•maturıɗaɗə

12 2 11
                                    


_Isaac_


   Se não fosse pela Júlia me segurando, provavelmente aquele ridículo estaria morto. Descobri que fazia um tempinho que ele tinha se hospedado no hotel, isso além de ter antecedentes criminais com menores de idade.
   Como ninguém entrou nem saiu, a porta do elevador se fechou e começou a subir para o nosso andar. Sinto a mão de Júlia relaxando em meu braço e os olhares dos meninos sobre mim.
   Poucos segundos depois, a porta se abre e nós saímos, todos em silêncio. Minha irmã começa a andar na frente, assim, chegando mais rápido até a porta do quarto e abrindo.
Entramos.

- Tá tudo bem? - questiona Pedro, aparentemente preocupado.

- Aquele filho da puta... - resmungo sentando na beirada da minha cama.
   Lucas surge e ouço a porta do banheiro fechar. Júlia.
Me levando rápido, mas o loiro me para.

- Você tá sangrando... - diz.
    E eu não sei???????

- Não tem problema. - retruco, querendo passar.
   Ele fica na minha frente, me impedindo.

- Lucas - digo sério, olhando para frente, sem fazer contato visual.

- Isaac, ela precisa de um tempo - diz, com a voz mais rouca - e você também - termina, olhando minha regata suja de sangue.

   Suspiro, travando o maxilar. Sento-me na beirada da cama novamente.
   Em menos de segundos, ouço a porta do banheiro se abrir e Júlia aparece no quarto.

- Não vou dormir aqui hoje. - solta.

- Que? - retruco.

- Tá surdo?

- E você vai dormir aonde então? - pergunto, irônico.

- E te interessa?

- Caralho, Júlia - levanto-me, inacreditado - que porra é essa, hein?

- Aah, agora você vem perguntar o que eu acho, né? - aumenta o tom de voz - Porra, Isaac, tu é muito teimoso.

- E você acha que eu não sei? - falo um pouco mais alto também, soltando uma risada nasal.
   Minha irmã desaparece pelo corredor e logo ouço barulho de chave. Me aproximo.

- Para - mando, mas ela continua.

- Gente...
   Viro um pouco o rosto e vejo os meninos, que eu já tinha me esquecido que estavam ali.

- Eu falei com o Lucas aqui enquanto vocês tavam, hm... conversando - faz uma pausa -  e a Júlia pode dormir lá no nosso quarto hoje.
   Suspiro.

- Tá - ela responde.

- Tá - concordo, irritado.

- Podemos ir? - minha irmã pergunta para eles, como se estivesse apressada.
   Como não quero ficar fazendo contato visual com ela, fico olhando para os garotos. Especificamente para Lucas, que intercala o olhar preocupado entre eu e Júlia.

- Uhm, pode ir na frente - Pedro diz.
   Júlia sai sem pensar duas vezes e eu cruzo o braço.

- Relaxa, a gente da um jeito - Pedro fala, dando dois tapinhas no meu ombro.
   Tento me segurar pra não reclamar de dor. Aquele desgraçado fez eu bater com tudo na parede e machucar as costas e o ombro.
   Cerro o maxilar e aceno com a cabeça. Os dois passam por mim e saem, me deixando sozinho.
   Suspiro, puto, me virando. Merda, a chave.
Pego a chave reserva que estava em cima de um armário e abro a porta, colocando a cabeça para fora.

   Lucas, que está esperando o elevador sozinho com o Pedro - suponho que Júlia já deva ter subido - me vê e começa a se aproximar.
   Nos poucos segundos que ele tem para chegar até mim, aproveito para passar a mão na boca, tirando um pouco do sangue.

in that hotel roomOnde histórias criam vida. Descubra agora