_Lucas_Acordo com uma dor de cabeça imensa. Automaticamente levo minha mão até ela e começo a abrir os olhos devagar, mas quando vejo aquela luz entrando pela porta de vidro da varanda, fecho os olhos novamente.
Minha cabeça lateja muito e eu estou me sentindo zonzo e cansado.- Bom dia flor do dia - diz Pedro, passando por entre nossas camas - sonhou com quem, ein? - pergunta irônico.
- Com a sua mãe - respondo sem muita paciência enquanto tento me sentar na cama - parece que tem um encosto em mim.
- Do jeito que você bebeu ontem, achei que você nem ia acordar hoje. - diz dobrando uma camisa.
Ontem. Eu não lembro de absolutamente nada de ontem.- Meu corpo todo tá doendo... - coloco as pernas para fora da cama e consigo abrir meus olhos.
- Deve ser por que você saiu cambaleando e esbarrando por tudo que via ontem. Olha, seu braço tá com um hematoma roxo. - fala pegando meu braço direito e apontando o hematoma.
- Caralho... - exclamo.
- Vai tomar banho, você está com cheiro de álcool. - manda e eu levanto.
Quase caio, mas consigo me manter firme.- Eu bebi muito? - questiono andando devagarinho.
- Bebeu. Eu sumi por vinte minutos e quando eu voltei você tinha bebido uns quatorze shots com... - faz um pausa, tentando lembrar - acho que era vodka e mais alguma coisa.
- Por que você deixou eu fazer isso... - silabo chegando no banheiro e colocando minha mão na parede a procura do interruptor para acender a luz do espelho.
Quando liga, eu desligo sem pensar duas vezes. Meus olhos doem.- Eu mandei você ficar sentado e não fazer nada enquanto eu ia resolver um negocio na portaria, mas você é teimoso...
- Mano, eu tô horrível. - digo deixando de lado o que ele disse e esticando minhas bochechas na frente do espelho, o que faz minha olheira ficar maior e mais funda. - Parece que levei um soco.
- Você quase levou um soco.
- QUE? - exclamo alto e coloco a cabeça para fora do banheiro, observando Pedro.
- Tu não lembra não? Ontem você bateu na porta de um estranho aqui no hotel achando que era nosso quarto - ele ri nasal.
Fico boquiaberto e volto para o banheiro, procurando minha toalha.- E onde você estava nessa hora? - pergunto.
- Te procurando, quem me contou esse negócio do quarto de hotel foi você. Eu não acreditei muito não, já que você estava bêbado, mas aí interfonaram para cá por que viram você bater na porta do cara pelas câmeras. - diz rindo baixo.
Eu arregalo os olhos para mim mesmo, me sentindo meio culpado.- Olha aqui - digo indo até ele com a toalha do ombro - nunca mais, está me ouvindo? Nunca mais me deixe beber. - aponto para Pedro.
- Vai tomar banho moleque - joga uma muda de roupa em mim.
Agacho e pego, indo novamente para o banheiro.
Fecho a porta e segundos depois já estou no box. A água gelada cai sobre meus ombros.
Quando fecho meus olhos, lembro de algumas coisas...
O Pedro saindo de perto de mim, eu cambaleando pelos corredores, e, puta merda...
A imagem do garoto moreno com a toalha enrolada na cintura vêm a minha mente.
Por um segundo fico sem ar, mas me recupero e coloco minha cabeça de baixo d'água gelada.
Trezentos e um. O número do quarto.
Saio debaixo da água fria e me enrolo na toalha. Pego as roupas que Pedro jogou em mim e visto. Uma camiseta branca com uma calça preta.
Depois de alguns minutos me trocando, saio do banheiro secando o cabelo com a toalha.
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in that hotel room
Teen FictionQuando você está bêbado, quantas merdas você acha que é capaz de fazer??? Por que eu descobri hoje.