Seattle, Washington, ano de 2009Era inverno, o céu noturno estava recheado de nuvens e o vento era visível. Seattle sempre tão fria.
Isso não era problema para a pequena Apple de 9 anos, adorava o inverno. Vestir casacos felpudos, tomar chocolate quente e ficar em volta da lareira era apenas algumas das coisas que amava fazer nessa época do ano.
Ultimamente a família Duran tem estado mais afastada. Ela não sabe o porquê, porém sente. O erro dos adultos é achar que crianças são tolas o suficiente para não entender os cenários ao seu redor.
Sua mãe havia acabado de dar à luz a sua mais nova irmãzinha, Nina. A bebê era perfeita, nasceu tão pequenina e forte. O que Apple não imaginava era que Katherine foi abalada por uma fortíssima depressão pós-parto. No ano de 2009, o assunto era um tabu na sociedade patriarcal. Mulheres eram culpadas por não romantizar a maternidade, muitas até mesmo fingiam amar seus filhos. As possibilidades de acontecimentos após ser obrigada a restringir tantos sentimentos só levam a um só lugar.
- Apple Pie, vá chamar sua mãe para o jantar - disse Robert, enquanto colocava os pratos na mesa.
Respondendo o pai de forma positiva, a garota sobe as escadas correndo quase tropeçando. Os corredores da sua casa eram muito largos e espaçosos, nas paredes haviam fotografias de todos, menos de Nina. Apple não entendia.
A porta do banheiro estava entreaberta, o chão estava molhado e fumaças de vapor escapavam pela abertura.
- Mamãe? - a pequena entra sob passos inaudíveis no cômodo. A cena foi paralisante para menina.
Katherine estava dentro da banheira, com olhos semiabertos, água transbordava e molhava seus próprios pés.
- Mamãe? - o susurro cortante e angustiante de Apple foi dito novamente.
Se aproximou com suas pupilas tremendo, toca a pele gelada da mulher e acaricia. A água dentro da banheira pintada por um vermelho sangria. A inocência e juventude da pequena Pie não deixaram-na perceber o que estava acontecendo.
Se ajoelhando no chão molhado, Apple busca as mãos de sua mãe e decidindo não notar que os pulsos vazavam sangue, a beijou no dorso.
A menina fica ali uns bons minutos. Mesmo não entendendo muito bem, ela sabia que não havia mais o que fazer. Fez diversas orações e zelou pela alma de sua mãe, que finalmente parece ter encontrado a paz que tanto desejava.
E foi assim que Apple Duran passou a odiar o inverno.
California, Los Angeles, ano de 2016
- Oh, oh! Isso! Assim, assim, ainn... - a mulher mais velha gemia e parecia estar quase lá. Raspando os dentes no clitóris da loira em cima de mim, ela revira os olhos e puxa meus cabelos. Suas pernas ondulando em movimentos de prazer, me avisam que ela já chegou ao orgasmo. Sorrio.
- Nossa, isso foi muito, muito bom! Você tem melhorado. Os treinos tem sido bem proveitoso a você, não é, querida? - ela acaricia meus fios e beija o topo da minha cabeça.
- Eu me sinto muito feliz te dando prazer, senhora Hills - digo com um pequeno sorriso.
A mulher ri docemente e se levanta. Pega suas roupas de tecidos caros e vai até o banheiro, provavelmente se arrumar para voltar para seu marido.
Me levanto também, preciso chegar em casa antes do jantar. Preciso estudar para o teste de amanhã e ajudar Nina com o dever de casa.
- O dinheiro está em cima da mesa, querida. Me mande mensagem quando chegar em casa, tudo bem? - a mulher interrompe meus pensamentos, aponta para a mesa e bica nossos lábios, já saindo pela porta. Ando até a mesa e abro o envelope, sorrio. 500$ dólares limpo e vivos na minha mão. Essa mulher sabe bem como dar gorjetas.
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Mean Queens
Lãng mạnApple Petit-Duran tenta de tudo para ser invisível e passar despercebida na escola, mas há algo nela que chama a atenção de Amber Fitzel, considerada a Queen B de toda Northwestern High. Apple se torna alvo dos jogos psicológicos de Amber, que revel...