capítulo 5

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Uma semana depois

Draco estava muito ativo e empolgado enquanto se dirigia para a mesa da Sonserina para o café da manhã, afinal, hoje era dia de jogo, Grifinória contra Sonserina, e ele já vestia suas roupas verdes de apanhador, o jogo aconteceria pouco após o café.

Inicialmente, havia entrado no time de quadribol apenas por achar ser uma boa forma para afrontar seu inimigo, Harry Potter, e mesmo que a princípio fosse apenas isso, acabou ficando muito bom no esporte e mostrando muita competência, além disso, criado uma paixão pelo campo.

Mas sempre que a Sonserina jogava contra Grifinória, era como se Draco fosse tomado por um pico de energia, tamanha sua vontade de vencer. Mais do que uma animação comum para ganhar um jogo, ele era dominado pela vontade de derrotar a Grifinória, porque, derrotar a Grifinória significava derrotar Harry Potter, e era exatamente esse seu objetivo.

Especialmente naquela manhã ele se sentia muito confiante, nada poderia estragar seu bom humor, o garoto pensava, enquanto colocava pãezinhos no seu prato.

Estava cedo demais e havia muita pouca gente no salão principal, Draco costumava comer mais cedo em dias de jogo para não correr o risco de vomitar no campo (como quase havia acontecido no 3° ano) e Pansy sempre o acompanhava, por mais que não fizesse parte do time e nem gostasse muito de quadribol, sempre estava lá para apoiar o amigo.

Quanto mais os minutos se adiantavam, mais alunos e alunas entravam, fazendo Draco e Pansy notaram algo... estranho.

Algumas meninas e alguns meninos apareciam com papéis nas mãos, riam, cochichavam, e passavam os papéis de mão em mão, apontando para a folha amarelada em determinados pontos.

- Mas que... ? - Pansy olhava atenta a movimentação estranha, Draco ao seu lado começava a parecer um pouco coagido pelos olhares em sua direção.

- Que merda tá acontecendo? - O loiro falou, os olhos varrendo o salão, procurando por alguma pista do que pudesse ser.

Quanto mais alunos entravam no salão, mais os burburinhos aumentavam, um ou outro apontavam para Malfoy. E ele já se via à beira da loucura, como se um sentimento ruim o dominasse por saber que todos falavam dele, e não fazer ideia sobre o que.

- Draco... o que você fez? - Pansy lhe deu um leve empurrão com o ombro enquanto olhava para ele, uma expressão assustada e curiosa estampava seu rosto.

- Nada! - O garoto respondeu de imediato - Nao fiz nada, eu acho... Bem eu não sei... não consigo me lembrar de ter feito nada tão sério a ponto de...

- DRACO MALFOY ESCREVEU UMA FANFIC DELE COM HARRY POTTER! - uma gatora gritou de cima da mesa da Grifinória, e, de repende, antes o que eram apenas cochichos, viraram vozes altas falando e comentando sobre, como se a garota tivesse finalmente aberto uma brecha para que pudessem falar livremente sobre o assunto.

Draco apertou os olhos e franziu as sobrancelhas, levou pelo menos 5 segundos para assimilar a informação, ainda sem compreender direito, e como se seu corpo agisse por si só, ele se colocou de pé e bateu forte com ambas as mãos sobre a mesa, fazendo os pratos e talheres vibrarem.

Andou com passos rápido e pesados até a pessoa mais próxima que segurava o pergaminho, suas pernas meio bambas, e tomou o papel das mãos de um garotinho do primeiro ano, Parkinson logo atrás.

Malfoy pos seus olhos sobre a superfície do papel e começou a ler, e a cada palavra seu rosto se contorcia mais em nojo, tamanho era seu desgosto com tais palavras.

Pansy ao seu lado não pode evitar deixar escapar um riso, que imediatamente foi tampado por sua própria mão, o que fez Draco imediatamente virar os olhos para ela, raiva estampada em cada canto de seu rosto.

- Desculpe - A garota disse - Me de aqui - e tomou o papel das mãos do amigo, o virando para ver o verso da folha - Mais... que... merda, Draco, está assinado com suas iniciais.

