Capítulo 6 - Aquele que as meninas levam uma bronca

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- A louça do jantar é de vocês - avisou Hope saindo da cozinha.

- Concordo, a louça é de vocês, Jenna e Olívia - Josie ia saindo do cômodo com um sorrisinho de canto, porém foi barrada por sua namorada que lhe segurou pelos ombros a impedindo de sair dali.

Oli limpou a boca no guardanapo, se levantou de sua cadeira, deixou um beijo na bochecha da irmã sorrindo diabolicamente.

- Nós fizemos o jantar Mamis, ou seja Jenna, e Josie lavam a louça. Não fui eu quem fez as regras.

- Meu Deus, eu criei um monstro - disse a matriarca fazendo drama. Hope selou seus lábios rapidamente sussurrando um "você supera".

Antes de saírem do cômodo ouviram Jenna reclamar de cólica, pois realmente estava, mas sabiam que a mesma estava aproveitando para fugir das louças.

[...]

Josie aproveitou que estava sozinha com sua caçula na cozinha para conversarem sobre a sua decisão de sair do time de futebol. A mulher compreendeu sua escolha, jamais a obrigaria a fazer algo, principalmente se estava lhe fazendo mal. A menina já não tinha mais aquele brilho no olhar quando voltava dos treinos, eram sempre lamentações. Decidiram que assim que passasse as festas de fim de ano procurariam um novo time, mesmo que o antigo representasse toda a região. Mas seria bom começar um novo ano do zero.

Na manhã de sábado do dia seguinte, o casal se permitiu se levantarem um pouco mais tarde, afinal nenhuma das duas iriam trabalhar. Aos sábados, e domingos de manhã Maggie, conseguia administrar sozinha. A cafeteria da Salvatore estava em boas mãos.

Eram exatamente quase oito horas quando Josie se levantou, a casa estava em silêncio sinal que suas filhas também dormiam ainda. Colocou as coisas do café na cafeteria, antes de descer para pegar pães frescos na padaria da esquina. Vestiu o casaco quente da namorada que estava pendurado próximo a porta, e ajeitou o gorro na cabeça.

- Bom dia, Josie - a mulher que estava no elevador lhe cumprimentou.

- Bom dia, Sra Cindy - deu um sorriso fechado. O elevador logo se fechou descendo para o térreo.

- Recebeu minha mensagem? Que hoje terá uma reunião às 15:00?

- Oh não, nem chequei o celular essa manhã ainda - explicou para a síndica de seu prédio. A mulher tinha seus quase sessenta anos, moradora do prédio a mais de doze anos, conhecia aquele lugar como ninguém. Os moradores não iam muito com a cara da mulher que apesar de parecer gentil, era bem ranzinza.

- É bom que compareça, Josie. Na última conversamos coisas importantes para a melhora do prédio, e você não estava.

- Fica complicado quando se marca no horário que eu e minha namorada estamos no trabalho. Tenha um ótimo dia. - se retirou assim que a cabine foi aberta.

Não se prolongou muito na rua, pegou o necessário na padaria, e voltou para o apartamento. Todas ainda dormiam, arrumou a mesa, e decidiu ir acordá-las, se deixasse suas filhas hibernariam, e Hope faria a mesma coisa, já que tinha dobrado seus afazeres no trabalho e acabava trabalhando em casa também. Josie até tentava ajudá-la, mas não entendia quase nada do assunto.

Prendeu o cabelo no topo da cabeça, e apenas de meias caminhou até o quarto que dividia com a namorada, a mesma dormia de bruços na cama, com as mãos debaixo do travesseiro. Sorriu apaixonada, até dormindo essa mulher era linda, pensou a Salvatore subindo na cama. Se arrastou até a mulher, beijou sua bochecha fazendo a ruiva se mexer.

- Acorda amorzinho - sussurrou no pé do seu ouvido.

- Me deixe dormir mais um pouquinho, linda - se encolheu na cama puxando mais a coberta para si. Josie riu, se deitou atrás da amada, ficando de conchinha.

- Baby, não seja preguiçosa. O dia está tão lindo lá fora. - disse próximo ao seu pescoço bem agarradinha a si.

Hope, mesmo com sono, abriu os olhos devagar, sorriu sentindo o corpo quente da namorada colado ao seu. Puxou a mão da morena para cima, beijando o mesmo.

- Já acordei, linda... Fica difícil negar um pedido seu. - se virou na cama ficando frente a frente com a morena. - Sabe, eu sou uma mulher de sorte em ter uma mulher assim, tão linda, carinhosa e cheirosa do meu lado.

- Somos mulheres de sorte então. Pois penso o mesmo, e um pouquinho mais sobre você - sorriu fazendo um carinho na maçã de seu rosto perfeito.

Hope grudou seus lábios em um selinho demorado.

- Te amo! - disseram em uníssono colando suas testas. Compartilharam uma risada.

[...]

- As bonitas andam muito preguiçosas para meu gosto. Mais preguiçosas que o normal. Olhem a bagunça que está neste quarto. Jenna tem até roupa debaixo de sua cama - apontou indignada para debaixo da cama da caçula.

- Foi a roupa que tirei agora pouco. Eu já ia colocar no cesto - Jenna se abaixou recolhendo suas roupas.

Olivia estava em pé próximo ao seu guarda roupa arrumando o mesmo. A mesma tinha os olhos úmidos, depois de ter levado uma bronca da mãe.

- Tudo nessa casa é "eu ia". Pelo amor de Deus meninas, toda vez tenho que falar a mesma coisa. Vocês tem quantos anos?

As meninas se olharam respirando fundo.

- Eu fiz uma pergunta - disse mais alto.

- 15

- 17 - disseram em uníssono. Suas vozes quase não saiam. Josie irritada era melhor ouvir caladas.

- Ah, então não temos nenhuma criança por aqui. Quando voltar quero isso daqui limpo. - exigiu saindo do quarto.

Hope estava no quarto ao lado, onde usava de ateliê. Não era tão espaço como seu antigo, mas dava-se para pôr sua arte ali. Enquanto pintava escutava a outra dando bronca nas meninas. Não se meteria, tinha entrado lá mais cedo, e Josie tinha motivos para os puxões de orelha.

- Relaxa linda... Muito estresse não faz bem - avisou a ruiva ao sentir a presença da namorada.

- Eu tento, mas às vezes fica difícil - deixou um selinho nos lábios da outra e se sentou na poltrona debaixo da janela. - Aquele quarto estava uma zona.

- Elas são adolescentes. Raramente vão ser organizadas.

- Isso passa pano para elas mesmo. - brincou colocando as duas pernas no estofado. - Amor, hoje tem uma reunião com a síndica. Você bem que poderia quebrar essa para mim né.

Hope deu os últimos retoques nas flores, e olhou para a namorada que tinha um sorrisinho fofo nos lábios. Era impossível negar algo para aquela mulher. E por fim ali estava a jornalista sentada rodeada de homens e mulheres do prédio que escutavam a Sra Cindy a reclamar de certas coisas do prédio.

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Colors Of Life 2 - Versão HosieOnde histórias criam vida. Descubra agora