Estavam todos reunidos na pequena biblioteca quando eles chegaram. Logo de cara, André foi lá para frente, no meio da galera, onde Sarah estava de pé sobre uma das cadeiras falando por cima dos burburinhos dos pixotes.
Bruna foi puxada até o canto da sala, para fora do alvoroço que se formou, junto com Gabi, Daniel e Bia. Porém, havia mais alguém sentado ali, camuflado pela luz fraca atrás de uma pilha de livros.
— Ok, Sarah — André parou diante da menina, como se estivesse se apresentando para uma rainha — O que está acontecendo?
Bruna não sabia dizer se Sarah estava apenas sorrindo ou debochando de André, mas acabou descendo da cadeira, o olhando nos olhos e, de repente, todos ficaram em silêncio.
— André... — a voz dela saiu aveludada, como um toque macio nos ouvidos do grupo — Eu trouxe alguém que finalmente vai colocar a Fernanda no lugar dela!
O rapaz suspirou, passando a mão pelos cachinhos e os deixando ainda mais volumosos no topo da cabeça. Alguns meninos no outro canto da sala riram e cochicharam entre si, seus olhares estavam fixos no aluno escondido entre as pilhas de livros.
— Eu preciso pedir para você explicar? — até Gabriela se surpreendeu com o cansaço na voz de André, mas Sarah só sorriu e fez que não com a cabeça.
— Vem aqui, amiga, deixa eu te apresentar para o resto da turma...
A menina de cabelos avermelhados saiu das sombras, andando lentamente até o meio da biblioteca, enquanto Sarah mantinha o queixo erguido e um sorriso discreto. Diferente da novata, que encarava o chão com os ombros encolhidos e o rosto levemente rosado.
— Ela vai nos ajudar a derrotar a Fernanda — Sarah falou o óbvio e até Bruna revirou os olhos — Só temos que deixar ela mais rápida...
Então, todos se viraram para André, esperando um posicionamento, uma discussão, qualquer coisa. Mas ele apenas concordou com a cabeça. Havia um jeito, é claro, os pixotes só precisavam se revezar no debate, quanto mais rápido melhor, e ainda acabariam estudando para aumentarem as chances de vitória.
O desafio era simples, em cada pedaço de papel estava uma pergunta e no verso, a resposta. Errou, sai da mesa para o próximo tentar, se acertar, continua respondendo até errar. E para deixar o desafio mais interessante, André colocou um cronômetro com vinte segundos, se não respondessem a tempo, ele pularia para a próxima pergunta.
— Conheço a Fer há anos e sei que ela leva menos de trinta segundos para lembrar das respostas... — André sentou de frente para a mesa. Ele não estava sorrindo. — Vocês têm que ser mais rápidos.
A ruiva engoliu em seco e fez sinal para começar.
Nas três primeiras perguntas o alarme tocou antes que alguém levantasse a mão, nas duas seguintes, a ruiva demorou demais para responder, e nas que vieram depois, só ficou pior. André suspirava a cada novo cartão e a menina começou a ficar inquieta, batendo a unha na mesa numa sequência ritmada que ninguém reconhecia.
— Vocês precisam melhorar... E rápido, antes que os estrelas venham nos encher o saco.
Era a vez de Bruna, com uma pergunta simples sobre trovadorismo e ela levantou a mão com dez segundos sobrando no cronômetro, atraindo todos os olhares.
— Você sabe a resposta — Bruna encarou a menina ao seu lado — Mas está pensando demais...
— Começou no século onze — a ruiva encarou a mesa, batendo a unha naquele mesmo ritmo — Então foi marcado por ser poético, musical e itinerante, tendo o amor como um dos temas centrais.
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Escolha de Elite
Teen FictionAté onde você iria para provar que é capaz? O quanto estaria disposto a se sacrificar para mostrar que é mais do que pensam que você é? Será que tem o que é necessário para fazer parte da elite? Ou será só mais um de passagem? Descubra o que te espe...