irmão?

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Rebekah

Caroline já tinha conversado com Bonnie, e ela faria o possível para descobrir mais.

Katerina estava animada, pulando de um lado para o outro, enquanto Caroline olhava para o horizonte, perdida em pensamentos. Ela pareceu se lembrar de algo e se levantou.

— Vamos antes que fique tarde — disse, pegando o celular e uma bolsa média, provavelmente com roupas para Katerina, já que ela ia participar da aula de pintura.

— Vamos, meu anjo — falei, estendendo a mão para Katerina, que me olhou um pouco desconfiada antes de segurá-la.

Entramos no carro que Caroline tinha alugado. Achei desnecessário. Hoje, no mundo atual, os carros são totalmente automáticos; basta inserir o destino, e ele faz todo o trabalho. Mas Caroline optou por dirigir à moda antiga. Logo chegamos ao tal museu.

Desci do carro com um misto de ansiedade e nervosismo. Senti o suor frio escorrer, enquanto meu coração, que já deveria estar mais calmo, batia em um ritmo descompassado. Olhei para as escadas que precisaríamos subir.

Caroline deve ter notado minha hesitação, pois senti sua mão segurar a minha, entrelaçando os dedos de forma firme. Isso me deu alguma força. Juntas, nos aproximamos da porta imponente. Ao olhar para o interior, me surpreendi com a cena: várias crianças prestando atenção à aula sobre arte moderna e clássica.

Katerina correu para se juntar ao grupo, animada por estar entre as outras crianças, sem que ninguém demonstrasse medo dela. Já Caroline parecia prestes a vomitar de nervosismo. Passeamos pelo museu, admirando algumas obras. Era impressionante que, em pleno futuro, ainda houvesse tanto interesse por museus.

Eu estava distraída quando esbarrei na Caroline, que havia parado de repente.

Acompanhei seu olhar para descobrir o motivo de sua pausa dramática. Meu coração parou. Era como se toda a vida estivesse sendo drenada de mim.

— Klaus! — exclamei, instintivamente me afastando de Caroline. Mas senti sua mão no meu braço, segurando-me.

— Rebekah, calma — ela sussurrou, mas me desvencilhei e caminhei em direção ao homem, embora de forma mais controlada.

Ele estava explicando para uma criança como misturar cores, afirmando que talvez ele fosse o primeiro a criar uma nova cor. A criança abriu um sorriso imenso e correu para contar aos amigos.

Eu o observava, petrificada. Caroline se aproximou de mim, e ele finalmente nos viu. Seu sorriso foi firme e determinado.

— Caroline, que bom que você veio — sua voz era calma, com o mesmo sotaque britânico que eu lembrava. Mas havia algo diferente... uma felicidade, uma paz que Klaus nunca havia conhecido. Como isso era possível? Seria um irmão gêmeo? Uma duplicata?

— Eu que agradeço pelo convite. Katerina está adorando pintar e brincar com as tintas — Caroline respondeu com um sorriso, que ele retribuiu. Ela colocou uma mão em meu ombro. — Esta é uma amiga de longa data, Rebekah.

Ele me olhou e estendeu a mão. Por um momento, hesitei. Mas, em vez de apertá-la, o abracei. Precisava sentir aquela presença, mesmo que por um segundo. Ele parecia surpreso e demorou a retribuir, o que só aumentou minha tristeza. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto enquanto eu me afastava.

— Me desculpe. Você me lembra muito alguém que eu perdi — murmurei, tentando manter a compostura.

Ele assentiu com empatia.

— Tudo bem. Meu nome é Nicholas.

Seu sorriso era gentil, e ele nos conduziu ao ambiente onde logo daria aulas para as crianças, após a parte teórica.

Katerina correu até mim, como sempre cheia de energia e comentários. Ela estava radiante, mas eu mal conseguia focar em qualquer outra coisa que não fosse a presença de Nicholas. Era difícil não encará-lo, mesmo sabendo que isso o deixava desconfortável.

Resolvi me afastar um pouco, dar uma volta pelo museu sozinha. Um quadro chamou minha atenção. Mesmo após 160 anos, ali estava uma obra que Klaus pintou em 1896.

— Esse é um dos meus favoritos — disse uma voz ao meu lado. — Ele tem algo enigmático, sombrio. Um clássico das vanguardas. Sabe, sou louco o suficiente para dizer que ele e Edvard Munch teriam se entendido perfeitamente.

Olhei para a pintura e seus traços fortes. Uma árvore sem folhas, com um único fruto, negro e podre. O céu era uma mistura de vermelho e azul escuro.

— Ele definitivamente se sentia solitário — murmurei, perdida nas memórias.

— Espero que tenha tido um final melhor do que esta pintura — Nicholas comentou, com um sorriso calmo. Eu sorri de volta, de forma genuína, e pensei: "Sim, ele teve."

— Também espero — disse, mais tranquila. — Me desculpe pelo abraço de antes. Eu tenho andado com os nervos à flor da pele ultimamente.

— Está tudo bem. Acredite ou não, Caroline me olhou da mesma forma no dia em que nos conhecemos. Um olhar assustado, mas cheio de esperança. E, só para constar, não sou bom em salvar o mundo.

Rimos juntos, e eu senti algo se aquecer em meu peito. Ele não era Klaus, mas parecia ser um bom homem.

— Preciso ir. Vou chamar a Caroline — falei, me preparando para sair, mas ele me chamou de volta.

— Pode fazer um favor para mim? — assenti. Ele me entregou uma carta. — Entregue à Caroline. Sou um pouco tímido para fazer isso pessoalmente.

Sorri ao receber a carta.

— Estranho enviar uma carta nesses tempos, não acha?

— Eu gosto de ser diferente. A carta é um clássico — ele disse, piscando com um ar cínico.

Pode não ser o Klaus, mas diria que veio uma cópia perfeita dele...

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Beijos da Thete e da Tessa 💋

Se passam anos ou meses, mais eu sempre volto.

Espero que gostem, na real eu pretendo apagar ou continuar essa fic e outras. Só estou precisando de coragem para decidir o que fazer com elas.

Até o próximo capítulo...

𝗜𝗺𝗽𝗼𝘀𝘀𝗶𝗯𝗹𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora