meio que te amo

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No limiar do dizer, onde as palavras hesitam,
Nasce um sentimento, meio sombra, meio luz.
Neste espaço entre nós, onde sonhos habitam,
Confesso, meio em sussurro: meio que te amo, eis a cruz.

Vejo-te de longe, numa esfera além do meu toque,
Brilhante como estrela, distante como o mar.
Em meu peito, um amor que meio se esboce,
Metade certeza, metade medo de te amar.

Teu sorriso, um raio de sol em dias nublados,
Ilumina meu mundo, mas não posso alcançar.
Como uma melodia em sussurros soprados,
Tão perto, ainda assim, tão longe para tocar.

Meio que te amo, em silêncio e em segredo,
Nas entrelinhas do meu dia, na poesia que não digo.
Em cada sonho teu, eu meio que me perco,
Neste amor não revelado, encontro meu abrigo.

Meio que te amo, nas estrelas refletido,
Neste amor que vive em mim, mas não pode voar.
Como um pássaro com asas, mas no ninho reprimido,
Amo-te pela metade, pois inteiro não posso te amar.

Tuas palavras, como brisa, acariciam minha alma,
Mas o toque é um desejo que não posso saciar.
Neste meio amor, encontro meio calma,
Metade de mim querendo ficar, a outra querendo voar.

Meio que te amo, em cada amanhecer,
Na esperança de um dia poder te encontrar.
Neste amor que é meu, mas não posso ter,
Vivo meio completo, na espera de te amar.

E assim, nesta dança de proximidade e distância,
Confesso, meio tímido, este meu sentir.
Meio que te amo, com meio de esperança,
Neste amor que é tudo, e ainda tem tanto para florir.

Na penumbra deste sentimento, meio oculto, meio claro,
Guardo cada gesto teu, como um tesouro precioso.
Meio que te amo, em cada palavra, em cada descaro,
Neste sentimento tão grande, mas meio silencioso.

Nas noites em claro, teu rosto em minha mente,
Sonho com um mundo onde não há meio, só inteiro.
Onde meu amor por ti, ardente e evidente,
Seria livre para voar, sem barreiras, sem ser fronteiro.

Mas aqui, neste agora, com a realidade a pesar,
Vivo este meio amor, com meio coração a suspirar.
Amo-te em pedaços, em fragmentos a brilhar,
Meio que te amo, em eterna e doce resignar.

Por isso, nesta confissão que nasce e morre no peito,
Deixo as palavras voarem, meio ditas, meio guardadas.
Meio que te amo, em cada defeito, em cada jeito,
Neste amor que é tudo, e ao mesmo tempo, quase nada.

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