(...)

Um barulho estrondoso ecoou pelo salão quando as portas abriram, ecoando por todo o cômodo que foi completamente silenciado quando Potter, trajando vestes vermelhas de quadribol, junto de seus dois amigos Rony e Hermione entravam, os três possuíam um pergaminho igualzinho aos que circulavam por todo o salão naquele exato momento.

O silêncio era ensurdecedor, quando subitamente Ronald Weasley pareceu murmurar algo e querer se mover até a mesa da sonserina para avançar contra Malfoy, que agora olhava para o trio, paralisado.

Harry e Hermione seguraram o braço do amigo, o impedindo de fazer qualquer besteira, e Harry pareceu sussurrar algo para o amigo como "pare, não vale a pena"

Potter voltou a olhar para o papel, disfarçadamente, mas logo desviou o olhar, seu rosto sendo tomado pelo mesmo tom de vermelho de seu uniforme, e quase que contra sua vontade, seus olhos voaram em direção aos do sonserino, o encarando. Definitivamente foi uma péssima ideia, porque assim que o olhou, foi como se as palavras que tivesse acabado de ler se concretizassem em sua mente de forma que ele pudesse visualizar tudo aquilo como um filme.

A sensação foi péssima por vários motivos, começando pelo fato de que era horrível se imaginar vivendo um romance com alguém do qual você odeia, era bizarro e assustador, e fez Harry ficar enjoado. Desviou o olhar rapidamente, não iria aguentar olhar para aquele garoto nem por mais um segundo sem que vomitasse. Estava furioso, não conseguia nem pensar claramente sobre a situação, tudo o que conseguia pensar agora, era que iria ter que encarar o mesmo, na frente de toda a escola, dentro de alguns minutos.

Enquanto isso, Draco do outro lado da sala, sentia seu rosto e corpo todo ser incendiado de vergonha, ele queria sumir, desaparecer, queria cavar um buraco na terra, se enterrar nele e nunca mais sair.

- Ele leu... - falou baixinho, se virando para Parkinson - Ele leu, ele leu e ele acha que fui eu que escrevi - o garoto dizia, tampando o rosto com as duas mãos, tamanha sua vergonha. Não sabia se ficava mais envergonhado por toda a escola pensar que foi ele, ou por Potter pensar que foi ele.

- Pare de agir assim! - Pansy puxou as mãos para que destampassem o rosto do sonserino - Se te virem com vergonha, ai é que vão pensar que foi você mesmo!

- Você tem razão - Ele falou, suspirando uma, duas vezes, e de repende a expressão de ódio e nojo voltou ao seu rosto - vou acabar com quem fez isso.

(...)

- Vocês não acham mesmo que fui eu, não é? - Abruptamente quebrou o silêncio que se formava entre seus amigos, alguns minutos depois, na mesa do café, com a cabeça um pouco mais fria, mas ainda inundado pela vergonha que tentava ao máximo disfarçar.

Todos negaram com a cabeça, e Draco riu ironicamente mesmo sem achar engraçado, atordoado, e continuou falando:

- Ótimo, porque toda a escola pensa que foi. Até parece... que eu, Draco Malfoy, iria mesmo escrever um... um... romance meu com aquele grifinório asqueroso - o canto de sua boca tremia pelo estresse enquanto espetava o garfo nos pedacinhos de carne, sem o mínimo apetite.

"Então Malfoy gosta de garotos?";
"Eu até que achei fofo, sabe, queria ler a história completa";
"Nojento!";
"Adoraria saber como termina";
"Draco está apaixonado por Potter!";
"Sempre achei aquela relação dos dois muito estranha";
"Eles tem um caso!"

Esses eram apenas algumas das falas que Draco havia escutado apenas alguns minutos mais cedo, antes de Potter entrar no salão, e só em lembrá-los, indignação voltava a dominá-lo. Ele desejava mais que nunca que aquilo fosse só um pesadelo, e torcia para que acordasse a qualquer momento.

Infelizmente, esse momento não chegou.

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⏰ Última atualização: Jan 24 ⏰

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