A notícia de que Iam Martinelle havia retornado para Carmel, deixou Eloisa abalada. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde teria que vê-lo novamente. Sabia que um dia ele retornaria, sabia que o encontro entre eles era algo inevitável. Entretanto, ela não se sentia pronta para ficar frente a frente com o ser maligno, que a levou ao céu e lhe mostrou as estrelas e logo depois a jogou no inferno sem se importar com os danos que isso causaria. E mesmo tendo se passado dez anos, Eloisa ainda não havia superado a dor de seu passado e vivia fingindo ser uma pessoa feliz, para que ninguém imaginasse a dor que carregava em seu coração. Uma dor que para muitos seria considerada tolice, afinal, todos dizem que o tempo cura tudo, mas no caso de Eloisa, o tempo fez com que a ferida piorasse. A falta de respostas deixou-a destruída, as promessas nunca cumpridas a fizeram duvidar de si mesma como mulher e a partida sem despedida foi o golpe mais duro que ela poderia ter levado.
Iam era o típico Playboy que toda mulher ajuizada mantinha distância, mas Eloisa não conseguiu resistir aos encantos dele. Ele era lindo. Alto, forte, cabelos negros como a noite, olhos castanhos e a barba por fazer o fazia o homem perfeito para realizar as fantasias de qualquer mulher, ou no caso, de Eloisa, de uma garota. Uma garota que tinha acabado de completar dezoito anos e se viu completamente encantada por um homem conhecido por seus negócios suspeitos. Todavia, Eloisa não se importou com nada do que ouviu sobre ele e por esse motivo, fez o primeiro contato visual e para sua surpresa ele correspondeu.
Eles trocaram olhares algumas vezes durante a festa de casamento de Arnold e Katrina, ambos conhecidos da família de Iam e de Eloisa. Festas na cidade era a oportunidade de todo mundo se encontrar, já que em cidade pequena, quase todos são parentes ou se conhecem e esse foi o motivo que colocou Iam e Eloisa no mesmo ambiente. Dá mesa em que estava, Eloisa não parava de observar Iam ao ponto que sua mãe percebeu e logo a advertiu:
- Você está me fazendo passar vergonha. Pare agora de olhar para aquele homem. As pessoas estão começando a notar e não vai demorar muito para comentarem e você sabe muito bem que não gosto de comentários sobre a nossa família. E cá entre nós, uma garota como você olhando para um sujeito horrendo como ele, dá muito que falar. Você é uma jovem descente e ele um ser desprezível.
- Como sabe tanto sobre ele?
- Sei de todos os que estão nessa festa. Porém todos conhecem o Iam, ele é filho mais velho do nosso ex-prefeito e segundo a metade da cidade, ele está envolvido em um esquema de corrupção o que o torna sujo e indigno.
Eloisa não disse nada diante dos comentários da mãe. Ela sabia que sua mãe tinha conhecimento da vida de todos na cidade. Porém, nada do que a mãe disse fez parar de olhar para ele.
Os olhares de Eloisa não passaram despercebidos para Iam. Ele observou a jovem que não parava de olhar para ele dando a entender que queria algo mais e de fato ela queria. Ele olha em volta e lhe vê cercada pela família. Bom, era um casamento e é claro que ela estaria com a família assim como a maior parte dos convidados. Contudo, no momento em que a dança dos noivos foi anunciada, todos se levantaram e começaram a se aproximar da pista de dança. Ele andou em direção a Eloisa e antes que ela andasse mais alguns passos, ele tocou seu ombro.
Assim que sentiu o toque quente de contra sua pele fria, Eloisa ficou imóvel. Lentamente ela voltou-se em direção a ele, ficando frente a frente. Ela sentiu o mundo parar por um momento, era como se um magnetismo estivesse no ar fazendo com que seus olhos permanecessem fixos aos dele. Por uma fração de segundos, ela pensou estar imaginando coisas, já que ele era a perfeição em forma humana e ela, uma garota comum. Ela só caiu na realidade quando a voz ecoou dizendo:
- Posso saber por que a senhorita não parou de me olhar?
Ela hesitou para responder, sentiu suas bochechas ficarem vermelhas e por fim disse:
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Contos
Cerita PendekApresento a você caro leitor uma coletânea de contos de romances. São diversos títulos e diversas histórias diferentes. Os contos a seguir são registrados na Biblioteca Nacional. Lembrando que plágio é crime.