Acordei com o despertador do meu celular berrando em cima da mesa de cabeceira. Son não estava mais na cama, o que me deixou um pouco nervosa. Eu estava completamente pelada dentro dos lençóis e me senti envergonhada. Eu sentia todo o pudor que eu não tive ontem a noite havia batido na minha cara ao ver as minhas roupas cuidadosamente dobradas numa poltrona dentro do quarto, que eu mesma já tinha esquecido onde tinha largado, juntamente com a minha bolsa.
Entrei no banheiro, tomei um banho correndo tentando ignorar a marquinha que aquela beldade tinha deixado em mim, vesti as mesmas roupas que eu havia usado no dia anterior e por sorte eu sempre andava com uma necessaire com calcinha limpa e absorventes. Depois de ter me vestido e ajeitando o cabelo, fui direto para a sala e me deparei com Son completamente vestido e de costas para mim, sua atenção estava para a cozinha. Sua fisionomia concentrada em fazer o café lendo as instruções da embalagem era tão adorável, nem parecia a máquina de prazer de ontem.
Como eu deveria me portar? Eu poderia dar um selinho de bom dia, isso seria emocionada demais? Deveria agir com naturalidade, como se aquilo de ontem fosse apenas uma noite? Claramente para mim não foi, minha cabeça ainda girava por causa das sensações da noite anterior, só a lembrança do seu olhar na minha pele me deixava arrepiada. Ele ainda estava de costas para mim e eu não podia deixar de imaginar o que estava se passando na sua cabeça, se para ele foi tão avassalador quanto foi para mim, se ele estava envergonhado de ter feito tudo aquilo e agora como a gente iria se encarar pelos corredores do trabalho como se nada tivesse acontecido?
ㅡ Bom dia... ㅡ Falei anunciando ali minha presença antes que eu tivesse um colapso nervoso de tantos questionamentos, ele se virou calmamente para mim.
ㅡ Bom dia, eu já ia te chamar mesmo. ㅡ Ele falou me olhando rapidamente. ㅡ Já estou quase terminando.
ㅡ Você precisa de ajuda? ㅡ Perguntei e ele balançou a cabeça que não, então eu apenas me concentrei em pegar pratos, xícaras e talheres.
Ele havia preparado dois sanduíches, cortado frutas e estava terminando de fazer o café. Não era nada elaborado demais, mas dava para notar o empenho dele em fazer tudo sozinho para nós dois.
ㅡ Está com uma cara ótima. ㅡ Elogiei me sentando à sua frente enquanto encarava meu prato, eu não sabia como reagir a seu olhar, muito menos quanto a olhá-lo.
ㅡ Você não precisa ficar com vergonha de mim. ㅡ Ele falou calmamente num tom brando e casual, enquanto mordia o sanduíche.
ㅡ Eu não estou com vergonha de você. ㅡ Respondi mordendo o meu sanduíche, o encarando. Estava gostoso, o sanduíche, bem temperado.
ㅡ Certo então. ㅡ Ele comentou e ficou calado por um tempo, mas logo interrompeu. ㅡ Eu fiz algo errado?
ㅡ Não. ㅡ Eu respondi quase que imediatamente. E seu sorriso tremulou em seus lábios. Então continuei a falar: ㅡ Eu demoro um pouco para acordar.
ㅡ Certo... ㅡ Ele respondeu e optou por continuar quieto.
Eu agradeci aquele silêncio, estava ficando nervosa em ter que conversar com ele sobre o acontecimento de ontem. Eu nunca tinha ficado tão louca daquele jeito, tão necessitada, muito menos ter gozado de formas diferentes. Para ele, acredito que seja só mais um dia normal. Tento não pensar muito nisso, ele é um cara bacana e até então tem sido legal comigo.
Eu devo parar de me preocupar com essas coisas, tenho que levar numa boa, até porque iremos nos ver com uma certa frequência durante a minha pesquisa. Não posso romantizá-lo demais, mas também não posso fazer dele um fuckboy, eu não conheço esse lado dele.
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Bad Choices | Heungmin Sun
FanfictionOnde Arabela da Silva, brasileira estudante da Imperial College, em Londres é convocada para participar de uma pesquisa científica que estuda os atletas e ela acaba no embate: como estudar imparcialmente Heungmin Son depois de se pegar loucamente co...