in that hotel room

•amıgoṣ?

_Isaac_

- E você também disse que seu nome era Pedro. - finalizo.
O menino congela e me olha como se estivesse em choque.

- Pedro? - questiona.
Faço que sim com a cabeça.

- Meu nome é Lucas. - diz - Pedro é meu amigo que veio comigo, se ele souber disso, vai me matar.
Sorrio.

- Lucas combina com seu cabelo - digo observando as mechas loiras caídas em seu rosto.

- Com meu cabelo? - pergunta inclinando um pouco o rosto.

- É... - respondo sem saber muito o que falar. Parece que, sei lá, ele me intimida.

Graças a Deus (ou não), minha irmã entra no quarto.

- Isaacquinhooo - chama meu nome como se estivesse cantando e vem saltitando até o quarto.
Em sua mão direita ela carrega uma sacolinha, e na outra...

- Eu acho melhor você ir para bem longe, por que eu vou te matar... - falo calmamente fechando os olhos.
Quando abro os olhos, vejo Lucas segurando a risada e ela abaixando o papel com a foto minha caído imprimida.
Tento levantar rápido, mesmo com o tornozelo doendo. Lanço um olhar ameaçador para minha irmã, que sai correndo e se tranca no banheiro.
Ando até ele e começo a bater na porta.

- De onde você tirou essa foto? - questiono irritado - Eu tinha apagado!

- Você não apagou da lixeira. - responde.

- JÚLIA EU VOU TE MATAR - começo a mexer na maçaneta que nem doido.

- É só uma foto - responde rápido.

- Você vai ver onde eu vou enfiar essa foto.

- CALMA, CALMA - exclama - olha, tenho uma proposta.
Suspiro, e sei que ela ouve.

- Eu deixo você imprimir uma foto minha feia também.

- Você tá me zoando. - coloco meus braços na porta e encosto minha cabeça neles.

- Não gostou?

- Para que que eu iria querer uma foto sua feia, aliás, eu já vejo você feia todos os dias. - respondo e ela abre a porta.

- Tá me chamando de feia?

- E se eu estiver? - cruzo os braços.

- A gente é igual tá bom? Então se você estiver me chamando de feia, você é feio também. - discute.

- Da um jeito que sumir com aquela foto antes que meu plano de te matar asfixiada entre em execução. - digo e dou espaço para ela passar.
Voltamos para o quarto. Lucas. Tinha esquecido que ele estava aqui.

- Perdão, é que as vezes a minha irmã é muito tonta - dou um tapa na cabeça dela, que está rasgando a foto e indo em direção ao banheiro.

- Quem é esse? - pergunta minha irmã, voltando para o quarto.

- O garoto - respondo.

- Ah, é o beba... - Júlia começa, mas falo por cima antes.

- Isso, é o menino da porta. - digo encarando ela.

- Prazer - ela sorri estendendo a mão para Lucas.
Ele retribui, e nisso, vejo que as veias de seu braço estão saltadas. Perco o ar por um estante.
Não me julguem, ok? Eu tenho um sério problemas com veias.

- Deixa eu dar um jeito no seu tornozelo logo - minha irmã pega a sacolinha e se vira para mim.
Tiro minhas meias. Meu tornozelo está todo roxo.

- O que aconteceu? - Lucas exclama.
Lanço um olhar ameaçador para Júlia.