— Olha, Anna, quer um conselho? Jogue essa porcaria no lixo! — A garota de olhos esbulhados exclamou, ao final do café da manhã — Essa história é insana! — Disse por fim, se levantando e arrastando sua amiga igualmente preconceituosa para fora da mesa, afastando-se do grupo.
Anna suspirou, se sentindo deliberadamente coagida e envergonhada após ter lido a história e ser tão reprovada por suas colegas, bem, por algumas delas. Deu de ombros, levantando-se da mesa, com o plano de seguir o conselho da garota mandona.
— Ei About! Espera! — A infiltrada corvina segurou suavemente na barra de seu suéter com fios soltos — Não jogue fora, eu gostei da história, pode me dar o pergaminho?
— Ah… gostou? Bem, é toda sua — E assim, esticou sua mão que segurava o pergaminho bem enrolado até a loira, que o recebeu de bom grado com um sorriso adocicado em seu rosto, animada.
(...)
Andava com passos desastrados e um pouco perdidos que seguiam até sua sala de aula, como se tivessem vida própria. Os olhos castanhos da menina loira vidrados, presos, como se uma energia invisível os amarrasse ao papel amarelado, repleto por caligrafia corrida em tinta preta, que traçava uma história quase impossível de dois garotos apaixonados.
Tão vidrados que não pôde nem desviar quando deu de cara com um brutamontes de pelo menos 190 cm de altura e um cheiro estranho.
— Vê se olha para onde anda, esquisitinha — Goyle, da sonserina falou, zombando da garota, a empurrando para o lado, estava sozinho, sem seu usual grupo composto inclusive por um personagem daquela história que tinha em mãos.
— É Cassie! Meu nome é Cassie Hilton, se quer saber! — Ela disse irritada, retribuindo o empurrão que não surgiu nenhum efeito ao garoto que era pelo menos 40 centímetros mais alto que ela.
— Olha só, parece que a tal Camila Milton está irritadinha! — Goyle soltou uma risada alta e esganiçada, falando em tom de deboche — O que é isso em sua mão? — E tomou o rolo de pergaminho das mãos da garota com tanta facilidade quanto como um adulto tirando doces de uma criança indefesa.
— Isso é meu! Me devolva! Me devolva já! Seu gigante nojento! — Ela pulava, tentando recuperar as escrituras da mão do sonserino, sem sucesso, que agora estendia a mão o mais alto que podia.
— Olha! Ela sabe xingar — E riu alto mais uma vez — Vamos ver o que tem aqui — Goyle aproximou o pergaminho até seu rosto de forma que ainda ficasse inacessível para a garota pequena que tentava recuperá-lo com ferocidade, e leu.
Leu e leu cada vez mais, e de repente, algo como uma luz pareceu iluminar seu rosto, como se tivesse acabado de achar a solução para a fome no mundo.
— Isso é genial, Cassandra! — exclamou com um riso ácido em seu rosto.
— Cassie! — A corvina corrigiu.
— Você que escreveu? É… é… brilhante! Acho que acabei de ter uma ideia!
— An? Não! Não foi eu que escrevi, dá pra me devolver agora?!
— Hmm… — Fingiu estar pensativo — acho que não, pirralha. Agora, saí do meu caminho — Disse, empurrando a garota raivosa — Mas não se preocupe, essa… historinha acabará chegando novamente em suas mãos, bem, talvez uma cópia dela… mas enfim, até mais.
E com um riso orgulhoso e ácido, se afastou da garota com passos pesados que pareciam fazer o mundo todo estremecer.
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Páginas de um pergaminho • Drarry
Fiksi PenggemarApós uma história de romance entre Draco e Harry se espalhar por toda a escola de Hogwarts, os garotos unem-se com o objetivo de descobrir quem foi o responsável pela obra peculiar, mas, o que antes era apenas uma história fictícia, torna-se o que p...