancar minha matricula, eu há tinha trancando desde que tudo aconteceu, mas agora eu iria voltar.
Agora tudo estava completo, eu já estava me encaminhando para voltar a realidade, aos poucos iria conseguir.
•••
Bianca- como você está?
Bianca perguntou depois de eu contar o que tinha acontecido.
Lara- eu vou ficar bem.
Bianca- meu primo é um idiota.
Ela disse revirando os olhos.
Lara- por favor, não vamos falar nele, eu não quero mais. Vou seguir minha vida.
Eu disse certa e ela assentiu.
Bianca- certo. Como você quiser. Mas, mudando de assunto, Você vai começar o estágio?
Lara- claro. Terei só que ver aonde. E vou arranjar um emprego também.
Bianca- soube que tem uma lojinha aqui perto da facul que tá contratando amiga.
Lara- sério? Vou passar lá agora de tarde.
•••
Passei na loja e deixei meu currículo lá, estava rezando para me contratarem, eu não queria trabalhar em bar novamente, nunca mais. Nunca tinha mexido naquele dinheiro que o luan tinha me pagado e nunca iria mexer, ainda vou devolver pra ele, em um dia que eu tiver coragem de ir até ele, ainda tenho medo dele vir até mim, mas isso teria que ter um fim, afinal, agora eu estava sozinha, teria que aprender a me defender, como uma mulher.
•••
Escutei meu telefone tocar e vi que era o olavo.
Lara-Oi pai.
Olavo-Oi filha; como você está?
Lara-estou bem, os machucados estão melhores?
Olavo-sim; estão. Onde você está?
Lara-eu estou aqui na casa de titia agora.
Olavo-porque? Ele te fez alguma coisa? Se fez eu o mato.
Lara-não.Não pai,eu apenas quis vir morar aqui porque agora é minha casa, então estou aqui agora.
Olavo-ele também foi?
Lara-não. Ele está lá na casa dele e eu vou ficar na minha casa agora.
Olavo -você sabe que pode vir pra cá quando quiser né.
Lara- eu sei pai, Obrigada!

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