MOAGEM

29 3 8
                                    

Em meio à tranquilidade e afastado do bulício urbano, erguia-se uma casa modesta, cercada por árvores frutíferas que abraçavam o local com seus galhos carregados

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Em meio à tranquilidade e afastado do bulício urbano, erguia-se uma casa modesta, cercada por árvores frutíferas que abraçavam o local com seus galhos carregados. Mangueiras, cajueiros e pitombeiras proporcionavam sombra e sustento, enquanto o telhado de palha trançada protegia seus habitantes dos inclementes raios solares que castigavam a região. Ao adentrar a morada, era possível vislumbrar a presença marcante de imagens de santos dispostas sobre placas de madeira, testemunhas da devoção e fé que sustentavam aquela família. O piso de chão batido testemunhava as passadas firmes dos seus moradores. A simplicidade se fazia presente nas mobílias de madeira rústica, adornando o ambiente de forma singela e funcional. Na sala destacavam-se uma máquina de costura e dois sofás velhos que acomodavam os momentos de descanso dos três moradores, enquanto as paredes, enfeitadas com quadros de pinturas antigas, retratavam paisagens naturais e momentos felizes entre a família.
Nos quartos, as camas de madeira exibiam uma arrumação meticulosa, cuidadosamente preparadas com lençóis de retalhos costurados pela habilidosa Dona Márcia. Ela, uma mulher de trinta e poucos anos, possuía uma pele preta radiante e trajava sempre uma blusa de botão e um chapéu de palha que ganhara de seu falecido avô. Dona Márcia era uma mulher família capaz de fazer qualquer coisa para proteger seu amado filho. Pois foi proibida pelo médico de engravidar outra vez pois sofrera com um parto de risco, seguido de depressão pós parto.
Ao raiar do sol, Senhor Soares, seu esposo, erguia-se da cama com determinação e bastante foco, pronto para enfrentar mais um dia de árduo trabalho na casa de farinha que se estendia como uma extensão natural de seu lar. A sobrecarga de tarefas o fez com que deixasse algumas máquinas trabalhando enquanto ele descansava naquela noite e isso o exigia que voltasse mais cedo para o trabalho.
A casa de farinha, uma construção simples feita de madeira e barro, representava o epicentro da rotina diária de Senhor Soares. Era ali que ele desempenhava o seu papel como responsável por toda a produção de farinha de mandioca consumida pela cidade. Os moradores de Urucubaca diziam que a farinha feita pela família era a melhor da região para fazer tapiocas e beijus. O que aumentava ainda mais a procura por seus produtos.
Ao chegar em frente à casa de farinha, Senhor Soares era envolvido pelo aroma inconfundível da mandioca, que se misturava harmoniosamente com a madeira envelhecida e o calor irradiado pelo forno de barro. À distância, o som alegre de crianças brincando no terreiro de barro vermelho, onde seu filho e os dois meninos de Dona Clementina jogavam bola.
A construção era singela, com piso de terra batida e pilares de madeira robustos que sustentavam o teto de palha trançada, protegendo o Senhor Soares que trabalhava sozinho. À medida que ele adentrava o recinto, seus ouvidos eram preenchidos pelo som agoniante das engrenagens em movimento que ele deixara, durante toda a noite ligadas.

 À medida que ele adentrava o recinto, seus ouvidos eram preenchidos pelo som agoniante das engrenagens em movimento que ele deixara, durante toda a noite ligadas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 30, 2024 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

MAU AGOUROOnde histórias criam vida. Descubra agora