Capítulo 1: Second chance

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O convite para jantar no dia seguinte surgiu quase que inconscientemente, as palavras saltaram da boca dele quando percebeu que estava chegando o momento de se despedirem. Esme sorriu agradecida por sua atitude e concordou, pegando o bloco de notas em sua bolsa e uma caneta ela anotou em uma caligrafia firme e desenhada seu nome e seu número de telefone. Por alguma razão ela sentiu que esse gesto seria mais significativo do que apenas entregar um de seus cartões de contato.

-Esse é meu número pessoal. O outro, que talvez você já tenha, não está liberado para chamadas além do horário comercial.- Ela corou ao dizer isso e ele se sentiu aquecido ao perceber que ela estava o dando liberdade para conversar além do horário comercial.

O sorriso de Carlisle se alargou ao perceber a leve coloração nas bochechas de Esme. Era uma troca de entendimento mútuo, uma concessão sutil de confiança que aquecia sua alma. A cada momento com ela e sua presença calorosa e amorosa, seus sorrisos ternos e a compreensão profunda que compartilhavam fizeram com que Carlisle acreditasse não apenas na existência de sua alma, mas na possibilidade de que a imortalidade pudesse ser iluminada por algo que transcende o físico.

Quando Alice disse que aquela viagem seria mágica e que ele precisaria colocar seus medos de lado e apenas se deixar levar como pessoa, ele não entendeu. Mas agora tudo parecia fazer sentido e por mais que sua consciência tentasse alerta-lo, Carlisle estava demasiado feliz com aquele reencontro para negar qualquer momento ao lado dela.

-Acredito que também não conheça nenhum restaurante.- Ela sorriu quando acabou de anotar.- Posso recomendar alguns e você pode escolher o que preferir.- Ela sugeriu destacando a folha e a estendendo a ele.

Carlisle aceitou o papel delicadamente, apreciando a caligrafia de Esme. Seus olhos percorreram as palavras escritas, capturando não apenas os dígitos que jamais se deixaria esquecer, mas também a promessa tácita de um encontro futuro.

-Esme, agradeço pelas sugestões, mas permita-me escolher um restaurante especialmente para nós. Quero que seja algo que reflita nossos gostos e a importância deste momento. Prometo que vou encontrar um lugar encantador. - Carlisle respondeu com um sorriso gentil, transmitindo sua vontade de tornar o jantar significativo. Ele sabia, de alguma forma, que a humildade de Esme poderia leva-los a algo simples ou cultural e ele tinha outros planos em mente. Queria poder agrada-la com um ambiente a altura do que ela merece.

Esme assentiu, apreciando a consideração dele. O coração acelerou com as palavras ditas por ele.

-Ficarei ansiosa pelo seu telefonema então.- Ela se ergueu pronta para se despedir e ele seguiu seu gesto.

-Eu a guiarei até seu consultório, seu carro está lá?- Ele foi atencioso e ela corou novamente.

-Eu agradeço, Carlisle, mas irei pegar um taxi.- Sorriu educadamente.- Nos vemos amanhã, certo?- Ela o olhou e ele assentiu.

-Com certeza.- Ele sorriu encantado por aquela promessa de revê-la.

Enquanto se despediam com um beijo delicado no rosto, um cumprimento atual e que pela primeira vez agradou Carlisle, uma promessa não dita flutuava no ar, a antecipação do que o destino reservaria para eles no jantar do dia seguinte. Carlisle, com determinação, guardou o papel com o número de telefone de Esme, e enquanto ela se afastava, a mente de Carlisle estava cheia de expectativa e alegria pela possibilidade de compartilhar mais momentos preciosos com ela.

O som de sua risada, os olhos castanhos brilhantes, a voz harmoniosa e o jeito carinhoso que Esme agia, tudo manteve Carlisle ocupado e pensativo durante toda a noite após se despedir dela. Talvez ele devesse se preocupar com o que era, talvez Esme nunca o aceitaria se soubesse a verdade, talvez tudo o que ele estivesse vivendo era apenas uma ilusão.

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