12 - Put Me Back On The Line

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Oiii!!

O capítulo de hoje é no presente, focado na perspectiva da Jenna!! Lembrando que esse faz referências ao capítulo nove!

Espero que gostem e digam-me o que acharam nos comentários, suas opiniões são muito importantes e sempre me motivam!!

Com amor,
Deyse <3

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Pov's Jenna Ortega

[Presente] 17 de janeiro de 2023 - 10:07AM

- Senhorita Jenna Ortega?

Escuto o sotaque alemão carregado, provavelmente vindo de Frankfurt, preencher minha audição. Apesar da fala permanecer soando em meu crânio, não mantenho minha atenção focada no médico a minha frente.

Encontro-me acomodada mais uma vez no sofá de couro preto, participando das incontáveis sessões objetivando minha melhor recuperação. Estou chegando na marca da minha trigésima consulta com o Dr. Malik Bernhard desde julho do ano passado.

Não posso negar que progressos foram feitos, mas seria uma mentira se não admitisse que a frustração continua martelando minha cabeça, como se fosse o coeficiente independente de uma função matemática.

Esse termo sempre está presente, independentemente das variáveis, e, no meu caso, a perda da minha memória persevera no meu cérebro apenas para me lembrar do que eu perdi.

Irônico, não é?

Observo o médico encarar-me em expectativa, provavelmente aguardando alguma resposta minha. No entanto, não início uma réplica, somente prossigo analisando-o assim como faço com o ambiente ao meu redor. Prossigo lendo. Desse modo, percebo que há gotas de café ou outra bebida escura respingadas na camisa social de Bernhard. Oitenta por cento de chance de ser café, visto que ainda estamos no período matutino. Sinto que ele estava com pressa nesta manhã de inverno. Noto as olheiras profundas sobre os olhos do médico, fazendo com que eu conclua que não dormiu bem na noite passada. A aliança gasta na mão esquerda denuncia que é casado há um bom tempo, chuto que por quase trinta anos.

Dr. Malik queria sair de casa cedo, mais cedo do que o usual. Provavelmente, ocorreram discussões com a esposa ontem à noite, diria que as mesmas estão relacionadas com o fato de o homem à minha frente ser viciado no trabalho, e não dedicar tempo suficiente ao casamento de décadas.

Resumindo: não dormiu bem, porque discutiu com a esposa negligenciada e saiu de casa na pressa, derrubando café na própria camisa na tentativa de não a encontrar pela manhã. Eu disse e repito: as pessoas são muito fáceis de serem lidas.

- Senhorita Ortega? - fita-me com os olhos esverdeados, ainda aguardando minha resposta. - Você está me escutando?

Procuro alternativas de fuga para ir embora mais cedo. Nunca fui fã de médicos, muito menos daqueles que procuram investigar minha vida como se eu fosse um detento a ser interrogado. Nunca gostei de ter passado anos com eles. Então, começo a ponderar alternativas.

Posso dizer que estou passando mal e gostaria de ir embora (ou fugir, dependendo do ponto de vista), porém, ele não acreditaria em mim, já tentei esse truque algumas vezes.

Tenho a alternativa de simplesmente sair pela porta e dizer à minha mãe que a sessão de hoje foi cancelada. No entanto, ela tem conhecimento do meu histórico de aversão a médicos e ligaria para o consultório para conferir a legitimidade da minha história.

Também tenho a opção de fingir que estou tendo um ataque cardíaco ou desmaiar, mas mesmo se conseguisse atuar tais episódios com uma performance nível Oscar, pararia em uma ambulância. E se estiver em uma ambulância, meu destino final seria algum hospital. E esse lugar não está nos meus planos. Portanto, chego à mesma conclusão que tive em todas as outras sessões: sou obrigada a permanecer nesse consultório e contribuir na consulta.

Coffee - JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora