Capítulo 2 - Julgamento Solene

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Acordei com um sobressalto, minha mente ainda turva pelo sono. Aos poucos, a realidade da minha situação veio à tona. Abri os olhos para a escuridão opressiva da cela. Apenas uma tênue luz entrava pela pequena janela no alto, revelando as grades de ferro enferrujadas e as paredes cobertas de musgo.

Sentei-me lentamente na palha suja que servia como minha cama, olhando ao redor.

Eu buscava por qualquer sinal de vida, mas apenas o silêncio sombrio me cumprimentava. Nenhum som, exceto minha própria respiração e os batimentos acelerados do meu coração.

Tentei me levantar e andar pela cela, mas os passos ecoavam em vão. As grades de ferro me separavam do mundo exterior, e a janela no alto era pequena demais para permitir qualquer vislumbre significativo do que estava além dela. Eu estava isolado, confinado em um espaço claustrofóbico.

Sentei-me novamente na palha, com a sensação de desamparo se intensificando. As lembranças do que havia acontecido para eu ser levado até ali voltaram à minha mente. A falsa acusação, a negação da minha inocência, a falta de apoio. Tudo isso contribuiu para o meu injusto confinamento aqui.

Mas em meio à todo aquele silêncio, pude ouvir claramente o som de passos e o ruído característico de armaduras se aproximando. Aos poucos a ansiedade ia tomando conta de mim, enquanto eu me levantava e me aproximava das grades para tentar ver o que estava acontecendo.

Os passos pararam em frente à minha cela, e o tilintar de espadas sendo sacadas ecoou pelo corredor. A grade da cela se abriu com um rangido, revelando dois samurais com expressões sérias.

Eles me olharam com desdém, como se eu fosse um mero criminoso. Eu estava vestido com a mesma roupa do dia em que fui trazido aqui, minha aparência desleixada após dias de confinamento. Os samurais pareciam indiferentes à minha situação, apenas cumprindo seu dever.

Um deles se aproximou de mim, segurando sua espada com firmeza. Ele me encarou com olhos frios e disse em um tom autoritário: "É hora de partir, prisioneiro. Seu julgamento será feito hoje."

Os samurais me escoltaram para fora da cela, me levando pelos corredores escuros da prisão. Eu me sentia como um fantasma, sendo levado para o desconhecido.

Finalmente, chegamos a uma sala ampla e grandiosa, onde ocorreria o julgamento. A sala estava ricamente decorada, com tapetes, cortinas e pinturas que evidenciavam a importância do local.

Os murmúrios imediatamente cessaram e os olhos de todos se voltaram para mim quando eu entrei na sala, acompanhado pelos samurais.

No centro da sala, havia um trono imponente onde o Imperador Tomoya Matsunaga se sentava, rodeado por sua corte. A presença do Imperador no local foi surpreendente para mim. Eu não esperava que o governante supremo do país estivesse presente no meu julgamento.

Quando meus olhos se encontraram com os do Imperador, senti um arrepio percorrer minha espinha. Sua expressão era impenetrável, e eu não conseguia discernir seus sentimentos ou opiniões sobre o meu caso. Sua presença imponente naquele momento fez com que eu me sentisse ainda mais acuado e indefeso.

Afinal, o Imperador era uma figura reverenciada no Japão e sua palavra era considerada suprema. Saber que ele estava presente no meu julgamento significava que a situação era séria e que as consequências podiam ser ainda mais severas do que eu havia imaginado.

Os anciãos, vestidos em suas vestimentas formais, me olharam com seriedade. Eu pude sentir seu escrutínio, enquanto eles avaliavam minha aparência e minha postura.

Fui instruído a me ajoelhar perante o trono do Imperador, o que fiz sem hesitar. Minhas mãos estavam amarradas, e eu me sentia vulnerável e indefeso. O silêncio pairava no ar, e eu aguardava ansiosamente pelo início do julgamento.




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