Capítulo 06: Fazer direito.

742 42 8
                                    

Há duas semanas atrás eu achava que não conseguiria lidar com o fato de ver a mulher que eu amo todos os dias e até mesmo trabalhar com ela, mantendo uma boa relação, como "amigas" e ignorando totalmente o caso que começamos; mas eu lidei até que ...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Há duas semanas atrás eu achava que não conseguiria lidar com o fato de ver a mulher que eu amo todos os dias e até mesmo trabalhar com ela, mantendo uma boa relação, como "amigas" e ignorando totalmente o caso que começamos; mas eu lidei até que bem, eu diria, nos primeiros dias eu não conseguia olhá-la sem sentir algo diferente, ou até mesmo vontade de chorar, passava minhas tardes bebendo depois que saía da casa de Evelyn e eu acho que teria continuado assim se Lídia não tivesse ido nos visitar aquela quinta-feira.

— Luana, tem um minuto? — Perguntou quando atravessei o corredor após sair do banheiro, eu havia acabado de tomar banho e estava apenas de tolha, mas fui até ela mesmo assim.

— Precisa de alguma coisa? — Falei me encostando no portal frente a sala, onde ela estava sentada no sofá.

— Você precisa se levantar, amiga. Estou ciente que gosta muito da senhorita Di Angelo, mas não pode deixar sua vida ir por água à baixo porque ela não quis algo com você, essas coisas acontecem. — Abri minha boca, mas a fechei logo em seguida quando ela ergueu a mão como quem não havia terminado de falar. — Você tem um futuro brilhante, como anda a faculdade? E o livro que estava escrevendo? Lavínia está preocupada com você, e eu também. — Ela se aproximou pegando minha mão esquerda e escondendo dentro das suas.

— Mas por onde eu começo?

— Você sabe por onde começar, e com certeza não é se trancando no seu quarto afundada na cama de pijama o dia todo, com um pote de sorvete lhe fazendo companhia, junto a vários episódios de Escolha um lado. Muito menos no fundo de mais uma garrafa de vinho. — Ela disse a última frase meio irônica fazendo-me rir. — Os próximos dias trabalhando para Evelyn não vão ser fáceis, mas se você focar nas coisas certas, vai conseguir lidar, se você priorizar o que realmente importa.

— Que é?

— Seu futuro. — Lavínia falou aparecendo de repente. — Ela tá certa, Lu, você está a cada dia mais distante da realidade e se continuar assim, no momento em que ver Evelyn vai cair no choro.

— Eu cheguei bem perto disso. — Falei olhando para meus pés.

— Então se arrume e vá para algum lugar, termine seus slides para a faculdade, escreva, sei lá, mas faça alguma coisa da sua vida, garota! — Lídia sugeriu me segurando pelos ombros.

— Mas eu não quero sair de casa agora, está meio frio lá fora.

— Luana, você adora escrever no frio, de preferência na mesa sete, colada à janela do Tonk's café, acompanhada de um expresso puro e uma torta de maçã com melaço. — Lavínia falou cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha. — Eu conheço você desde os onze anos de idade.

Eu revirei os olhos como uma adolescente mimada. — Obrigada, por se esforçarem para elaborar um roteiro sobre o que me dizer, mas vou pensar na oferta de vocês. — E me virei indo para meu quarto.

Diga que sou sua | SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora