Capítulo 7 - Aquele que elas lembram do passado

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Olívia se olhava no espelho pela terceira vez naquela tarde de domingo. Trajava um vestido preto liso com mangas cumpridas, e uma meia calça da mesma cor, os coturnos marrons, e um sobretudo marsala que combinava com o cachecol em volta do pescoço.

- Você está linda, querida - Hope toca em seus ombros.

- Obrigada, Hopey. Me deseje sorte - cruzou os dedos beijando os mesmo.

- Você não precisa de sorte. Vai lá e se divirta. E tenha juízo mocinha.

A moreninha abraçou a ruiva sussurrando "pode deixar" antes de soltá-la. A menina ia até o Park com Nikolas, Zac e uma amiga que decidiu levar, pelo menos poderiam ficar de "casal", mesmo ela e Nikolas não sendo um casal AINDA, pois seu desejo era que fossem. Mas seu crush era lento demais para perceber isso.

- Uau, que gatinha temos por aqui... E eu não estou dizendo dessa ruiva gostosa, e sim dessa moreninha - brincou Josie pegando a mão de Olívia fazendo a mesma dar uma voltinha com as bochechas coradas.

- Quase acreditei que fosse eu - disse Hope passando os braços pelos ombros de Jenna.

- Você realmente está linda irmã - a morena sorriu - Se divirta nesse encontro.

- Não é encontro Jenna - explicou ajeitando a alça de sua bolsa transversal. - Preciso ir, meu Uber está próximo. - guardou o celular no bolso de seu sobretudo.

- Qualquer coisa não exite em nos ligar, filha -pediu Josie deixando um beijo em sua testa - Se quiser pode cancelar a viagem e te deixamos lá. Sabe que não é trabalho algum, e até me sentiria mais tranquila.

- Mamãe, já disse que prefiro chegar sozinha. Não sou mais uma criança.

- Tá bom. Tá bom.

Olívia logo se despediu de todas com um grande sorriso nos lábios. Tinha marcado de encontrar sua amiga na portaria, já que a menina morava no prédio da frente. Marcaram o encontro em frente à roda gigante às 17:00.

Josie envolveu a namorada em um abraço apertado, dizendo o quanto sua menininha cresceu. Jenna entediada em ter que ficar "sozinha" decidiu ir pro quarto assistir sua série. Era melhor do que ficar segurando vela para sua mãe e a namorada.

- Amor, podemos conversar?

- Sobre? - sussurrou grudando seus lábios. Segurou sua mão a puxando até a cozinha para fazer um café.

A Salvatore mordiscou seu lábio inferior, sabia que aquele assunto era delicado para a mulher, mas tinham que falar sobre depois de meses sem tocar no assunto. Se debruçou no balcão assistindo a outra se locomover pelo cômodo.

- Bom, eu sei que é um assunto delicado, mas quando pretende tentarmos mais uma vez?

Ainda de costas para a morena, a jornalista paralisou no lugar.

- Tentarmos o que? - se fez de desentendida.

- Amor. Uma hora ou outra teremos que falar sobre isso. Era seu sonho. Nosso sonho depois que você começou a fazer parte da minha vida.

- Tentamos não deu certo. Não era para ser e pronto. - deu de ombros pegando duas xícaras de porcelanas.- Meu corpo não tem mais idade para isso.

A morena respirou fundo dando a volta na bancada ficando frente a frente com a mulher. Segurou em seus ombros fazendo olhá-la nos olhos.

- Hope, a doutora disse que não teve nada haver com sua idade. Claro que o nosso corpo já não é o mesmo de dez anos atrás, mas até os quarenta e pouco somos capazes de gerar um bebê.

- Fui capaz de gerar, mas não de segurar. Eu não quero passar por tudo aquilo de novo, Josie. Ainda me dói sempre que lembro daquele sangue entre minhas pernas. Nossa cama suja.

"[...] Hope tinha passado o dia todo em casa. Estava nas primeiras semanas de sua gestação, depois de alguns meses fazendo o tratamento.

O doador de esperma tinha as características de Josie. Morena, olhos castanhos, e era americano com histórico de atleta. Estavam felizes, e esperariam Olívia voltar da Itália, onde estava representando NY na competição mundial de ginástica artística. Essa que a ruiva queria estar para encobrir, mas abriu mão para ser mãe.

Sua mão estava sobre sua barriga de quase nove semanas.

- Voltei, meu amores - disse a Salvatore entrando em casa com as sacolas que tinha os pedidos de sua namorada. Estavam apenas as duas, Jenna estava com o pai visitando seus avós.

- Demorou, linda - reclamou a ruiva depois de receber um beijo - me dê essas sacolas que estamos cheias de fome.

Era novo para Hope dizer nós, se referindo a si, e seu bebê. Mas se acostumaria facilmente com aquilo.

As duas comeram enquanto assistiam um documentário na tv. Já era quase 23:00 quando a ruiva acabou pegando no sono agarrada na morena.

Josie acordou no meio da noite com a outra inquieta na cama. Hope sempre foi de dormir tranquila, mas naquela noite ela se mexia demais. A Salvatore tocou em seus ombros tentando acordá-la, achando que a outra estava tendo um pesadelo, mas em partes era, naquela madrugada Hope perdeu seu bebê.

- Jô, eu to sangrando. Tô perdendo nosso filho - começou a entrar em desespero ao ver sua calça suja de sangue, manchando o lençol branco. [...]"

- Ei, olhe para mim - Josie pediu segurando o rosto da namorada que virou o rosto. Dando por vencida a ruiva olhou nos castanhos que tanto lhe acalmava - Eu sei que isso tudo te assusta, e ainda dói, pois também dói em mim, mas sempre a uma segunda chance.

- Jô, a Doutora Alice mesma disse que seria mais complicado na próxima tentativa. Que para iniciarmos teríamos que fazer outra bateria de exames.

Josie passa o dedo nas bochechas da mulher secando suas lágrimas.

- Olha só, eu não vou te torturar nem nada. Eu só quero o melhor pra você... É que eu não posso mais ter filhos, se não poderia tentar por nós. Eu te amo, e vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar. Hm.

- Obrigada, meu amor - segurou sua mão beijando sua palma - Vou falar com a Dra Alice e marcar uma consulta para ter uma opinião médica.

- Saiba decisão - Jô sorriu beijando seus lábios de maneira lenta, carinhosa deixando claro naquele beijo que estava ao seu lado.

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