02. Sussurros de areia, ecos de sonhos

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Ele abriu os olhos

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Ele abriu os olhos.

Uma leve brisa ventava em sua direção. Ao olhar para os lados, entendeu o porquê. Estava sendo abanado. Havia dois leques de cabo longo feitos de plumas azuis e vermelhas em seu campo de visão.

Ele deu uma boa olhada nas pessoas que manuseavam os leques e concluiu sem grandes dificuldades que eles eram escravos, dado aos rostos abatidos e à quase falta de vestimenta. Saber que viveria como "rainha" em uma terra onde existiam pessoas escravizadas quase o fez desistir, pois não poderia fazer nada por eles.

Em alguns milênios, a escravidão seria criminalizada. Uma palavra ou uma revolta sua não mudaria absolutamente nada no momento, só complicaria as coisas para ele e afetaria os planos de impedir a guerra e o futuro colapso da nação. O que podia fazer era tratá-los como seres humanos, com o respeito e amabilidade que mereciam, e torcer para este Egito não ser tão cruel com escravos quanto o de seu universo.

— Podem parar agora — disse docemente aos escravos.

Naruto perdeu o olhar abismado deles, pois estava mais focado em surtar por dentro. Ele quase se esqueceu de que não falaria japonês aqui; sua voz saiu em um egípcio antigo fluente e natural.

Naruto tocou a própria garganta, incrédulo que as palavras vieram dele. Era uma língua... indescritível, como apenas as milenares podiam ser. Naruto nunca teve apego à própria voz, tampouco a achava bonita, mas as palavras que acabara de dizer pareceram um feitiço belamente transcrito.

Ísis havia falado com ele em japonês. Estava curioso para saber como seria a voz da deusa em sua língua mãe.

Outras coisas mudaram? Ele conseguia falar de maneira arcaica, assim como Ísis? Esperava que a deusa tivesse pensado nisso. Seria esquisito ter um dialeto moderno em meio ao dialeto a.C. do povo egípcio.

— Estás bem, Grande Esposo Real? — Uma jovem trajada de forma simples inquiriu com certa hesitação. Naruto demorou um instante para perceber que o Grande Esposo Real era ele. As rainhas do Egito também eram chamadas de tal forma. — Necessitas de algo?

— Água seria apreciada — respondeu ele, ainda aos pulos por dentro. Por Rá, isso tudo era real. Era a maior maluquice que já lhe ocorreu. — Por quanto tempo estive desacordado?

— Duas horas, Grande Esposo Real — outro jovem disse dessa vez. Eles vestiam-se diferentemente dos escravos, o que levou Naruto a pensar que eram servos.

Naruto assentiu à informação e recebeu a água com um sorriso de agradecimento que fez a serva de antes franzir o cenho em confusão. Ele analisou a taça antes de levá-la aos lábios. Parecia ser de prata e possuía belos padrões de símbolos egípcios que Naruto percebeu com alegria poder entender. Ele bebeu em goles curtos. A água estava fresca e tinha um gosto diferente da de seu universo. Era mais doce, mais... refrescante, diria. Ele apreciou.

Cruz Ansata | sasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora