Prólogo

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Jade Picon

Jade: O que estamos fazendo aqui fora? Já vão cantar os parabéns par mim.


Paulo André: Só um minuto, eu preciso entregar o seu presente ou você achou que eu não te daria nada?



Sinceramente não havia passado pela cabeça dela que ele não tinha lhe dado nada até então. Pra falar a verdade, ela não fazia muita questão. O melhor presente ela recebe todos os dias: sua amizade. Mas agora observando o Paulo André a encarar com expectativa e certo nervosismo, ela quer muito saber o que ele poderia ter ali para ela.


PA: Abra.


Ele pediu, enquanto a entregava uma pequena caixa de veludo.


Ela pegou a caixinha de suas mãos enquanto olhava para aqueles olhos castanhos que pareciam querer dizer tantas coisas. Parando pra analisa-lo melhor, ele estava diferente, ela não sabia dizer em quais aspectos. Um brilho diferente no olhar? Talvez. Mais arrumado que o normal? Com certeza. Ele parecia tão mais lindo! Seu melhor amigo e seu amor mais secreto. Paulo André era a junção de todas as coisas mais belas que Deus poderia reunir em uma só pessoa.


PA: Vamos, Jade. 


Ele falou e imediatamente ela sentiu suas bochechas esquentarem. Meu Deus, por quanto tempo ela pôde ficar o admirando? Certamente tempo suficiente para ele a pressionar a abrir o presente.


Voltando sua atenção para a caixinha, enfim a abriu. Dentro dela, um colar com um pequeno pingente em formato de sol. Ela nunca tinha visto nada tão lindo.


Jade: PA ...


Ela estava sem palavras diante de tanto encantamento.


PA: você gostou?


Jade: eu amei! É lindo, obrigada!



Ela eliminou a distância entre eles e o abraçou. Os braços dele a envolveram rapidamente e ali permaneceram no abraço mais forte e mais demorado que já deram. Seu coração batia tão rápido, que a assustou. Ela inclinou seu corpo apenas o suficiente para encarar seus olhos e o que viu ali foi tão intenso, que seu coração disparou também. Ela só não estava preparada para o que veio a seguir. Seus lábios nos dele. O beijo suave dele, o suspiro surpreso dela e sua boca timidamente abrindo espaço para ele.



E foi ali no quintal da casa dela, com seus 15 anos de idade, que ela deu seu primeiro beijo. No seu melhor amigo. No garoto que ela conhecia desde os 8 anos e que roubou seu coração no momento em que bateu em sua porta com o sorriso mais lindo que já viu, a comunicando que era o novo vizinho da casa ao lado e a convidando pra brincar com ele.


PA: Feliz aniversário, sardinhas.



Jade despertou e seu coração batia desenfreadamente. Olhou ao seu redor, se situando onde estava. Voltou a cair com a cabeça sobre seu travesseiro, fechando os olhos e tentando acalmar sua respiração. Lá estava aquele sonho mais uma vez, ou melhor, aquela lembrança. Já fazia tanto tempo que ela não pensava nele. Por que de repente ela estava tendo essas lembranças novamente? Tentou voltar a dormir, mas essa lembrança foi trazendo diversas outras, até que quando percebeu, já estava amanhecendo.


Jade levantou, buscou seu computador e adiantou o que estava pendente, revisando as novas coleções para o "La Mode Vit" era o ateliê muito conceituado em que trabalhava. Antes que ela desligasse o computador e se preparasse para mais um dia de trabalho, entrou mais uma vez naquele site. Perda de tempo, já que não tinha a menor intenção de fazer uma matrícula. Na verdade, o que faltava era dinheiro suficiente. Uma pós-graduação em moda em Nova York era algo que ela estava adiando e continuaria a adiar. Voltando para o mundo real, ela foi se arrumar pois já estava atrasada. Ainda tinha uma última prova de vestido para o casamento de sua melhor amiga, em que também seria a madrinha.


Ruth Spínola Coelho: Bom dia, Jade! – a renomada chefe da Jade a cumprimentou assim que ela chegou. – Sua amiga já está à sua espera. A costureira já está fazendo os últimos ajustes no vestido de noiva dela.


Jade: Ah, claro. Vou agora mesmo até ela.


Jade respondeu se encaminhando para a ala reservada somente aos vestidos de noiva.


Nina: finalmente você chegou. – a amiga vibrou em ver a Jade entrar ali. – Você trabalha aqui e ainda assim eu chego primeiro do que você.


Jade: eu estou no meu horário, você é que é uma noiva muito ansiosa. – ela retrucou.


Nina: não posso discordar. – ela falou enquanto sorria. – Olha amiga, me diz se esse não é o vestido mais lindo que você já desenhou na sua vida? – a amiga perguntou encarando a Jade através do espelho.


Jade: bom, considerando que esse foi o primeiro vestido de noiva que eu desenhei e só o fiz porquê era pra você, então sim, é minha melhor obra, você está maravilhosa.


Ela disse admirando o quanto sua amiga estava linda e confessou estar bastante orgulhosa pelo seu trabalho.


Nina: Anda, vá provar seu vestido, madrinha! – Nina a apressou enquanto enxugava as lágrimas que já desciam pelo seu rosto. – Não quero te atrapalhar muito, sei que você tem muita coisa pra fazer aqui ainda.


A costureira que até então estava ajudando Nina, foi até a Jade entregar seu vestido. Ele era de tule bordado com flores em tons de rosa e vermelho e estrutura de corpete, aquele vestido era um dos mais lindos que ela havia visto na vida, e olha que ela conhecia todos os vestidos daquele ateliê como a palma da sua mão. Encaixou-se perfeitamente em seu corpo, nenhum ajuste a mais precisava ser feito e Nina era só sorrisos quando a viu nele. Voltou ao provador para retirar o vestido. Precisava se despedir da amiga e começar o trabalho.


Nina: "estou no ateliê, acabei de fazer a última prova do vestido." – ela falava ao telefone quando a Jade voltava para junto dela. – "Sim, não esqueci disso. Já estou de saída pra encontrar a sua mãe e então iremos até você." – Nina dizia enquanto permanecia de costas para Jade, sem notar sua presença. – "Ele ligou pra você? Ele vem? "– sua voz ganhou um tom mais alto e de completa animação. – "Eu deveria matar seu irmão por confirmar tão em cima da hora."


Nesse momento os pés da Jade ficaram sem chão e de repente ela trombou sobre a mesa que estava próxima, fazendo barulho ao derrubar coisas no chão. Jade mal ouvia a voz da Nina, embora ela estivesse ao seu lado a segurando para que ela não caísse. Tudo tinha sumido da sua mente, agora apenas uma coisa estava martelando de forma insistente: Paulo André estava voltando pra casa.



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