A nova escola de Ty Lee foi o cenário de uma tragédia abrupta.
Azula morreu cedo mas não conseguiu partir.
Duas jovens unidas pelo destino, prestes a entender que todos os meios levam ao mesmo fim.
[ATLA AU]
(Essa obra pode conter gatilhos, aborda t...
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Os pesadelos e visões de Azula tomaram proporções grandes demais para ignorar, portanto ela se viu sem outras alternativas a não ser recorrer a medidas extremas.
Encostada em um dos vitrais do corredor com Mai parada a sua frente falando sobre algo que a Murakami não pode prestar tanta atenção quanto provavelmente deveria, preocupada demais enquanto o seu olhar se direcionava vez ou outra para a sala do terceiro ano no final do corredor:
— Azula, você ouviu o que eu falei?— Mai perguntou impaciente, as íris douradas parecendo um pouco mais escuras de repente.
Azula teve a impressão de ter visto uma figura familiar surgir no fundo do corredor um pouco depois do sinal, mas foi difícil dizer pois as formas de todos aqueles adolescentes pareciam misturadas enquanto se atiravam pra fora da sala de aula em passos pesados. Quando avistou uma garota ficando para trás ela teve certeza de que havia encontrado o que procurava:
— Um minuto, Mai — disse colocando a mão em seu ombro e passando pela amiga sem tirar os olhos da garota de pele escura e cabelo platinado que vinha se aproximando tranquilamente.
— Yue! — chamou quando já estavam a uma distância considerável.
— Senhorita Murakami, a que devo essa honra? — Yue disse com o mesmo sorriso sereno que costumava usar ao falar com outras pessoas, mas o tom de humor em sua frase tinha aquele toque sagaz de sarcasmo que ela só usava com aquela a qual se dirigia. Azula riu soprando antes de dar sua resposta:
— Sem tempo pra formalidades, preciso da sua ajuda.
— Eu não acredito que vivi pra ver Murakami Azula pedindo ajuda pra alguém...
— Não estaria aqui se não precisasse muito, é importante, de verdade — Yue sentiu a aura ao redor da jovem ficando mais tensa, o sorriso sarcástico desapareceu quando constatou que definitivamente era algo muito sério — Yue, eu preciso de uma consulta. Urgente — enfatizou.
— Certo, vou te esperar no dormitório depois das aulas, tudo bem pra você?
Azula murmurou um "hum" em concordância e acenou com a cabeça antes de se afastar, Yue teve a impressão de que a expressão no rosto dela beirava a preocupação. De qualquer forma, ela saberia mais tarde.
Do outro lado do corredor, ainda parada na frente dos vitrais, Mai a encarava com uma expressão que parecia um misto de choque e repreensão estampada no rosto:
— A Yue de novo? Sério, Azula? — Azula apenas revirou os olhos e ignorou a pergunta.
Mais tarde naquele dia, pouco antes do último sinal, quando a noite consumiu os arredores do internato e as áreas comuns se tornaram bem mais silenciosas, Azula Murakami subiu até o andar das instalações do terceiro ano, e bateu na porta daquele quarto mais uma vez.
