Prologue

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・Prologue

 

  Todo aquele caos, a qual agora tinham a missão de resolver, se dava em especial aquela madrugada sangrenta do último verão, dois meses atrás. No entanto, houveram muitos outros eventos fatídicos que os levaram aquela situação em específico.

  A Coreia do Sul, apesar de ser um país pequeno e que quase não se noticiam a criminalidade em todos os seus aspectos (graças ao fator: país de primeiro mundo), tendo sua economia moldada pela música, a dramaturgia e o turismo, era incogitavel que algo daquele porte desestruturasse sua fama mundo a fora. Entretanto, todos estão sujeitos a qualquer tipo de circunstância.

  Naquela madrugada de 12 de agosto, um grupo de criminosos, desses quaisquer, que apenas não tem onde cairem mortos e não encontram a vista outra forma de sustentar seus vícios, invadiram um armazém ao norte de Seoul, pelas bandas de Insadong. A princípio, era certo de que eles não supunham que seu ato torpe, pudesse os levar a tais circunstâncias, afinal, era para ser apenas mais um lugar qualquer, onde poderiam roubar alguns objetos de certo valor e vender para traficantes de beco, mas no fim, não era apenas isso.

  Aquele lugar, aparentemente de um comerciante comum, possuía um dono, e é a partir daí que a história fica tensa. Os ladrões levaram muitos objetos, mas além destes, vasculharam tanto que também acabaram descobrindo algumas drogas entocadas, e claro, se revistassem um pouco mais, talvez encontrassem as armas e o dinheiro, escondidos sob o chão de madeira.

  Eles levaram tudo que puderam, vandalizaram o lugar e o deixaram irreconhecível. Na manhã do dia seguinte, dois empregados do dono estiveram no armazém e, assim que reportaram o furto ao seu superior, a semana seguiu-se de confrontos contínuos e violentos entre grupos rivais, que outrora, ninguém sabia da existência.

  Diversas pessoas foram presas após interferência da polícia, que por sua vez, se pôs a investigar o que ocorria, não apenas em Seoul, mas também em outras cidades do país. Chegaram a conclusão que, de uma hora para outra, duas gangues de grande porte, cujos nomes eram desconhecidos, tiveram alguma desavença entre si, algo deveras intenso, pois já não se importavam em se esconder das autoridades, como se não se intimidassem perante a justiça.

  Acontece que o dono do armazém atacado, era Kim Taehyung. Uma das lideranças mais fortes da marfia Gyeogno, a mais reconhecida do país no mundo negro do crime. Era uma das únicas residentes de origem coreana, e além disso a mais forte. Conservadora e sanguinária, não mantinha muitas alianças nesse meio, mas as poucas que tinha, possuíam nomes fortes, como a Yakuza, do Japão e 'Ndrangheta, da Itália.

  A questão toda se resultou da hipótese de sua inimiga mais corriqueira, a marfia Bul kkoch, que assim como a Gyeogno, tinha origem coreana, tivesse mandado atacar o armazém do Kim. Isso se deu pois a menos de um mês atrás, eles tinham roubado um dos carregamentos de heroína da Gyeogno, então sua reputação não era a mais confiável no momento.

  A anos se viam em meio a uma guerra silenciosa, vivendo entre as sombras de um país bem desenvolvido, esperando um único deslize do adversário para atacar. O Kim, por acreditar que quebraram as regras de boa convivência uma vez mais, lhe atiando fogo primeiro, revidou com toda a raiva que acumulada de anos, e tudo resultou em confusão e caos.

  As ruas foram tomadas por homens armados, civis inocentes foram atingidos e mortos, e naquele mês um dos confrontos mais sangrentos e horrendos já noticiados no mundo ocorreu. 17 dias depois do ataque ao armazém, 57 homens morreram, de ambos os lados das marfias, e 7 civis; certa de 26 feridos capturados e tantos outros que escaparam.

  As pessoas tinham medo de sair de casa. Escolas foram fechadas, o comércio também foi afetado e o governo não sabia como contornar a situação, a única coisa que podiam fazer era esperar que as gangues, o que eles acreditavam ser, se entendessem o quanto antes e dessem fim a toda aquela desordem, visto que o governo não sabia como contornar a situação.

  Levou-se um mês inteiro nesse inferno para que enfim os Bul kkoch, por serem mais fracos e em menor número, se verem coagidos à baixar a guarda. Lhes enviaram um trato de paz, dizendo não saber o que fizeram para que Gyeogno os atacasse, rogando para que, em meio a trégua os líderes de ambos os lados, pudessem encontrar uma forma de se entender o quanto antes. Assim, Kim Taehyung, finalmente entendeu o que ocorreu e se desculpou por seu erro. Não ter investigado o ataque no armazém e simplesmente supor que os inimigos o fizeram, foi uma falha que jurou não tornar a repetir. Mas no fim, ele não era o único a estar a frente da marfia Gyeogno.

  Seu irmão mais velho lhe instruiu a fazer um tratado mais vantajoso entre as duas marfias, algo que realmente pudesse pôr fim aquela disputa, assim a ideia de um casamento foi posta a mesa, e pelo raciocínio lógico, sendo assim, Bul kkoch, por ser menos poderosa não teria escolha a não ser se perder na história, formando assim uma única marfia, tornando Gyeogno ainda maior.

  Só havia um problema nisso tudo, o único líder rival não possuía filhas. Tinha três filhos homens e dois deles já eram casados e tinham crianças, sobrando apenas o segundo filho, Jung Hoseok que assim como Taehyung se recusava a se unir em matrimônio com outro homem. Isso foi o que levou a marfia dos Kim, a discutir com os aliados (já que, se submeter a outro homem não estava nos planos de nenhum dos dois), a fim de encontrar uma solução mais efetiva para se livrar dos problemas, e como a Yakuza tinha um de seus herdeiros livre, e que não se incomodaria em estar sob outro homem, em vista de todos os ensinamentos da marfia japonesa, que ignoravam as relações de gênero iguais, dando importância apenas aos benefícios que suas alianças trariam a todos, o envolveram no meio da resolução.

  E assim Yoongi, o filho caçula do líder Min, estaria disponível para se casar com Hoseok e juntos liderar por aquela parte, sendo aliados de Gyeogno. Mas, não houve um consenso, dada a falta de aceitação dos Kim à ideia dos japoneses, já que eles queriam se livrar de Bul kkoch e ser a única marfia no topo do país, sem qualquer espécie aliança, visto que não confiavam nos inimigos.

  Agora, dois meses depois de toda aquela confusão, após tantas reuniões e desavenças, as três marfias chegaram a um acordo, seriam os três a se casar.

  Um contrato que apenas as três marfias teriam conhecimento, sendo mais válido que qualquer documento oficial de cartório. Yoongi, serviria como ponte entre a Gyeogno, Bul kkoch e a Yakuza. Seria a aliança de paz entre os coreanos e a garantia de um acordo seguro com os japoneses.

  Hoseok e Taehyung, teriam que abdicar de suas disputas e liderarem juntos, tendo agora a maior e mais forte marfia do país: Gyeogno Kkoch.

🫀

Prologue de MarFI(M)as

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